A diretora de Adestramento Paralímpico da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), Marcela Parsons, foi nomeada na terça-feira (11) para assumir a Secretaria Nacional de Paradesporto da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
A pasta foi criada em maio e aguardava a nomeação de um titular. Marcela Parsons é esposa de Andrew Parsons, brasileiro presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional).
De acordo com o Ministério da Cidadania, a nova secretaria se dedicará principalmente à melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência por meio de ações voltadas ao esporte e à educação.
Ideia principal
“Estou muito feliz por ter assumido a Secretaria do Paradesporto. Eu vivo para pessoas com deficiência desde os 15 anos e sou apaixonada pelo movimento das pessoas com deficiência. A ideia principal será proporcionar às pessoas com deficiência o esporte como ferramenta de inclusão, educação e socialização”, explicou Marcela Parsons.
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A nova secretária ressaltou ainda que irá de dedicar a “outros tipos de deficiência”, como a auditiva. Isso porque, no passado, os surdos rejeitaram fazer parte do movimento paralímpico e até hoje não competem em Jogos Paralímpico. Eles têm, entretanto, um evento internacional próprio, a Surdolimpíada. Mas as entidades representantes do Brasil não recebevem financiamento federal contínuo. Assim, a ideia da Secretaria do Paradesporto poderá se dedicar a isso.
“No esporte paralímpico de alto rendimento, o Brasil já é uma potência. Nosso olhar, então, será mais voltado a pessoas com outros tipos de deficiência, como autistas, surdos e pessoas com deficiências intelectuais ou síndromes, de modo que elas também possam ter mais acesso ao esporte e, com isso, mais qualidade de vida”, completou.
Polêmica
Andrew Parsosn foi presidente do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) antes de ocupar o mesmo cargo no IPC, em 2017. No entanto, ele e Marcela se envolveram em uma polêmica quando ele ainda era dirigente da entidade brasileira.
Marcela Parsosn teria feito diversas viagens internacionais acompanhando Andrew, bancadas com dinheiro público. Segundo o blog “Olhar Olímpico”, entretanto, o Ministério da Cidadania enviou uma nota afirmando que “o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a exclusão de Marcela Parsons do polo passivo do processo. Portanto, ela não é suspeita e não responde ao processo citado”.
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A nomeação de Marcela ainda foi criticada pelo ex-atleta olímpico e deputado federal Luiz Lima (PSL). Mesmo sendo aliado do presidente Jair Bolsonaro, ele considerou que um ex-atleta paralímpico deveria ter ocupado o cargo na Secretaria Nacional do Paradesporto.