A sensação normal de um atleta após conquistar qualquer medalha em um campeonato mundial tende a ser a alegria, ainda mais se o triunfo vier logo na primeira participação na competição. Não foi o caso do recordista mundial nos 100 metros na categoria T63 e medalhista de bronze no mundial de Dubai, Vinícius Rodrigues.
Favorito à medalha de ouro nos Emirados Árabes Unidos, Vinícius correu os 100 metros em 12s38, seis centésimos atrás do dinamarquês Daniel Wagner, que ficou em primeiro, e quatro a mais do que o alemão Leon Schaefer, medalhista de prata com 12s34. Na saída da prova, o velocista se mostrou bravo.
“Estou com muita raiva. Vim para a medalha de ouro, estava me sentindo bem, mas larguei mal, e no fim não cheguei do jeito que gostaria”, comentou Vinícius Rodrigues à época.
Aprendizado
Em live realizada com Olimpíada Todo Dia nessa quinta-feira (2), Vinícius relembrou esse momento, citou o aprendizado e as estratégias para transformar a raiva do bronze em alegria do ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, os primeiros da carreira do velocista.
“Fiquei com raiva mesmo. Perguntaram ‘você tá como?’, e eu falei ‘tô bravo'[risos]. Fiquei a alguns décimos de segundo do ouro. Esse gostinho eu não vou querer de novo não,” comentou Vinícius.
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O atleta sabe exatamente o que deu de errado nos Emirados Árabes Unidos: a inexperiência em uma grande competição mundial e o seu jeito veloz demais de ser.
“Faltou ter competido com os outros. Nunca tinha competido junto com os outros. Chegar lá e correr pela primeira vez foi diferente. E eu também sou muito hiperativo e acelerado. Faltou um açaí também [risos],” brincou Vinícius Rodrigues.
Sai a raiva, entra a alegria
Além de trocar o azul do cabelo por uma outra cor, Vinícius revelou que sabe o que tem precisa fazer para transformar o “fracasso” de Dubai em alegria nas Paralimpíadas de Tóquio, adiadas para 2021 por conta do coronavírus.
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“O objetivo é o ouro com recorde mundial. Correr a casa dos 11s90. Mas tenho que chegar um pouco mais calmo. A adrenalina de Dubai acabou não sendo muito boa. Acho que eu tenho que chegar mais calmo e dançar ali na hora do bloco,” finalizou Vinícius, fazendo uma referência a um dos seus maiores ídolos, a lenda do atletismo Usain Bolt, que sempre fazia uma leve brincadeira antes de suas históricas performances.