Quatro vezes campeã mundial, dona de três medalhas paralímpicas, seis vezes campeã dos Jogos Parapan-Americanos na natação. Esse é o currículo de Edênia Garcia. Apesar das conquistas, a nadadora paralímpica é categórica ao falar de si mesma. “Sou muito mais que a piscina”.
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“Eu nunca gostei de ser limitada a piscina. Eu sou muito mais que isso, muito mais que a natação. Busco inspirar as pessoas além do esporte”, disse em live do Olimpíada Todo Dia.
Quando começou no esporte, no início dos anos 2000, Edênia Garcia não esconde que se espelhou em outros atletas paralímpicos. Em duas décadas no esporte, a nadadora aprendeu, ensinou, ganhou, perdeu, bateu recordes, conquistou medalhas, títulos, mas a maior vitória é algo que a paratleta vai levar para a vida toda.
“O esporte paralímpico é uma construção de identidade. O meu caso foi um ganho de identidade. Porque eu me construí como mulher, como atleta, como pessoa”.
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De inspirada para inspiração
Edênia Garcia nasceu no interior do Ceará, mas foi após a mudança para Natal, no Rio Grande do Norte, que fez com que o esporte entrasse de vez em sua vida. A nadadora nasceu com uma polineuropatia sensitiva motora, doença progressiva que acabou trazendo dificuldades nos movimentos nas pernas e nos braços. Com isso, as atividades na água chegaram como uma alternativa de fisioterapia.
Contudo, com o tempo, a evolução nas atividades na água se estagnava e Edênia passava a ter um problema. Em uma dessas situações, a natação apareceu e “foi amor a primeira nadada”. Ainda nos primeiros dias, a paratleta se apaixonou pelo estilo costas, que se tornou sua marca registrada.
Nesse começo, a nadadora se espelhou em alguns atletas paralímpicos que a motivaram a ter o objetivo de disputar grandes competições na natação pelo Brasil. Com isso, pouco tempo depois que passou a treinar e competir pelo país, Edênia Garcia entendeu aonde chegou.
“Em 2004, quando eu voltei de Atenas, me toquei que era atleta de alto rendimento. Foi um choque de realidade. Tudo bem que eu já era campeã mundial, mas a Paralimpíada me mostrou isso”.
Hoje, depois de quatro edições de Jogos Olímpicos, a atleta sabe que muitos nadadores da nova geração se espelham nela. Apesar disso, Edênia Garcia busca que essa inspiração seja feita também pelo que faz além das piscinas.
“Em um primeiro momento a inspiração vem pelos resultados. Mas eu falo para as pessoas buscarem conhecer os atletas que tem como referência fora das conquistas. Assim a admiração pode ser completa. O que muda é o que fazemos além do esporte”.
O que fazer depois das piscinas
Nadando há mais de duas décadas, Edênia Garcia já projeta o que pode fazer quando deixar de nadar. Com o lado comunicativo bem aflorado, a nadadora gosta de participar de palestras e é super ativa em suas redes sociais. Por isso, a atleta não esconde que pensa em fazer disso uma possibilidade de carreira pós piscinas.
“Eu sou muito ativa nas redes sociais e outros atletas me perguntam o que postar e como postar as coisas nas redes. Já me mandaram alguns textos para aprovar antes de ser postado, fiz um curso de marketing para Instagram na quarentena. Quem sabe não penso em ajudar os atletas com isso no futuro?”, finaliza Edênia Garcia.