Técnico da seleção brasileira de voleibol sentado, José Guedes participou nesta segunda-feira (8) de uma transmissão pelas redes sociais para comentar um pouco sobre a situação atual da equipe nesse período de pandemia do coronavírus e trazer prognósticos futuros para as suas comandadas.
A frente de seleção desde 2013, o treinador ressaltou que se por um lado a atletas estão impossibilitadas de realizarem os treinamentos de quadra, o foco da equipe tem sido voltado a trabalhos mentais e de questões extra-quadra que poderão fazer a diferença no futuro.
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“Nós tínhamos um planejamento para Tóquio e com a pandemia tudo foi por água a baixo. Agora estamos fazendo reuniões semanais com o grupo. Todo o sábado nos reuníamos virtualmente para conversas sobre diversos aspectos do vôlei e esporte. A gente sempre alerta as meninas que com a pandemia elas acabaram se distanciando do vôlei, mas o vôlei não pode se distanciar delas”, explicou o José Guedes.
Apesar desses trabalhos, o treinador admite que teme pelo fato das jogadoras já estarem tanto tempo sem realizar uma trabalho técnico com a bola.
“Já estamos há 90 dias sem os treinamentos. Estamos preocupados com o retorno dos atletas. Não sabemos como será a retomada das atividades com esses atletas sem estar praticando a sua modalidade por tanto tempo. Sem pensar que ainda não estamos tão próximos de um retorno para os treinos”, avaliou.
Adiamento e foco nos Jogos Olímpicos
Além do temor pelo longo período sem atividades, José Guedes prevê problemas ainda maiores pelo fato do restante do planeta já estar planejando a retomada dos treinos, enquanto no Brasil essa realidade parece ainda estar distante.
No entanto, o treinador prefere ver a situação através de um olhar otimista e acha que o adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio para 2021 pode trazer benefícios à seleção brasileira de voleibol sentado.
“Tenho dito que se tem uma seleção no mundo que levou vantagem com o adiamento fomos nós. Isso porque dentre as equipes favoritas, a gente foi a única seleção que apresentou uma novidade tática. Como ainda estamos passando por uma evolução nesse nosso sistema tático, esse tempo a mais pode nos ajudar nesse sentido para melhorarmos ainda mais”, explicou José Guedes.
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Ainda segundo o comandante da seleção medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016 e prata nos Parapan-Americanos de 2015 e 2019, o Brasil está entre as quatro principais favoritas pelo ouro nos Jogos de Tóquio do ano que vem.
“Hoje nós temos Brasil, Estados Unidos e Rússia acima das demais. A China é outra que pode aparecer também, apesar de estar um pouco abaixo. O pódio dificilmente não será formado por essas equipes. Algumas outras seleções tem evoluindo bastante como Itália e Canadá, porém ainda estão abaixo”, avaliou o treinador.