Por causa da pandemia, o IPC (Comitê Paraolímpico Internacional) concedeu um prazo maior para a IWBF (Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas) se ajustar às regras de classificação funcional dos atletas. Sem essa reavaliação, o basquete em CR poderia até ficar de fora da Paralimpíada de Tóquio-2020.
E para se ter uma ideia do imbróglio, segundo o IPC, atualmente, o basquete em CR está fora do programa paralímpico de Paris-2024.
Tudo como manda a regra
Em janeiro de 2020, o Conselho de Administração do IPC decidiu tomar medidas contra a IWBF e sua não conformidade com o Código de Classificação de Atletas. O prazo para essa reavaliação era até 29 de maio de 2020 e foi estendido até dia 1 de agosto.
Para garantir a conformidade, a IWBF implementou o plano de ação acordado pelo IPC, que incluiu uma revisão completa dos Regulamentos de Classificação da IWBF. Outra medida adotada foi a reavaliação de todos os atletas previamente classificados funcionalmente.
Contudo, a pandemia atrapalhou esses procedimentos, que não teriam seus resultados a tempo. As restrições impostas em muitos países do mundo dificultaram o acesso aos prestadores de serviços médicos, que são responsáveis pelas classificações funcionais.
Reatualização da classificação funcional
Para se enquadrar nas regras do IPC, a IWBF, nos últimos meses, tem trabalhado com 14 federações nacionais para a verificação da elegibilidade de todos os jogadores de basquete em cadeira de rodas com classes esportivas 4.0 e 4.5. Essas classes já podem competir nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
Segundo a IWBF, 75% dos atletas já com a vaga garantida para competirem no basquete em CR foram tiveram suas classificações funcionais reavaliadas.
Como funciona
A classificação funcional no basquete em CR possui quatro classes principais, 1, 2, 3 e 4, sendo 1 para atletas com grande deficiência e 4 para pequena deficiência. Há ainda classes intermediárias, representadas por 0.5, quando os atletas não se enquadram inteiramente em uma classe principal.
As classes são definidas de acordo com o “volume de ação” dos jogadores. Cada classe tem um volume máximo de ação claramente definido, que o jogador pode exibir. O volume de ação refere-se aos extremos aos quais a estabilidade do tronco de um jogador lhe permite alcançar, sem segurar a cadeira de rodas, antes de desequilibrar.
Um time, somando a classificação funcional dos cinco atletas em quadra, pode, no máximo, chegar a 14.