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Patrícia Pereira aceita punição por doping e quer medalha em Tóquio

A nadadora recebeu suspensão de um ano e perdeu as duas medalhas que conquistou nos Jogos ParaPan-Americanos-Lima-2019

Patrícia Pereira Atleta Doping Medalha Tóquio
Patrícia Pereira aceitou a punição e reforçou que não ingeriu as substâncias proibidas por má-fé (Marco Antônio Teixeira - CPB/MP)

Patrícia Pereira recebeu suspensão de um ano do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) por doping durante sua participação nos Jogos ParaPan-Americanos de Lima-2019. Em entrevista à Agência Brasil, a atleta aceitou a punição e reforçou que não ingeriu as substâncias proibidas por má-fé. De olho no futuro, a nadadora sonha com medalha nos Jogos de Tóquio.

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“Eu aceito a advertência. Acredito que as autoridades tomaram a decisão correta depois da análise do caso. O maior tempo de suspensão seria de quatro anos, fui suspensa por um porque ficou provado que não fiz o uso intencional das substâncias. No começo é claro que ficamos com os nervos à flor da pele, mas isso já está no passado. Quero olhar para o futuro e dar o melhor de mim nas piscinas”, afirmou Patrícia.

A nadadora perdeu as duas medalhas que ganhou na competição. Ela havia conquistado a prata nos 50 metros livres e o bronze nos 100 metros livres da classe S5. Patrícia estará liberada da suspensão por doping a partir do dia 20 de agosto deste ano, porém, ainda não há previsão de quando os eventos de natação voltarão a ser disputados por conta do coronavírus.

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“Gostaria de reforçar que não agi de má-fé. Admito a negligência e reforço que sempre estive à disposição das autoridades antidopagem. Sou atleta paralímpica desde 2009 e meu histórico em testes antidopagem demonstram meu comprometimento. Por isso, de boa-fé, acato a suspensão e voltarei a praticar o esporte a partir de agosto”, disse a nadadora.

Objetivo: conquistar medalha em Tóquio

Patrícia Pereira Atleta Doping Medalha Tóquio
De olho no futuro, a nadadora sonha com medalha nos Jogos de Tóquio (Enrique Cuneo/Lima-2019)

Patrícia Pereira está com 42 anos e tem a sensação de que ainda pode contribuir bastante para a natação paralímpica brasileira. Natural de Vitória, no Espírito Santo, a atleta disputou seu primeiro Jogos Paralímpicos em 2016, na edição do Rio de Janeiro, quando ganhou a medalha de prata no revezamento 4×50 metros livres.   

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“A postergação foi necessária devido à situação que infelizmente o mundo vive. Para qualquer atleta os Jogos Paralímpicos são um sonho e já tive a felicidade de participar de um quando conquistei a prata na Rio-2016. Agora farei meu melhor para voltar a participar de um evento desta magnitude”, declarou a nadadora.

O foco agora é ganhar mais uma medalha nos Jogos de Tóquio, que foi adiado para 2021 devido ao coronavírus. “Meu objetivo é mais uma medalha paralímpica no currículo. A natação é um esporte de dedicação e isso tenho de sobra. Serão dias intensos até Tóquio 2021, mas estou preparada”, garantiu Patrícia.

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Depois do ParaPan-Americano, a atleta não competiu mais e ficou longe das águas até em treinos. “Eu continuei fazendo treinos em casa, mas longe das piscinas. Estou tentando me manter ativa com alguns exercícios e fazendo o máximo que posso para voltar bem”, concluiu a nadadora.

Explicação do especialista

Patrícia Ribeiro Atleta Doping Medalha Tóquio
Patrícia Pereira foi suspensa por doping por um ano (Cezar Loureiro/MPIX/CPB)

A brasileira Patrícia Pereira foi suspensa pelo IPC por doping pela ingestão das substâncias hidroclorotiazida e SARM LGD-4033 (Ligandrol). As duas foram detectadas pela Wada no exame de urina da nadadora e ambas estão na lista de subtâncias proibidas, respectivamente, nas classes S5 e S1.2.

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Hésojy Gley, que é o médico-chefe e coordenador da equipe antidopagem do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), esclareceu os efeitos dessas substâncias no organismo.

“A Hidroclorotiazida é um diurético que tem o uso para pressão alta, hipertensão e algumas raras condições metabólicas. Mas, no mundo da suplementação, acaba sendo usada para mascarar situações, ou para a perda de peso. É proibida desde os primórdios e é bem conhecida no meio esportivo”, explicou o médico.

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“A SARM LGD-4033 (Ligandrol) é bem mais nova. Em muitos casos, essa droga não aparece nos rótulos dos suplementos. O nome é a sigla em inglês para um modulador que age diretamente no receptor hidrogênio. É seletivo para esse receptor. Ou seja, onde o hormônio análogo à testosterona – ou a própria testosterona – atua na célula, essa substância vai lá e age”, concluiu.

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