Depois de dez dias de ansiedade em Quito, capital do Equador, os nove atletas paralímpicos da natação e o treinador Antonio Luiz Duarte Cândido, da equipe de Indaiatuba, de São Paulo, desembarcaram no Brasil. Eles estavam impedidos de sair do país por conta da pandemia do coronavírus.
A operação que trouxe os nadadores e outros 150 brasileiros foi resultado de uma negociação direta do Ministério das Relações Exteriores com a empresa aérea prestou o serviço, com suporte da Embaixada Brasileira em Quito.
Até mesmo na chegada, em meio à saudade e à emoção, foi preciso manter a cabeça no lugar. “A orientação era se resguardar para não ser um transmissor assintomático da Covid-19”, explica o técnico Antonio Cândido, mais conhecido como Maceió.
Aliviada, a campeã mundial dos 50m livre da classe S8, Cecília Araújo, já faz planos. “Agora é descansar. Manter a tranquilidade e traçar novas metas”. O grupo estava no Equador desde o último dia 3, participando de treinos em altitude preparatórios para competições classificatórias para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. O megaevento acabou adiado em um ano. As seletivas seriam realizadas no CT da capital paulista, mas também foram canceladas. As novas datas permanecem indefinidas.
A primeira etapa dos treinos dos atletas paralímpicos no Equador ocorreu até dia 21, na cidade de Cuenca, 2550m acima do nível do mar. Depois, o grupo se deslocou até a capital Quito numa van cedida pelo consulado brasileiro, em função do fechamento do espaço aéreo equatoriano. “Foi necessário um replanejamento, porque a quarentena já era total”, relata Maceió.
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Alguns tiveram problemas até com medicamentos de uso contínuo no Equador. Foi o caso da nadadora Raquel Viel. “Graças a Deus chegamos. Se aquele período de confinamento se alongasse mais, o problema poderia ter sido bem maior. Mas já está tudo certo. Comprei meus remédios e agora é descansar e esperar novas orientações”.
O retorno dos atletas previsto para o dia 21 de março foi impossibilitado por causa das restrições de movimentação em virtude da pandemia do novo coronavírus (covid-19). No período de quarentena, o hotel foi fechado para hóspedes, mas aceitou manter a equipe nacional que havia chegado de Cuenca. As despesas foram custeadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e pela Prefeitura de Indaiatuba, no interior paulista. O grupo embarcou de volta no avião fretado pela Embaixada Brasileira no Equador na noite do último dia 30.
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No processo de discussão para equacionar a situação dentro do governo federal, foram envolvidos integrantes de várias pastas federais, como Ministério da Defesa, Casa Civil, Ministério do Turismo, Embratur, Anac e Ministério da Cidadania, via Secretaria Especial do Esporte. Ao todo, há ainda cerca de sete mil brasileiros com dificuldades de voltar por conta de restrições geradas pelo coronavírus. A prioridade federal tem sido pelos locais onde não há voos comerciais em operação, como no caso do Equador.
* Fonte: esporte.gov.br, com informações da Agência Brasil