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Inspirações vivas: as atletas que têm tudo para brilhar em Tóquio

Na semana em que se comemora o Dia da Mulher, conheça os destaques do Brasil para os Jogos Paralímpicos de 2020

Destaques femininos Paralimpíadas Tóquio

Em pouco menos de seis meses, se tudo seguir como programado, os principais atletas do mundo estarão reunidos nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. A expectativa para os brasileiros é a melhor possível, depois das ótimas Paralimpíadas do Rio 2016 e da campanha histórica no Parapan-Americano de Lima no ano passado. E na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março), nada melhor do que falar dos destaque femininos brasileiros que têm tudo para brilhar na capital japonesa.

Mas antes, alguns números. Na Rio 2016, 286 brasileiros participaram do evento, formando a maior delegação que já representou o país em uma Paralimpíada. E o feito foi ainda mais especial, considerando que o Brasil teve também o maior número de atletas mulheres em sua delegação, totalizando 102.

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Na ocasião, o Brasil terminou no oitavo lugar no quadro geral , com 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. E as mulheres tiveram papel fundamental, subindo ao pódio em 20 oportunidades e conquistando três ouros, sete pratas e 11 bronzes.

Para Tóquio 2020, porém, a estimativa é de redução no número total de atletas e também no de mulheres. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a delegação deverá ter 230 atletas, sendo 150 homens e 80 mulheres. Isso pode ser explicado pelo fato de em 2016 os brasileiros ganharam vagas por serem do país sede.

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Desta forma, se deixarmos de lado a Rio 2016, a delegação que vai ao Japão ainda é a maior em números absolutos, superando Pequim 2008 (188 atletas), e a que terá mais representantes femininas, superando Londres 2012 (69 mulheres).

Vale lembrar que vinte duas modalidades compõem o programa dos Jogos e que o Brasil, até então, tem vaga garantida em 14 delas: atletismo, bocha, canoagem, ciclismo, futebol de 5, goalball (feminino e masculino), natação, taekwondo, remo, tiro esportivo, tiro com arco, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado (feminino e masculino).

Os destaques

Agora sim, chegou a hora de falar delas. Delas que são inspirações vivas e que vão a Tóquio brigar para colocar o Brasil no topo do mundo esportivo. Confira a lista que o Olimpíada Todo Dia montou com as atletas que têm tudo para brilhar no Japão!

+Veja também os destaques femininos para as Olimpíadas de Tóquio

Atletismo – Beth Gomes

(Foto: Divulgação)

O que falar de Elizabeth Gomes? Em 1993, Beth era jogadora de vôlei quando foi diagnosticada com esclerose múltipla. Demorou para aceitar a doença, passou por tentativa de suicídio e depressão, até que conheceu o basquete em cadeira de rodas e mais tarde o atletismo. O resto é história. E que história. Aos 54 anos, ela vive o auge da carreira. Ela bateu por duas vezes o recorde mundial no lançamento de disco em 2019 e ainda conquistou ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e no Mundial de Atletismo em Dubai. E fechou 2019 com chave de ouro, ao ser eleita Atleta do ano no Prêmio Paralímpicos. E agora, depois de ficar fora da Rio 2016, Beth vai com tudo para fazer mais história em Tóquio.

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Atletismo – Edneusa Dorta

(Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB)

A história de Edneusa Dorta é daquelas de verdadeira inspiração. Quem imaginaria poder disputar a maior competição do mundo pela primeira vez aos 40 anos de idade? Ela acreditou. E não só acreditou como conquistou uma medalha de bronze para o Brasil na Rio 2016. E ela estará de volta em mais uma Paralimpíadas, agora com 43 anos. A baiana foi responsável por garantir a primeira vaga do atletismo brasileiro em Tóquio no Mundial de Maratonas de Londres de 2019, quando foi vice-campeã, repetindo o resultado do ano anterior. Em setembro, na Maratona de Buenos Aires, na Argentina, Edneusa atingiu o índice classificatório para os Jogos de Tóquio ao terminar a prova em 3h00min48s, nove minutos a menos que a marca qualificatória estabelecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

Atletismo – Raissa Rocha

(Foto: Daniel Zappe/CPB/Exemplus)

Aos 23 anos, Raissa Rocha é uma das principais promessas do paratletismo. Depois de ficar em sexto na Rio 2016, ela chega em 2020 como a líder do ranking mundial na classe F56 no lançamento de dardo e vem embalada pelo bronze conquistado no Mundial de Atletismo de Dubai no ano passado e o ouro no Parapan de Lima, onde também quebrou o recorde parapan-americano em sua classe, para seguir firme na busca pelo índice para as Paralimpíadas de Tóquio.

Atletismo – Verônica Hipólito 

(Foto: Alexandre Schneider/Exemplus/CPB)

Também aos 23 anos, Verônica Hipólito já é um dos principais nomes do esporte paralímpico brasileiro. Em 2020, ela vai disputar sua segunda edição de Jogos Paralímpicos e talvez mais preparada do que nunca. No ano passado, no Parapan de Lima, ela superou todas as expectativas, inclusive as suas. A competição aconteceu meses após mais uma cirurgia e depois de quase não participar da competição, ela foi ao Peru mesmo fora de sua forma ideal e ainda com muitas dores e conquistou três medalhas de prata, nos 100m e 200m da classe T37 e revezamento universal 4x100m.

Essas conquistas se somam às de Toronto 2015, quando faturou três ouros e uma prata na classe T38. Na Rio 2016, após a retirada do cólon, Verônica se superou mais uma vez e ganhou uma prata e um bronze em casa. A paulista foi ainda campeã e vice no Mundial de Lyon de 2013, apenas um ano depois de começar a competir.

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Halterofilismo – Mariana D’Andrea

(Foto: Daniel Zappe/CPB/Exemplus)

Mariana D’Andrea é a melhor halterofilista do Brasil e não é de hoje. E em 2020, ela tem a chance de conquistar a medalha mais importante do mundo, a dos Jogos Paralímpicos. Ela chega para Tóquio após um 2019 repleto de conquistas: faturou o ouro na categoria até 67kg da etapa de Dubai da Copa do Mundo, estabeleceu novo recorde das Américas no Mundial do Cazaquistão, onde ficou a 1kg de conquistar a primeira medalha adulta do Brasil na competição, e ainda recebeu o Prêmio Paralímpicos do CPB de melhor halterofilista do país pelo segundo ano consecutivo. Hoje, ela é a terceira melhor paratleta do ranking mundial na categoria até 73kg.

Judô – Alana Maldonado 

(Foto: Daniel Zappe/Exemplus/CPB)

Há 10 anos, Alana Maldonado descobria que tinha a doença de Stargardt, doença degenerativa que afeta a visão central. Hoje, aos 24 anos, ela vai disputar sua segunda edição de Paralimpíadas, depois de ser prata na Rio 2016, e chega a Tóquio com o status de líder do ranking mundial na categoria até 70 kg e embalada depois de um 2019 bastante especial. Alana foi prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e se tornou a primeira medalhista de ouro do Brasil na história do Campeonato Mundial de Judô Paralímpico. Ela faturou ainda um ouro no German Open de Judô, prata no Grand Prix de Baku e ouro no Grand Prix de Tashkent 2019. E fechou ano sendo escolhida Atleta da Galera no Prêmio Paralímpicos.

Natação – Carol Santiago

(Foto: Ale Cabral/CPB)

Pensa em uma estreia perfeita. Foi a de Carol Santiago na natação paralímpica. Ela tem uma alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão e depois de competir no esporte convencional desde pequena, conheceu a modalidade para deficientes em 2018, quando foi treinar no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. E em seu primeiro ano no paralímpico, aos 34 anos, ela despontou no Open Internacional, em abril, ao bater o recorde mundial nos 100m peito da classe SB12, conquistou nada menos que quatro ouros no Parapan de Lima e ainda foi campeã dos 50m e 100m livre e vice-campeã dos 100m costas no Mundial da Natação em Londres, quebrando dois recordes mundiais e três das Américas.

Para fechar o ano com chave de ouro, foi coroada como a melhor nadadora no Prêmio Paralímpicos. E agora, depois desta estreia meteórica, com tantas conquistas, ela espera conseguir em 2020 a maior delas: uma medalha nas Paralimpíadas de Tóquio.

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Natação – Edênia Garcia

(Foto: Ale Cabral/CPB)

Edênia Garcia chega forte para as Paralimpíadas de Tóquio. Primeira mulher brasileira a conquistar o título de tricampeã mundial paralímpica (50m costas em 2002, 2006 e 2010), ela voltou ao subir ao lugar mais alto do pódio do Mundial de Natação no ano passado, faturando o tetracampeonato. Além disso, Edênia soma três medalhas em edições consecutivas dos Jogos Paralímpicos (prata em Atenas 2004, bronze em Pequim 2008 e novamente prata em Londres 2012) e agora quer voltar ao pódio, em sua quinta Paralimpíada, aos 32 anos, depois de não conseguir medalhas na Rio 2016. 

Natação – Susana Schnarndorf 

(Foto: CPB/Divulgação)

Susana Schnarndorf é a prova viva de que o impossível é questão de opinião. Depois de completar 13 Ironman, vencer o Brasileiro de Triatlo por cinco vezes e representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de 1995, a gaúcha foi diagnosticada, aos 37 anos, com a síndrome de Shy-Drager, também conhecida como Atrofia de Múltiplos Sistemas, e recebeu o prognóstico de apenas três anos de vida. Passadas 15 primaveras, Susana segue em busca de sua terceira participação em Paralimpíadas, aos 52 anos. 

Nas Paralimpíadas de Londres foi quarta colocada nos 100m peito SB7 e quinta nos 200m medley SM7. Em 2013, Susana foi campeã mundial nos 100m peitona categoria SB6 no Mundial de Natação Paralímpica em Montreal, Canadá, além de receber o prêmio de melhor atleta feminina no Prêmio Paralímpicos. E por fim, ela foi medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, no revezamento 4x50m livres misto, juntamente com Daniel Dias, Joana Silva e Clodoaldo Silva.

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Tiro com arco – Jane Karla

(Foto: Divulgação/Time Nissan)

Jane Karla, a trituradora de recordes. E o ano de 2020 já começou do jeitinho que ela gosta: quebrando mais um. No Mundial de Nimes, na frança, a atleta bateu o recorde mundial indoor no tiro com arco composto pelo terceiro campeonato consecutivo. Foi uma quebra em novembro, uma em dezembro e agora em janeiro. E aos 44 anos, Jane vive a expectativa por sua quarta Paralimpíada, a segunda no tiro com arco, já que em Pequim 2008 e em Londres 2012, a atleta representou o Brasil no Tênis de Mesa na classe 8. Nas Paralimpíadas do Rio 2016, a primeira na nova modalidade, ela bateu na trave, caindo nas quartas de final, e agora, com mais experiência, vai em busca da tão sonhada medalha paralímpica. 

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