“2019 foi um ano de aprendizado”. A fala pausada e intensa de Verônica Hipólito tem gosto de vitória, tem sabor de quero mais. “Com muita vontade, muita força e garra para voltar para 2020. Todo dia eu faço um novo capítulo, todos dia eu acordo cedo, não querendo acordar cedo, todos os dias eu vou pro treino com dor e não querendo sentir dor. E todos dias eu to lá saio e falo, vamos lá mais um dia, vamos lá que tem mais um”.
Em 2019, Verônica Hipólito voltou para as pistas após uma longa jornada cheia de cirurgias, incertezas, mas de muita coragem e valentia. Logo após conquistar três ouros no Pan-Americano de Toronto 2015, Verônica voltou para o Brasil direto para a mesa de cirurgia para a retirada de uma série de tumores no intestino. Ela se recuperou e retornos às pistas a tempo de disputar a Paralimpíada de 2016 e ganhar a prata nos 100m e o bronze nos 400m T38. Mas após os Jogos do Rio, mais problemas de saúde afetaram a atleta. Foram duas cirurgias na cabeça para retirada de tumores no cérebro e um longo tempo de afastamento.
“No início de 2019, eu não estava conseguindo andar, só um passo atrás do outro. Entre muitos choros e muito suor, muitas dúvidas, mas muitas risadas e muitos sonhos, eu fui para o Pan-americano, que muitos achavam que era muita coisa para mim. Volto com três pratas, achavam que tinha acabado, mas fui pro Mundial e voltei com 7º lugar”.
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Eletricidade pura, Verônica Hipólito se conecta facilmente com as pessoas e sabe que é inspiração, é resistência. “É uma grande responsabilidade, quero levar para todas essas pessoas que passam por algum problema alguma dificuldade, que é possível, eu quero levar para elas que está tudo bem, é normal se sentir cansado, tudo bem chorar, ficar perdido ás vezes, mas tem que parar e respirar fundo e continuar. Não dá pra desistir, a gente não pode desistir de viver, eu não posso desistir dos meus sonhos”.
Verônica Hipólito segue e seguirá em 2020. “Eu tô bem animada, tô sem o índice ainda, mas to treinando firme e forte para isso. Abri mão das minhas férias. Eu tirei dois dias de folga e voltei, eu quero muito esse índice, quero muito ir pra Tóquio, quero o ouro, não simplesmente para participar, quero que todos sintam essa medalha no peito”.