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Paralimpíada Todo Dia

Campeão mundial de surfe adaptado estreia na natação

Rogério Santana/Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro

A 13ª edição das Paralimpíadas Escolares Loterias Caixa marca a estreia de Davi Teixeira, campeão mundial de surfe adaptado em 2016, em competições paralímpicas de natação. O carioca de 14 anos já faturou uma medalha de ouro nos 50m costas, na classe S3. As disputas acontecem no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, até esta sexta-feira, 22.

Cerca de 1.220 atletas participam do evento, vindas de 26 estados e do Distrito Federal. A unidade da federação com o maior número de inscritos é São Paulo, com 128 atletas. O Estado é o mais vitorioso da competição, com sete títulos no total: 2006, 2009, 2011, 2015, 2016, 2017 e 2018.

Davi deu início à sua trajetória no esporte aos 8 anos, no surfe adaptado. Alguns anos mais tarde, sagraria-se campeão mundial em La Jolla, nos Estados Unidos. Acometido por uma síndrome da banda amniótica, rara patologia que afetou o desenvolvimento de seus membros inferiores e superiores, ele só conheceu o movimento paralímpico neste ano. Passou a treinar no Clube de Regatas Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, com a intenção de participar de competições. 

Não esqueceu-se da antiga modalidade, contudo. No surfe, teve o privilégio de conhecer e ser “apadrinhado” por grandes nomes do esporte, como Gabriel Medina, Filipe Toledo e Ítalo Ferreira, que atualmente lutam pelo título mundial de 2019. “Hoje, para mim, é mais fácil competir no surfe, para o qual treino há mais tempo, mas estou me dedicando à natação para melhorar mais. Ter essa relação com eles é muito irado, porque são meus ídolos e já treinaram comigo”, comentou o jovem.

Nas Escolares, sua medalha dourada veio na manhã desta quarta. Na tarde desta quinta-feira, 21, ele ainda nadará os 50m borboleta categoria A. “Essa é minha primeira competição pela natação e estou muito empolgado, pois já ganhei uma medalha de ouro e quero mais. Nadar costas sempre foi difícil para mim porque quando estava aprendendo o nado eu batia na borda, mas aqui na competição tive que deixar o medo de lado e dar tudo de mim”, disse.

As Paralimpíadas Escolares são consideradas o maior do mundo para pessoas com deficiência em idade escolar. Neste ano serão ofertadas 12 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, judô, natação, parabadminton, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado. A faixa etária contemplada para as disputas é de 12 a 17 anos.

Neste ano, o CPB transmitirá as cerimônias de abertura e encerramento e quatro modalidades: atletismo, natação, vôlei sentado e basquete 3×3. Na quarta-feira, 20, no período da manhã serão transmitidas as provas de atletismo e na parte da tarde as da natação. Na quinta-feira, 21, as semifinais do vôlei sentado a partir as 14h. Já na sexta-feira, 22, a final do basquete 3×3 e a cerimônia de encerramento.

Além da briga por medalhas, a coordenação técnica do Comitê Paralímpico Brasileiro avaliará os atletas para selecionar os participantes do Camping Escolar Paralímpico 2019, projeto que promove semanas de treinamento intensivo e de alto rendimento para os contemplados.

Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como os velocistas Alan Fonteles, ouro em Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016, e Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47); o nadador Talisson Glock, prata no Rio 2016; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata no Jogos de Londres e bronze no Rio 2016; a mesa-tenista Bruna Alexandre, bronze no Rio 2016, entre outros.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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