Cinquenta e cinco jovens com síndrome de Down participam da 13ª edição das Paralimpíadas Escolares Loterias Caixa. Pela primeira vez, as disputas de atletismo e natação têm uma classe específica para os atletas com esse comprometimento. Cerca de 1.220 atletas vindos de 26 estados e do Distrito Federal participam do evento, que tem como sede o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
“Como a síndrome de Down não tem disputas exclusivas nos Jogos Paralímpicos e nos Mundiais, nós achamos importante dar essa oportunidade. A diferença é que separamos dos outros atletas com deficiência intelectual, pois reconhecemos uma ‘desvantagem‘ física em relação a eles”, comentou Ramon Pereira, coordenados do departamento de desporto escolar do Comitê Paralímpico Brasileiro.
“O atleta com Down tem um maior comprometimento intelectual, dificuldade para entender, também um comprometimento físico, pois os músculos são mais fracos, os movimentos mais lentos. Então, não competem em pé de igualdade com os atletas da classe S14, que têm deficiência intelectual e nenhum déficit físico. Essa abertura foi uma sementinha que vai incentivar novos atletas”, explicou Roberto Di Cunto coordenador da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Intelectuais (CBDI).
Um dos competidores com síndrome de Down é o sul-matogrossense Flávio Augusto Godoy, de apenas 14 anos, que nadou os 25m costas. “Gostei muito de nadar nesta piscina. Sempre amei água”, comentou Flávio, que começou a praticar natação este ano.
As Paralimpíadas Escolares são consideradas o maior do mundo para pessoas com deficiência em idade escolar. Neste ano, são ofertadas 12 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, judô, natação, parabadminton, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado. A faixa etária contemplada para as disputas é de 12 a 17 anos.
Nesta edição, o CPB transmite as cerimônias de abertura e encerramento e quatro modalidades: atletismo, natação, vôlei sentado e basquete 3×3. Na quinta-feira, 21, serão transmitidas as semifinais do vôlei sentado a partir as 14h. Já na sexta-feira, 22, a final do basquete 3×3 e a cerimônia de encerramento.
Além da briga por medalhas, a coordenação técnica do Comitê Paralímpico Brasileiro avaliará os atletas para selecionar os participantes do Camping Escolar Paralímpico 2019, projeto que promove semanas de treinamento intensivo e de alto rendimento para os contemplados.
Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como os velocistas Alan Fonteles, ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016, e Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47); o nadador Talisson Glock, prata no Rio 2016; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata no Jogos de Londres e bronze no Rio 2016; a mesa-tenista Bruna Alexandre, bronze no Rio 2016, entre outros.