Aos 40 anos, o brasileiro Claudiney Batista se prepara para disputar seu terceiro Campeonato Mundial Paralímpico de Atletismo da carreira. A competição acontecerá em Dubai, Emirados Árabes, de 7 a 15 de novembro. Ele é um dos 43 atletas convocados para o principal evento da modalidade deste ano. Atual recordista mundial e campeão paralímpico, ele buscará confirmar seu status no Oriente Médio.
“Sou o atual recordista mundial no disco e espero igualar e até superar a minha marca lá em Dubai”, disse Claudiney, campeão paralímpico do disco F56 no Rio 2016 e campeão parapan-americano da mesma prova, em Lima 2019.
O recorde mundial do lançamento de disco, na classe F56, é de 46,68m feitos no Open Internacional Loterias Caixa de Atletismo no ano passado no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.
Aos 25 anos, Claudiney pilotava uma motocicleta, à noite, e um carro na contramão o atropelou. O acidente fez com que ele perdesse a perna esquerda por completo. Quase dois anos depois, ele conheceu o esporte paralímpico e ingressou nas provas de campo do atletismo.
Antes do acidente, ele era halterofilista e instrutor de academia. Atividades que lhe proporcionaram um físico apto para as provas de campo. Um ano depois de perder a perna ele começou a usar prótese. “Sentia falta das mãos livres para poder auxiliar os alunos na academia e a prótese me proporcionou isso. O processo de adaptação não é fácil, senti dores, desconfortos, mas hoje a uso o dia inteiro.”
Em 2011, Claudiney recebeu a sua primeira convocação para a Seleção Brasileira, para os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011. No currículo, exibe ainda dois Jogos Paralímpicos (Londres 2012 e Rio 2016) e o Mundial deste ano será seu terceiro (Lyon 2013 e Doha 2015).
A reta final da preparação envolve treinos diários de aproximadamente seis horas entre academia, campo e recuperação muscular na fisioterapia. Para atividades cotidianas e treinos de academia, Claudiney utiliza a prótese, mas para uma melhor performance nas provas, ele não a usa no campo. Pela regra da modalidade, os atletas que possuem amputação de membro inferior só podem competir utilizando uma cadeira feita sob medida e de acordo com especificações.
Com altas temperaturas desérticas, Dubai exige que os atletas se preparem além dos treinos para competir. “O nutricionista tem nos orientado bastante quanto a hidratação e tipos de alimentos indicados para o calor de lá, tudo para não passarmos mal ou ficarmos desidratados. Já competi em climas como o de lá, em Doha 2015, e o meu corpo ficou bem com o calor, vamos ver como vai ser agora”, comentou o esportista.