O catarinense Ymanitu Silva será o primeiro brasileiro a disputar a chave de um torneio Grand Slam de tênis em cadeira de rodas. O atleta recebeu convite da organização de Roland Garros e estará na disputa entre os tenistas quad – que têm comprometimento em três ou mais extremidades do corpo.
A Confederação Brasileira de Tênis solicitou convite para a participação de Ymanitu Silva em abril e recebeu nesta sexta (10) a sinalização positiva. Atualmente, o atleta ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de quads da Federação Internacional de Tênis (ITF, em inglês).
“Tenho um sentimento de gratidão enorme pela CBT, por sempre acreditar em mim, e também a todos os meus patrocinadores, que são muito importantes para que tudo isso aconteça”, disse o paratleta. “Conseguir essa vaga em Roland Garros é a realização de um sonho. Ver que todo o trabalho e esforço que sempre tive estão sendo reconhecidos me dá uma alegria muito grande, ainda não caiu a ficha. Ainda mais por se tratar de Roland Garros, que é um Grand Slam tão charmoso e temos toda a nossa história com o Guga. Sempre sonhei em participar um dia e agora estarei lá. É sensacional poder representar o meu país”, completa.
Ymanitu Silva sofreu um acidente de carro em 2007 e ficou tetraplégico. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeira de rodas e se encantou, passando a se dedicar profissionalmente ao esporte.
Já em 2014 recebu sua primeira convocação para a seleção principal e participou dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Seu atual enfoque é uma vaga para os Jogos Parapan Americanos de Lima em agosto e, futuramente, os Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2020.
“É com muita satisfação que recebemos a notícia da confirmação da participação do Ymanitu na chave de quads de Roland Garros, um dos torneios de tênis mais tradicionais do mundo. A presença de um brasileiro no evento reafirma o desenvolvimento da modalidade e valida o trabalho intenso que tem sido feito pela Confederação Brasileira de Tênis, em conjunto ao CPB, para o desenvolvimento da modalidade no país”, disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
“Fico muito feliz pelo Many e satisfeito que nossos esforços enquanto entidade vêm refletindo em grandiosas conquistas para o nosso esporte. A CBT solicitou este wildcard e e foi atendida pela FFT. Só demonstra que nossas relações internacionais estão cada vez mais fortes. Por isso, agradeço a confiança e generosidade do presidente da FFT, Bernard Giudicelli, com o nosso tenista e com a CBT”, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp.