A Seleção Brasileira de futebol de 5 busca aperfeiçoar seu desempenho visando a Paralimpíada de Tóquio dentro de campo, mas agora com ações fora dele. A principal novidade é a utilização de uma pulseira que mede, entre outras coisas, o volume de treinamento, quantidade e qualidade de sono dos atletas.
Os dados coletados serão enviados por meio de um software tanto para os atletas quanto para treinador, preparador físico e o próprio fisiologista. Com isso, é possível determinar o quão cansado o jogador está e se há a necessidade de modificar seu treino e sua dieta.
“O atleta não é só o que ele treina. Ele é atleta 24 horas por dia. O que eles fazem em casa em termos de alimentação e sono determinam o desempenho dentro de campo. Nós, na fisiologia, estamos sempre tentando monitorar todos esses fatores”, disse o fisiologista Alexandre Sérgio Silva, responsável por implantar a pulseira.
“O preparador físico e o treinador dão o treino. Depois, o fisiologista verifica como o organismo de cada atleta respondeu àquele treino e informa ao preparador físico e o treinador, para que eles modulem as próximas cargas de treino em função de como cada atleta está respondendo”, completou.
Uma outra ferramenta utilizada é um formulário validado cientificamente, no qual o atleta responde, informando o quanto, de 1 a 4, se sente cansado, recuperado, entre outras questões. Com ele, é possível avaliar o estado mental do atleta – o que impacta diretamente no seu estado físico.
Pela internet, Alexandre consegue aplicar o formulário a cada 15 dias, mesmo à distância. “Consegui contornar o fato de eles serem cegos usando o Google Formulários. Nesse instrumento, faço as perguntas que faria para eles na entrevista. Mando no e-mail deles e eles respondem.”
A Seleção de Futebol de 5 já está classificada para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que ocorrerão em agosto de 2020. A equipe brasileira ainda defende, nesta temporada, o título dos Jogos Parapan-Americanos, que serão disputados em Lima, no Peru, no mês de agosto.