Nesta quarta-feira, 19, primeiro dia de disputas da 13ª edição das Paralimpíadas Escolares Loterias Caixa, a potiguar Maria Clara Augusto da Silva, de apenas 15 anos, que representou o Brasil no Mundial de jovens e nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, faturou a medalha de ouro nos 75m na classe T47. As disputas seguem na parte da tarde desta quarta no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
Cerca de 1.220 atletas participam do evento, vindas de 26 estados e do Distrito Federal. A unidade da federação com o maior número de inscritos é São Paulo, com 128 atletas. O Estado é o mais vitorioso da competição, com sete títulos no total: 2006, 2009, 2011, 2015, 2016, 2017 e 2018.
A velocista participa pela quarta vez das Paralimpíadas Escolares. Neste ano, pôde representar o Brasil internacionalmente, já que foi convocada para o Mundial de Jovens, na Suíça, e nos Jogos Parapan-Americanos Lima, no Peru. Na Europa, conquistou o ouro no salto em distância, no revezamento 4x100m e uma prata nos 200m. Já na capital peruana, seu melhor resultado foi o quinto lugar nos 200m T47.
Na manhã desta quarta, ela venceu a prova dos 75m T47 (para amputados de braço) para o Rio Grande do Norte. Com este resultado, a atleta tornou-se tetracampeã da prova em nível escolar. Vale ressaltar que nas Paralimpíadas Escolares as provas possuem metragem reduzida devido à idade dos participantes.
Maria Clara tem má-formação congênita abaixo do cotovelo no braço esquerdo. Sua primeira competição paralímpica oficial foram as Paralimpíadas Escolares em 2016. “É muito gratificante representar meu estado e meu clube em uma competição escolar tão grandiosa quanto essa. É só felicidade! Tenho um carinho especial pelas Paralimpíadas Escolares porque foi por meio delas que tantas portas se abriram pra mim, como o Mundial de Jovens e o Parapan”, disse Maria Clara.
As Paralimpíadas Escolares são consideradas o maior do mundo para pessoas com deficiência em idade escolar. Neste ano serão ofertadas 12 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, judô, natação, parabadminton, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado. A faixa etária contemplada para as disputas é de 12 a 17 anos.
Neste ano, o CPB transmitirá as cerimônias de abertura e encerramento e quatro modalidades: atletismo, natação, vôlei sentado e basquete 3×3. Na quarta-feira, 20, no período da manhã serão transmitidas as provas de atletismo e na parte da tarde as da natação. Na quinta-feira, 21, as semifinais do vôlei sentado a partir as 14h. Já na sexta-feira, 22, a final do basquete 3×3 e a cerimônia de encerramento.
Além da briga por medalhas, a coordenação técnica do Comitê Paralímpico Brasileiro avaliará os atletas para selecionar os participantes do Camping Escolar Paralímpico 2019, projeto que promove semanas de treinamento intensivo e de alto rendimento para os contemplados.
Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como os velocistas Alan Fonteles, ouro em Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016, e Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47); o nadador Talisson Glock, prata no Rio 2016; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata no Jogos de Londres e bronze no Rio 2016; a mesa-tenista Bruna Alexandre, bronze no Rio 2016, entre outros.