Na entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (10) pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), era nítido o alivio entre os participantes pela liberação dos recursos da Lei Agnelo/Piva pela Secretaria Especial do Esporte, confirmado na terça-feira (9). Pessoalmente, fico com a pulga atrás da orelha: e se a medida for revogada? A falta de um plano B para o esporte olímpico do Brasil me parece preocupante.
Ainda mais a pouco mais de três meses para o Pan-Americano de Lima-2019 e a um ano e meio da Olimpíada de Tóquio-2020.
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Em um pergunta que fiz via internet, questionei se o COB temia que os recursos voltassem a ser bloqueados no futuro. Vale lembrar que, apesar de ter sido uma decisão política da Secretaria de Esportes e do Ministério da Cidadania, há um entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União) de que pelo fato de não ter a CND (Certidão Negativa de Débitos) atualizada, o comitê não poderia receber os recursos da lei que repassa uma parte das vebas das loterias.
“Confiamos no documento que recebemos da Caixa e da Secretaria Especial de Esportes. Para nós, está tudo certo”, afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley.
Diretor geral da entidade, Rogério Sampaio afirmou que a questão principal do problema, que é a inclusão do COB no passivo da falida CBVM (Confederação Brasileira de Vela e Motor), responsável por impedir a renovação da CND, está nas mãos da Justiça. “O processo está sendo analisado pelos desembargadores do TRJ-2. Vencemos em primeira instância e agora temos que aguardar os trâmites”, explicou.
O que me deixa com várias pulgas atrás da orelha é justamente essa dependência do esporte brasileiro dos recursos da Lei Angelo/Piva. Só para ter uma ideia, hoje temos mais de 200 atletas participando de treinamentos e competições no exterior nestes últimos dez dias. Boa parte amparada com recursos da lei das loterias.
O COB tenta de todas as formas retomar a captação de novos patrocinadores, embora a situação econômica do país ainda esteja bastante incerta. É necessário que outras fontes de recursos comecem a entrar, se possível de empresas privadas. Assim, o esporte olímpico do Brasil não fica arriscado a sofrer um novo colapso pela falta de um plano B.
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