Esta quarta-feira em Toronto foi marcada por diversas cerimônias de recepção e hasteamento das bandeiras das delegações na Vila Pan-Americana. Este mesmo evento acontece nos Jogos Olímpicos, com mais um pouco mais de pompa. Acompanhei nos Jogos de 2012, em Londres, a cerimônia de boas vindas aos atletas do Brasil. Foi bacana, com direito a uma performance de artistas de um grupo de teatro londrina, que dançaram ao som de músicas do grupo Queen.
Hoje o mesmo ocorreu, em clima de festa, na Vila do Pan em Toronto. Só que houve um mico imperdoável: na hora em que a bandeira do Brasil era erguida, o hino que tocou não era o brasileiro, mas o das Bahamas. Alguns dirigentes saíram correndo, para avisar sobre a falha ao rapaz que cuidava do som. Constrangidos, os membros da delegação brasileira presentes acompanharam tudo até um tanto espantados.
“Nossa, isso acontece no Canadá, hein?”, algum deles deve ter pensado…
Pois é, acontece no Canadá. Como aconteceu muita coisa errada também em Londres, em Guadalajara 2011, no Rio 2007 e provavelmente acontecerá uma (ou mais falhas) no Rio, em 2016.
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Isso só mostra que eventos esportivos, ainda mais de uma dimensão de um Pan ou principalmente na Olimpíadas, estão sujeitos à problemas. Não é isso que mostra a incompetência de uma cidade ou país em organizar um evento esportivo. Se um hino errado for tocado no Rio, será ruim? Claro que sim, mas não é motivo para ninguém ficar desesperado.
Mais importante do que se preocupar com estas bobagens e alimentar aquele complexo de vira-latas tão conhecido por estas bandas, é ficarmos atentos à forma como os recursos públicos estão sendo aplicados na construção das arenas, no financiamento das equipes brasileiras, na possível administração do chamado legado olímpico. Isso sim é importante fiscalizar, cada vez mais.
Ah, e vale lembrar mais uma coisa: tem obra que acabou de ser concluída em Toronto. A dois dias da abertura oficial dos Jogos Pan-Americanos. Sim, isso também acontece no Canadá, meu amigo!