O terceiro podcast do Pacto Pelo Esporte, produzido em parceria com o Olimpíada Todo Dia, traz um debate sobre o tema “Desenvolvimento do Esporte” e tem como convidados Nalbert Bitencourt, campeão olímpico Atenas-2004 pela seleção brasileira de vôlei, e Gustavo Borges, dono de quatro medalhas em Olimpíadas na natação, sendo duas de prata (Barcelona-92 e Atlanta-96) e duas de bronze (Atlanta-96 e Sydney-2000).
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O bate-papo foi mediado por Daniela Castro, diretora executiva do Pacto pelo Esporte, e conversa abordou o assunto esporte em um aspecto bastante amplo, como a formação nas escolas, o alto rendimento, as políticas públicas e como ferramenta de impacto na saúde. “No Brasil a gente não tem clareza de como lidar com educação, saúde e alto rendimento. É tudo uma mistura muito grande”, disse Gustavo Borges.
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“Na minha visão, a gente precisa olhar para o alto rendimento como entretenimento. Tem que ser interessante assistir a natação e os outros esportes. O vôlei fez isso bem com praia e quadra. Já os outros esportes querem primeiro a projeção na televisão para que a imprensa divulgue e depois capte recursos. Esse é o problema. A gente não deixa nosso esporte ‘sexy’. Ele tem que ser atrativo”, completou o ex-nadador.
Esporte e educação
Gustavo Borges foi além do alto rendimento. “Dentro da escola, que é o berço da atividade física, a educação física não é uma disciplina tão valorizada quanto as outras e isso é um grande erro. Na questão da formação, se tem o público jovem praticando esporte dentro das escolas, a chance de isso ir para uma formação mais organizada de competição é um grande e aí o funil do alto rendimento se instala”, destacou.
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Além dos títulos como jogador de vôlei, Nalbert Bittencourt é, atualmente, membro do Comitê Gestor do Rating Integra, uma realização da Atletas pelo Brasil, do COB (Comitê Olímpico do Brasil), do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), do Instituto Ethos e do Pacto pelo Esporte. Ele funciona como um vetor de mudança e indutor de boas práticas de governança, integridade, transparência e gestão entre instituições esportivas.
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“Agora como atleta não em atividade, a vontade é ainda maior de vencer no esporte para deixar um legado e um ambiente esportivo melhor. O Brasil ainda não tem um ambiente esportivo ideal e está longe disso, mas a gente está nessa luta para que isso possa acontecer. De uma forma gradual, já que a gente sabe que não vai acontecer uma revolução, que não será de um dia para o outro”, afirmou Nalbert.
Incentivo aos professores
“O brasileiro precisa de um incentivo, informação e dar mais valor aos professores de educação física. Hoje em dia, 80% daqueles que fazem educação física pensam em dar aula em academia ou ser personal. Eles não pensam mais em ir para escola e ser aquele professor apaixonado pelo esporte e fazer com que os jovens gostem também. E isso ocorre porque não existe incentivo, condições, estrutura e ele vai morrer de fome”, completou.
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O ex-jogador de vôlei ainda fez uma comparação de seu papel atual em relação ao anterior. “É sempre ótimo falar de esporte. Continuar na nossa luta. Antes eu buscava aquele saque melhor naquela hora, no dia seguinte, e em ganhar o próximo jogo e campeonato. A luta por um esporte melhor é em uma velocidade diferente. Mas o empenho e a paixão continuam sendo as mesmas”, acrescentou Nalbert.
Origem
A Atletas pelo Brasil foi o ponto de partida para o Pacto pelo Esporte, que atualmente reúne 32 empresas dos mais diversos setores. Trata-se de um acordo voluntário entre patrocinadoras do esporte nacional, que define regras e mecanismos nas relações entre investidores e entidades esportivas (confederações, federações e clubes).
O objetivo é fornecer ferramentas de autorregulamentação que definam boas práticas em governança, integridade e transparência, para a efetivação dos patrocínios feitos pelas empresas às entidades.
O Pacto pelo Esporte é propositivo e é mais um passo em direção à melhoria do esporte de alto rendimento no país. A iniciativa, de longo prazo, pretende aumentar os patrocínios às entidades e ao esporte, em termos que garantam credibilidade e segurança do investimento. Com isso, o esporte será ainda mais valorizado.