*Texto de Talisca Reis, atleta do taekwondo brasileiro
A musa do taekwondo… Quando as pessoas vêm falar comigo sobre esse assunto, acham que era tudo lindo e que é algo que eu carregava como uma forma positiva de ser lembrada. Mas eu passei tanta coisa que hoje esse título pesa um pouco pra mim.
Era 2014 o meu assessor da época me propôs que eu fizesse um ensaio puxando para o lado sensual, usando o dobook (uniforme oficial de luta), para que eu pudesse arrecadar dinheiro para disputar uma competição internacional. E eu fiz as fotos. Começamos a divulgar nas minhas redes sociais e também em uma vaquinha online que fiz na época. Foi quando começou a sair pra todo lado, que eu era a musa do Taekwondo.
Começou a sair em sites: quem eram as top 10 do mundo do taekwondo…e foi só viralizando. No começo, eu não via problema. Eu e uma amiga minha, a Raphaela Galacho, até gostávamos. Ainda ficávamos brincando uma com a outra sobre isso. Mas com o passar do tempo, comecei a perceber que isso tomou outra proporção e não era o que eu queria.
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Eu estava sendo lembrada como a musa e não como a atleta Talisca Reis. E isso começou a mexer muito muito comigo, de forma negativa. Começou a me pesar esse “título”. Eu conquistava vários resultados, mas era sempre a musa e não a campeã Talisca. Isso era horrível, eu me sentia mal.
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Eu treinava todos os dias em busca do meu resultado. Queria, e quero, continuar sendo lembrada como a Talisca Reis, a atleta de taekwondo, pelos meus resultados e meu esforço dentro do tatame. Não com esse rótulo de musa que colocaram.
Mas hoje vejo que vem mudando um pouco esses rótulos que colocaram em várias atletas. Gostamos de ser citadas sobre a nossa beleza, mas não como a parte principal.