Alemanha assume a liderança do quadro de medalhas com dois ouros e uma prata nesta quarta-feira.
Mikaela Shiffrin mais uma vez erra feio, mas os Estados Unidos conquistam o seu primeiro ouro em Pequim com a veterana Lindsey Jacobellis, que finalmente venceu.
Vlhova venceu em mais um desastre de Shiffrin
Após tanto a eslovaca Petra Vlhova como a americana Mikaela Shiffrin terem problemas na disputa do slalom gigante, esperava-se um belo duelo entre elas na final do slalom, como tem sido em toda a temporada. Na primeira descida, a primeira a competir foi a alemã Lena Dürr, que marcou 52.17, fazendo o melhor tempo. Logo na sequência foi a vez de Vlhova, que marcou 52.89 e parecia que repetiria o resultado ruim do gigante. Sétima a largar, Mikael Shiffrin mais uma vez errou feio. Com cinco segundo de prova, ela perdeu uma das portas e, desolada, saiu da competição. Foi pra lateral da pista e ficou lá sentada por um bom tempo, tentando processar o que aconteceu. No slalom gigante ela já tinha escorregado no começo da prova.
Na segunda descida, as 30 melhores competiram na ordem inversa. Após 22, chegou a vez de Vlhova que, numa descida perfeita de 52.09, a melhor segunda descida da prova, somou 1:44.98 para assumir a liderança. A austríaca Katharina Liensberger veio na sequência e ficou apenas 0.08 atrás. A suíça Wendy Holdener também foi muito bem, mas acabou em 3º lugar a apenas 0.12 da eslovaca. Dürr foi a última a descer desse grupo e até foi bem, mas com 1:45.17 ficou a 0.07 do tempo de Holdener e fora do pódio.
E chega o dia de Jacobellis
A americana Lindsey Jacobellis é sem dúvida o maior nome da história do snowboard cross. Ela já venceu cinco vezes o Mundial e 10 vezes os X-Games, mas não tem um bom histórico olímpico. Em 2006, ela já era favorita e tinha disparado na final. Na última rampa metros antes da linha de chegada ela comemorou com um grab na prancha e caiu, assistindo do chão a suíça Tanja Frieden ultrapassar pra levar o ouro, enquanto a americana ficou com a prata. Em 2010, 2014 e 2018 ela sempre chegou bem cotada, mas não pegou medalha.
Nesta quarta ela começou bem com o 5º tempo na fase de ranqueamento, fugindo das mais fortes. Venceu sua bateria de oitavas de final, venceu nas quartas e, numa semifinal fortíssima, venceu deixando a francesa Chloé Trespecuh em 2º e a campeã de 2018, a italiana Michela Moioli, em 3º, fora da Final. Na decisão, Jacobellis pegou uma ótima linha e liderou praticamente desde o início, não sendo ameaçada de perto, ficando com o ouro. Trespeuch ficou a prata e a canadense Meryeta O’Dine foi bronze. Este foi o 1º ouro americano em Pequim, apenas no 5º dia.
Tivemos também as qualificações do halfpipe do snowboard. No feminino, a favoritíssima Chloe Kim fez 87,75 na 1ª descida e ficou com a melhor nota. Aos 21, a americana é uma referência e é daquelas favoritas que só perde o ouro se quiser.
Já na disputa masculina, a primeira posição ficou com o japonês Ayumu Hirano com 93,25, seguido do australiano Scotty James com 91,25, únicos acima dos 90 pontos. Tricampeão mundial e em sua despedida olímpica (e talvez até mesmo das competições), o americano Shaun White ficou em 4º lugar com 86,25.
Ruud faz prova perfeita do Big Air
Melhor na qualificação na segunda-feira, o norueguês Birk Ruud fez uma prova espetacular na final do Big Air em esquis. No primeiro salto fez 95,75 e no segunda 92,00 para disparar na liderança com certa tranquilidade, somando 187,75. Já com o ouro na mão, ele pegou a bandeira da Noruega e desceu com ela nas mãos na sua 3ª e última tentativa.
O americano Colby Stevenson, com 183,00 pontos, ficou com a medalha de prata e o sueco Henrik Harlaut somou 181,00 para ficar com o bronze. No último aslto Harlaut tirou seu compatriota Oliwer Magnusson do bronze, jogando-o pro 4º lugar.
Domínio germânico no luge
Na 3ª final do luge, mais uma dobradinha alemã, agora na disputa de duplas. Tobias Arlt e Tobias Wendl conquistaram o tricampeonato olímpico ao completarem as duas descidas com o tempo de 1:56.554, incluindo o recorde da pista na 1ª delas de 58.255. A outra fortíssima dupla alemã de Sascha Benecken e Toni Eggert ficou com a prata a apenas 0.099 dos vencedores. Essas duas duplas dominam o circuito há muitos anos. Completou o pódio os austríacos Thomas Steu e Lorenz Koller no 5º pódio olímpico seguido da Áustria nos Jogos.
Com a vitória, Wendl e Arlt irão fazer parte do revezamento alemão nesta quinta-feira, que será composto apenas por campeões olímpicos. Eles terão a companhia de Johannes Ludwig e Natalie Geisenberger. Se por acaso a Alemanha vencer, Wendl, Arlt e Geisenberger chegarão a seis ouros olímpicos. Ela ainda tem um bronze.
Mais Alemanha, agora no combinado
Sem Jarl Magnus Riiber na prova, após ter positivado para Covid na sua chegada em Pequim, a prova do combinado nórdico Pista Normal/10km ficou levemente aberta, sem seu maior favorito. Nos saltos, o japonês Ryota Yamamoto fez 108,0m e tirou 133,0 pontos, terminando em primeiro com uma ótima vantagem de 38s sobre o austríaco Lukas Greiderer, que ficou em segundo. A vantagem do japonês para os outros principais nomes da prova chegava a quase 1min30s.
Só que o cross-country de Yamamoto não é nem de longe um dos melhores do circuito e ele logo foi ultrapassado, terminando apenas na 14ª posição, 1min46s atrás do campeão. Já o alemão Vinzenz Geiger tem um dos melhores cross-country e não só tirou a diferença de 1min26s como foi se manteve na frente. O norueguês Joergen Graabak ficou boa parte da prova junto a Geiger, mas no final da prova o alemão abriu e segurou o ouro. Graabak foi prata, chegando a apenas 0.8 atrás, enquanto o austríaco Lukas Greiderer foi bronze a 6.6. Seu compatriota Johannes Lamparter, que está em ótima fase, acabou em 4º a apenas 2.4 do pódio.
Coreia do Sul finalmente leva o seu
Após três provas sem chegar a nenhuma final em Pequim, a Coreia do Sul finalmente levou seu primeiro ouro na patinação de velocidade em pista curta, o 25º do país na história olímpica, na prova dos 1.500m masculino.
Nas quartas de final, destaque para a vitória do húngaro Shaolin Sandor Liu na 1ª bateria com 2:09.213, batendo o recorde olímpico. Praticamente todos os favoritos passaram pra semifinal. Já as semifinais foram uma confusão só, principalmente a 3ª delas, com duas desclassificações de peso: o canadense Charles Hamelin, campeão desta prova em 2014, e do chinês Ren Ziwei, ouro nos 1.000m uns dias antes. Por conta das desclassificações e dos atletas que ganharam o diretio de avançar por terem sido atrapalhados, a final A contou com nada menos que 10 atletas.
E se numa prova com quatro já tem confusão, imagina numa com 10. Só que não houve nenhum problema. O sul-coreano Hwang Dae-heon liderou quase que a prova toda, forçando o ritmo para vencer com 2:09.219. Na chegada, o canadense Steven Dubois ficou com a prata com 2:09.254, apenas 0.013 mais rápido que o russo Semion Elistratov. Os fortes irmãos húngaros Shaoang Liu e Shaolin Sandor Liu não ameaçaram em nenhum momento e ficaram em 4º e 6º respectivamente.
Tivemos ainda as eliminatórias dos 1.000m feminino, onde o principal destaque foi a queda da canadense Kim Boutin na 5ª bateria. Na última curva, sozinha na frente, ela escorregou e não avançou. Nas semifinais do revezamento 3.000m feminino, sem incidentes e passaram pra final Holanda, China, Canadá e Coreia do Sul.
Niklas Edin vence na estreia
Começaram as disputas por equipes de curling e, nesta quarta-feira, apenas quatro jogos das equipes masculinas. Favorito ao ouro e pentacampeão mundial, o sueco Niklas Edin liderou sua equipe para a vitória de 6-4 sobre a China com uma pedra perfeita no centro na última jogada da partida. Campeão em 2018, John Shuster e sua equipe dos Estados Unidos precisou do end extra para vencer o Comitê Russo por 6-5. Já o Canadá de Brad Gushue fez 10-5 na Dinamarca e a Noruega venceu por 7-4 a equipe da Suíça.
Estreia do hóquei masculino
Teve início as disputas do hóquei masculino, com dois jogos do Grupo B. Campeões em 2018, o time do Comitê Russo venceram a Suíça por 1-0. Apenas seis jogares da equipe russa stiveram na campanha campeã de PyeongChang. A Dinamarca estreou com uma ótima vitória de 2-1 sobre a Tchéquia.
Medalhistas do dia
Ouro | Prata | Bronze | |
Esqui alpino slalom feminino | Petra Vlhova (SVK) | Katharina Liensberger (AUT) | Wendy Holdener (SUI) |
Combinado Nórdico NH/10km masculino | Vinzenz Geiger (GER) | Joergen Graabak (NOR) | Lukas Greiderer (AUT) |
Esqui Freestyle Big Air masculino | Birk Ruud (NOR) | Colby Stevenson (USA) | Henrik Harlaut (SWE) |
Snowboard Cross feminino | Lindsey Jacobellis (USA) | Chloé Trespeuch (FRA) | Meryeta O’Dine (CAN) |
Luge Duplas | Tobias Wendl/Tobias Arlt (GER) | Toni Eggert/Sascha Benecken (GER) | Thomas Steu/Lorenz Koller (AUT) |
Velocidade Pista Curta 1.500m masculino | Hwang Dae-heon (KOR) | Steven Dubois (CAN) | Semion Elistratov (ROC) |
Após cinco dias, acertei 15 dos 37 campeões (40,5%), coloquei 25 deles no pódio (67,6%) e coloquei 53 dos 111 medalhistas no pódio (47,7%).
Com duas vitórias, a Alemanha se isola na frente do quadro com 5-3-0, enquanto Noruega 4-2-4 e Suécia 4-1-2 vêm na sequência. A Holanda com 3-3-1 e a China 3-2-0 completam o top-5. Estados Unidos finalmente conquistaram seu primeiro ouro e com 1-5-1 agora estão em 10º no quadro. 19 países já levaram um ouro e 23 pelo menos uma medalha.