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Os Olímpicos

Prévia Pequim-2022 – Snowboard

(Laurent Salino/Agence Zoom/Getty Images)

Um dos esportes mais queridos dos Jogos de Inverno, o snowboard só entrou pro programa olímpico em Nagano-1998, com a prova de slalom gigante, no mesmo formato do esqui alpino, e do halfpipe. Em 2002 o slalom gigante virou slalom gigante paralelo e a modalidade só cresceu nas edições seguintes com a inclusão do snowboard cross em Turim-2006, do slopestyle em Sochi-2014 e do Big Air em PyeongChang-2018.

Em 40 provas olímpicas na história, os Estados Unidos são os maiores medalhistas com 14 ouros e 31 pódios, seguidos da Suíça, com 8 ouros e 13 medalhas. É um dos esportes mais cosmopolitas e já teve 22 países diferentes medalhando na história. A estrela americana Shaun White é o único tricampeão olímpico da história, ao vencer o halfpipe em 2006, 2010 e 2018. Ele vai pra sua última Olimpíada aos 35 anos.

Como funciona

Há vários formatos diferentes de provas na modalidade. No snowboard cross, os atletas descem em baterias uma longa pista e, os dois melhores de cada corrida avançam pra seguinte, até chegar na final. Foi incluída neste ano a prova por equipes, formada por um homem e uma mulher. Os homens largam na frente e, quando cada um deles passar pela linha de chegada, o portão lá na chegada é liberado para que sua parceira comece sua descida. Também é no esquema de baterias, começando nas quartas de final.

Já no slalom gigante paralelo, todos passam por uma qualificatória para formar o chaveamento com os 16 melhores tempos. Os atletas se enfrentam descendo numa pista paralela e o primeiro que chegar na frente vence e avança de chave, até as disputas de medalhas.

Nas provas com pontuação (halfpipe, slopestyle e big air), há uma fase de qualificação e uma final. Cada atletas faz duas apresentações na quali e a melhor nota que conta. Os 12 melhores avançam para as finais, onde cada um terá três chances, valendo a melhor nota. No caso do Big Air, somam-se dois saltos, mas o atleta tem que dizer quais que irão contar conforme ele vai se apresentando, correndo o risco de contar uma nota fraca e deixar uma melhor de fora.

Snowboard Cross masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Pierre Vaultier (FRA); Prata – Jarryd Hughes (AUS); Bronze – Regino Hernández (ESP)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Lucas Eguibar (ESP); Prata – Alessandro Hämmerle (AUT); Bronze – Éliot Grondin (CAN)

No pega-pega do snowboard, tivemos apenas dois campeões em quatro disputas olímpicas. O americano Seth Wescott venceu em 2006 e 2010 enquanto o francês Pierre Vaultier levou em 2014 e 2018.

O alemão Martin Nörl tem se destacado nesta temporada e já venceu três das seis provas da Copa do Mundo. Ele foi 5º no último Mundial. Já o austríaco Alessandro Hämmerle foi prata no último Mundial e já venceu 14 Copas do Mundo com 26 pódios e foi campeão mundial júnior em 2012. O atual campeão mundial é o espanhol Lucas Eguibar, que também tem uma prata no Mundial de 2017 e foi campeão mundial júnior em 2013. Porta-bandeira espanhol em 2018, ele tem 4 vitórias em Copas do Mundo e 14 pódios. Outros fortes nomes da prova são o do italiano Omar Visintin, do americano Nick Baumgartner, dois bronzes em Mundiais, do canadense Éliot Grondin e do austríaco Jakob Dusek. É uma prova bem aberta.

Minha aposta: Ouro – Alessandro Hämmerle (AUT); Prata – Éliot Grondin (CAN); Bronze – Martin Nörl (GER)

Slalom Gigante Paralelo masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Nevin Galmarini (SUI); Prata – Lee Sang-ho (KOR); Bronze – Zan Kosir (SLO)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Dmitry Loginov (RUS); Prata – Roland Fischnaller (ITA); Bronze – Andrey Sobolev (RUS)

A Suíça tem ótimos resultados nesta prova, com três ouros em cinco disputas, sendo o bicampeonato de Philipp Schoch em 2002 e 2006 e a vitória de Nevin Galmarini em 2018.

Mas o favoritismo deve ficar com os austríacos Benjamin Karl, duas medalhas olímpicas, e Andreas Prommegger. Karl é um dos maiores nomes da prova, com cinco títulos mundiais, sendo dois nesta prova e três no slalom paralelo, que só foi olímpico em 2014. Veterano de 36 anos, Karl já disputou 159 Copas do Mundo, venceu 18 e subiu ao pódio em 43. Promegger vai para sua 5ª Olimpíada aos 41 anos, tem 272 participações em Copas do Mundo, 20 vitórias e 47 pódios. dois monstros da prova.

O russo Dmitry Loginov brilhou no Mundial de 2019 ao vencer o ouro nas duas provas de paralelo com apenas 19 anos. Ele já foi incríveis oito vezes campeão mundial júnior, algo quase inimaginável. Chega em Pequim para sua 2ª Olimpíada como um nome fortíssimo e muito jovem, já com 5 ouros e 11 pódios em Copas do Mundo. Mas quem lidera a temporada é o sul-coreano Lee Sang-ho, bronze em 2018. Vale acompanhar o alemão Stefan Baumeister, dois bronze em mundiais, e o veterano italiano de 41 anos Roland Fischnaller, seis medalhas em Mundiais.

Minha aposta: Ouro – Dmitry Loginov (RUS); Prata – Lee Sang-ho (KOR); Bronze – Benjamin Karl (AUT)

Halfpipe masculino

Shaun White (USA)/Reuters

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Shaun White (USA); Prata – Ayumu Hirano (JPN); Bronze – Scotty james (AUS)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Yuto Totsuka (JPN); Prata – Scotty James (AUS); Bronze – Jan Scherrer (SUI)

O dono dessa prova é o americano Shaun White, uma das maiores lendas dos esportes de inverno. Ele é o único tricampeão olímpico do snowboard, tendo vencido em 2006, 2010 e 2018 e ficado em 4º em 2014. Ele já venceu o Superpipe oito vezes nos X-Games e vai para sua última Olimpíada como um dos maiores da história nos esportes de inverno.

Mas ele não terá moleza. O australiano Scotty James é tricampeão mundial (2015, 2017 e 2019), foi bronze em 2018 e venceu quatro vezes os X-Games, incluindo o deste ano em janeiro. O Japão tem Yuto Totsuka, campeão mundial e dos X-Games em 2021, e Ayumu Hirano, prata nas duas últimas Olimpíadas. O suíço Jan Scherrer foi bronze no último Mundial e é outro nome forte da modalidade.

Minha aposta: Ouro – Scotty James (AUS); Prata – Shaun White (USA); Bronze – Yuto Totsuka (JPN)

Slopestyle masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Red Gerard (USA); Prata – Max Parrot (CAN); Bronze – Mark McMorris (CAN)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Marcus Kleveland (NOR); Prata – Sébastien Toutant (CAN); Bronze – Rene Rinnekangas (FIN)

Só deu Estados Unidos no slopestyle do snowboard em Olimpíadas. E eles vem com um time pra levar o ouro novamente. Red Gerard busca o bicampeonato, Chris Corning foi campeão mundial em 2019 e Dusty Henricksen venceu os X-Games em 2021 e foi ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2020.

Só que o Canadá tem Mark McMorris, talvez o maior nome desta prova na história. Ele foi bronze em 2014 e 2018 e já venceu os X-Games seis vezes no slopestyle, incluindo este ano. O time canadense ainda tem Max Parrot, prata em 2018, e Sébastien Toutant. Um que pode estragar a festa da América do Norte é o norueguês Marcus Kleveland, atual campeão mundial e com duas vitórias nos X-Games, alémd o sueco Sven Thorgren e do finlandês Rene Rinnekangas.

Minha aposta: Ouro – Marcus Kleveland (NOR); Prata – Mark McMorris (CAN); Bronze – Dusty Henricksen (USA)

Big Air masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Sébastien Toutant (CAN); Prata – Kyle Mack (USA); Bronze – Billy Morgan (GBR)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Mark McMorris (CAN); Prata – Max Parrot (CAN); Bronze – Marcus Kleveland (NOR)

Sébastien Toutant foi campeão na estreia da prova em 2018 e lidera a forte equipe canadense que tem ainda Mark McMorris, atual campeão mundial,. e Max Parrot, atual vice mundial. McMorris já venceu o Big Air duas vezes nos X-Games de Aspen e mais duas no Europeu, enquanto Parrot tem cinco vitórias na prova.

O norueguês Marcus Kleveland levou o ouro nos dois últimos X-Games, inclusive este ano. Os suecos Niklas Mattson e Sven Thorgren, o finlandês Rene Rinnekangas e o suíço Jonas Boesiger são outros fortes concorrentes a medalha, assim como os americanos Chris Corning e Red Gerard.

Minha aposta: Ouro – Mark McMorris (CAN); Prata – Max Parrot (CAN); Bronze – Marcus Kleveland (NOR)

Snowboard Cross feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Michela Moioli (ITA); Prata – Julia Pereira de Sousa Mabileau (FRA); Bronze – Eva Samková (CZE)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Charlotte Bankes (GBR); Prata – Michela Moioli (ITA); Bronze – Eva Samková (CZE)

O maior nome desta prova é o da americana Lindsey Jacobellis, pentacampeã mundial, mas com apenas uma prata olímpica em 2006. Na final em Turim, ela liderava com muita folga quando fez um grab na prancha para comemorar a vitória na rampa final. Só que ela caiu a metros da linha de chegada e viu a suíça Tanja Frieden a ultrapassar e levar o ouro. Depois disso, Jacobellis sempre bateu na trave com um 5º lugar em 2010, 7º em 2014 e 4º em 2018. Maior campeã da modalidade, tem 31 vitórias em Copas do Mundo e 57 pódios, sendo dois nesta temporada.

A italiana Michela Moioli foi campeã em PyeongChang e segue em ótima fase em busca do bicampeonato. Com seis medalhas em Mundiais, tem 17 vitórias em Copas do Mundo e é top-3 do mundo desde 2015, com três títulos gerais da temporada. Atual campeã mundial, a britânica Charlotte Bankes lidera a temporada com três vitórias. De olho também na francesa Chloé Trespeuch, bronze em Sochi-2014, e na australiana Belle Brockhoff. Uma enorme ausência é a da checa Eva Samková, campeã olímpica em Sochi e mundial em 2019.

Minha aposta: Ouro – Michela Moioli (ITA); Prata – Charlotte Bankes (GBR); Bronze – Lindsey Jacobellis (USA)

Slalom Gigante Paralelo feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Ester Ledecka (CZE); Prata – Selina Jörg (GER); Bronze – Ramona Theresia Hofmeister (GER)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Selina Jörg (GER); Prata – Sofia Nadyrshina (RUS); Bronze – Julia Dujmovits (AUT)

O resultado de PyeongChang-2018 foi inesquecível com a vitória da checa Ester Ledecka. Ela era a favorita e confirmou, mas o que chamou a atenção do mundo foi que ela se tornou a primeira mulher da história a vencer dois ouros numa mesma Olimpíada em esportes diferentes, pois uma semana antes ela vencera o Super-G no esqui alpino por apenas um centésimo. Apesar de não fazer uma grande temporada, ela é um nome fortíssimo com 20 vitória no circuito e 33 pódios.

A Áustria tem dois nomes fortíssimos: Daniela Ulbing é a líder da Copa do Mundo no paralelo e Julia Dujmovits foi campeã olímpica no slalom paralelo, olímpico apenas em 2014. A russa Sofiya Nadyrshina foi campeã mundial do slalom paralelo e prata nesta prova em 2021, com 17 anos. Também brilhou muito como júnior, vencendo seis ouros e duas pratas. De olho no forte time alemão com Ramona Hofmeister, bronze em 2018, Carolin Langenhorst e Melanie Hochreiter.

Minha aposta: Ouro – Sofiya Nadyrshina (RUS); Prata – Ramona Hofmeister (GER); Bronze – Ester Ledecka (CZE)

Halfpipe feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Chloe Kim (USA); Prata – Liu Jiayu (CHN); Bronze – Arielle Gold (USA)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Chloe Kim (USA); Prata – Maddie Mastro (USA); Bronze – Queralt Castellet (ESP)

As americanas são a principal força do halfpipe feminino, tendo conquistado quatro ouros com quatro atletas diferentes, sendo a última a espetacular Chloe Kim. Ela tem apenas 21 anos e já é campeã olímpica, atual bicampeã mundial, levou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2016 nesta prova e no slopestyle e já venceu os X-Games de Aspen cinco vezes. É favorita absoluta ao ouro e uma das mais favoritas a vencer em todas as modalidade dos Jogos Olímpicos de Pequim ao lado do alemão Francesco Friedrich no bobsled.

A briga está pelas outras medalhas. A chinesa Cai Xuetong foi bicampeã mundial em 2015 e 2017 e é a grande esperança da casa no snowboard feminino. O Japão tem um excelente time liderado pelas irmãs Ruki e Sena Tomita, campeã dos X-Games esse ano. A espanhola Queralt Castellet tem duas medalhas em Mundiais e vai pra sua 5ª Olimpíada em sua melhor fase, com seis vitórias e 17 pódios em Copas do Mundo no currículo. Completam o time de favoritas a americana Maddie Mastro.

Minha aposta: Ouro – Chloe Kim (USA); Prata – Queralt Castellet (ESP); Bronze – Sena Tomita (JPN)

Slopestyle feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Jamie Anderson (USA); Prata – Laurie Blouin (CAN); Bronze – Enni Rukajärvi (FIN)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Zoi Sadowski-Synnott (NZL); Prata – Jamie Anderson (USA); Bronze – Tess Coady (AUS)

A americana Jamie Anderson busca o tricampeonato olímpico da prova. Com mais duas medalhas em Mundiais, Anderson já venceu 11 etapas da Copa do Mundo na carreira. Mas sua maior rival será a neozelandesa Zoi Sadowski-Synnott, que é a atual bicampeã mundial. Ela venceu já três vezes os X-Games nesta prova e tem grandes chances de conquistar o primeiro ouro da história nos Jogos de Inverno pra Nova Zelândia.

Prata em PyeongChang, a canadense Laurie Blouin tem três medalhas em X-Games e foi campeã mundial em 2017. Na briga pelas medalhas tem ainda a austríaca Anna Gasser, a australiana Tess Coady e as japonesas Kokomo Murase e Reira Iwabuchi.

Minha aposta: Ouro – Zoi Sadowski-Synnott (NZL); Prata – Jamie Anderson (USA); Bronze – Laurie Blouin (CAN)

Big Air feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Anna Gasser (AUT); Prata – Jamie Anderson (USA); Bronze – Zoi Sadowski-Synnott (NZL)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Laurie Blouin (CAN); Prata – Zoi Sadowski-Synnott (NZL); Bronze – Miyabi Onitsuka (JPN)

Os mesmos nomes do slopestyle devem brilhar aqui no Big Air. A neozelandesa Zoi Sadowski-Synnott foi bronze em 2018 e prata no Mundial de 2021, mas venceu os X-Games em janeiro e está numa ótima fase. A canadense Laurie Blouin é a atual campeã mundial e levou os X-Games em 2019. Já a Austríaca Anna Gasser, campeã olímpica da prova, busca o bicampeonato com ainda um título mundial de 2017 e os X-Games de 2018 no currículo. As japonesas Reira Iwabuchi e Miyabi Onitsuka, além da americana Jamie Anderson podem beliscar um pódio.

Minha aposta: Ouro – Laurie Blouin (CAN); Prata – Zoi Sadowski-Synnott (NZL); Bronze – Miyabi Onitsuka (JPN)

Snowboard Cross por Equipe mista

Pódio PyeongChang-2018: não foi disputada

Pódio último mundial (2021): Ouro – Jarryd Hughes/Belle Brockhoff (AUS); Prata – Lorenzo Sommariva/Michela Moioli (ITA); Bronze – Léo Le Blé Jaques/Julia Pereira de Sousa Mabileau (FRA)

A Itália pinta como grande favorita aqui com Michela Moioli e Lorenzo Sommariva. Eles foram prata no último Mundial e venceram a única prova disputada na Copa do Mundo nesta temporada. Moioli está em ótima fase e deve ajudar muito na prova. Os australianos Jarryd Hughes e Belle Brockhoff foram campeões mundiais em 2021 e uma boa aposta de medalha. Muitas duplas ainda não foram definidas, mas as formações da França, Estados Unidos e até uma outra dupla italiana seriam fortes.

Minha aposta: Ouro – Itália; Prata – Estados Unidos; Bronze – Austrália

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