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Os Olímpicos

Prévia Pequim-2022 – Saltos em Esqui

Confira prévia de uma das provas mais tradicionais dos Jogos de Inverno

Uma das provas mais tradicionais, os saltos em esqui estão presentes nos Jogos desde a sua primeira edição em Chamonix-1924, com a disputa do salto masculino na pista grande, uma das poucas provas que estiveram em todas as edições olímpicas de inverno. Em Innsbruck-1964 os homens também passaram a disputar na pista curta e em Calgary-1988 entrou pro programa a prova por equipes na longa. Mas foi apenas em Sochi-2014 que as mulheres entraram na disputa olímpica, na pista curta e estreia neste ano a prova de equipe mista na curta, dando mais uma chance de medalha às mulheres.

Em 49 disputas olímpicas, a Noruega é a maior vencedora com 11 ouros e 35 medalhas, seguida de perto pela Finlândia, com 10 ouros e 22 pódios. O maior medalhista olímpico é o finlandês Matti Nykänen, com 4 ouros e 1 prata, mas o suíço Simon Ammann tem 4 ouros, todos individuais.

Como funciona

Nas disputas individuais masculinas, há uma fase de qualificação e uma final, enquanto as mulheres disputam um final direta. Na quali, cada atleta dá apenas um salto e os 50 melhores avançam pra final. Na decisão, os 50 saltam uma vez e os 30 melhores dão um 2º salto. Os pontos são somados para determinar a classificação. Nas provas por equipes, cada time tem 4 atletas e cada um salta uma vez. As 8 melhores equipes vão pra 2ª rodada e cada atleta dá mais um salto. Na equipe mista, participam 2 homens e 2 mulheres.

A pontuação é um pouco complicada. Cada rampa possui um índice chamado de K-point, que seria a distância ideal. Se o atleta pousar nessa distância, ele ganha 60 pontos. Para cada metro a mais ou a menos, a pontuação aumenta de acordo com um fator que depende do tamanho da rampa. Na pista curta, esse fator é 2,0 pontos/m e na longa é de 1,8. Além disso, há uma compensação pelo degrau que o atleta parte. Se ele sai de um mais abaixo, ele ganha pontos, se sai de um mais alto, perde, mas as regras para mudar de portão são bem restritas e, em geral, todos saem da mesma. Também há uma compensação pelo vento, se é a favor ou contra.

Além disso, há notas dadas por cinco juízes, que avaliam a largada, o voo e, principalmente, o pouso. A nota vai de 0 a 20. Exclui-se a maior e a menor e somam-se as 3 intermediárias para chegar na pontuação dos juízes. Para chegar na pontuação do salto, somam-se os pontos de distância, da porta, do vento e dos juízes. Uma nota boa fica em torna de 130,0 pontos.

Normal hill masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Andreas Wellinger (GER); Prata – Johann André Forfang (NOR); Bronze – Robert Johansson (NOR)

Pódio último Mundial (2021): Ouro – Piotr Zyla (POL); Prata – Karl Geiger (GER); Bronze – Anze Lanisek (SLO)

O salto na pista curta só entrou no programa olímpico em Innsbruck-1964. É uma prova bem pouco disputada no circuito da Copa do Mundo, que prioriza as pista longas ou até mesmo a maiores ainda, chamadas de flying hill. Ainda assim, é sempre disputada em Mundiais e Jogos Olímpicos. O único bicampeão olímpico deste prova é o suíço Simon Amman, que venceu nas duas pistas em dois Jogos diferentes, em Salt Lake City-2002 e em Vancouver-2010.

Os saltadores de elite não costumam serem especializados na pista curta, então os favoritos aqui tendem a ser os mesmos da pista longa. Dois nomes tem se destacado na temporada e estão quase empatados na classificação geral da Copa do Mundo: o alemão Karl Geiger e o japonês Ryoyu Kobayashi. Geiger tem 4 títulos mundiais, todos em provas por equipes, mas soma 3 medalhas em provas individuais, incluindo a prata nesta prova no último Mundial. Já foi campeão mundial do ski flying em 2020 e venceu 13 etapas do circuito na carreira, com 31 pódios. Kobayashi surgiu na temporada de 2018-19 de forma avassaladora, vencendo 13 etapas, e levando todos os torneios durante a temporada, inclusive o prestigiado Four Hills, que reúne na virada do ano quatro provas, duas na Alemanha e duas na Áustria. Na temporada atual, ele venceu 7 provas e foi novamente campeão do Four Hill, mas segue em busca de sua 1ª medalha olímpica.

A Noruega vem sempre muito forte. Robert Johansson foi bronze nas duas provas individuais em PyeongChang-2018 e foi prata no último Mundial na longa, além de ter ficado muito famoso pelo seu belíssimo bigode. Halvor Egner Granerud foi campeão geral da Copa do Mundo em 2020-21, quando venceu 11 etapas. Completam a equipe Daniel-André Tande, Johann André Forfang e Marius Lindvik, presenças constantes em pódios de Copas do Mundo. Vale ainda ficar de olho no esloveno Anze Lanisek, atual campeão mundial na rampa menor e no veterano austríaco Stefan Kraqft, 12 medalhas em Mundiais, sendo três ouros individuais, mas nenhuma olímpica ainda.

Minha aposta: Ouro – Ryoyu Kobayashi (JPN); Prata – Halvor Egner Granerud (NOR); Bronze – Karl Geiger (GER)

Large hill masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Kamil Stoch (POL); Prata – Andreas Wellinger (GER); Bronze – Robert Johansson (NOR)

Pódio último Mundial (2021): Ouro – Stefan Kraft (AUT); Prata – Robert Johansson (NOR); Bronze – Karl Geiger (GER)

Presente desde a primeira Olimpíada de Inverno em Chamonix-1924, o salto na pista longa foi dominado no início pelos noruegueses, que venceram nas 6 primeiras edições, mas não faturam o ouro desde Innsbruck-1964. A Finlândia teve seu domínio nos anos 1980, liderada por Matti Nykänen, mas quem venceu nas duas últimas Olimpíadas foi o polonês Kamil Stoch. Em Mundiais, o jejum norueguês é menor, mas ainda assim longo e dura desde 1995. Esta é a principal prova masculina e a mais disputada em alto nível. Em 1.046 etapas na história da Copa do Mundo, 757 foram na pista longa.

Os favoritos tendem a ser os mesmos que mencionei na pista curta. O japonês Ryoyo Kobayashi e o alemão Karl Geiger lideram a Copa do Mundo quase empatados e com certa folga sobre os seguintes. Toda a equipe norueguesa vem muito forte, com destaque para Marius Lindvik e Halvor Egner Granerud. Da Alemanha também vem Markus Eisenbichler, que saiu do Mundial de 2019 com 3 ouros e do de 2021 com mais 2. O esloveno Anze Lanisek bem em boa fase e o austríaco Stefan Kraft, atual campeão mundial da prova, segue entre os favoritos.

Minha aposta: Ouro – Karl Geiger (GER); Prata – Ryoyu Kobayashi (JPN); Bronze – Stefan Kraft (AUT)

Large hill por equipes masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Noruega; Prata – Alemanha; Bronze – Polônia

Pódio último Mundial (2021): Ouro – Alemanha; Prata – Áustria; Bronze – Polônia

A prova por equipes estreou em Calgary-1988 com vitória finlandesa, liderados pelo grande Matti Nykänen, um dos maiores nomes da história dos saltos. Em 9 disputas olímpicas, a Alemanha é a maior vencedora com 3 ouros e 6 pódios, seguida de Finlândia e Áustria, com 2 ouros cada. Já a Noruega é a atual campeã olímpica. Em Mundiais, a Finlândia lidera com 7 ouros, mas a Alemanha levou as duas últimas edições, e em ambas seguida da Áustria.

Para Pequim, nenhuma equipe vai chegar como favorita absoluta a esta sempre emocionante prova. A Áustria levou duas das três provas por equipes disputadas nesta temporada e a Eslovênia venceu a outra. Noruega e Alemanha tem equipes espetaculares e muito regulares, assim como o Japão, que conta com Ryoyu Kobayashi. Fora essas cinco equipes, a Polônia é a única que pode surpreender, embora seus atletas não tenham conseguidos grandes resultados na temporada. Eles contam com Kamil Stoch, bicampeão olímpico na pista maior, Dawid Kubacki, campeão mundial em 2019, e Piotr Zyla, campeão mundial em 2021.

Minha aposta: Ouro – Áustria; Prata – Alemanha; Bronze – Noruega

Normal hill feminino

Marita Kramer (AUT)

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Maren Lundby (NOR); Prata – Katharina Althaus (GER); Bronze – Sara Takanashi (JPN)

Pódio último Mundial (2021): Ouro – Ema Klinec (SLO); Prata – Maren Lundby (NOR); Bronze – Sara Takanashi (JPN)

O salto feminino é uma modalidade ainda nova, mas que trem crescido bastante e melhorado muito de nível. Entrou para o programa dos Mundiais em 2009, teve sua primeira Copa do Mundo na temporada de 2011/12, estreou nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2012 e fez sua estreia olímpica em Sochi-2014. A alemã Carina Vogt foi a campeã na 1ª edição e a norueguesa Maren Lundby venceu em 2018. Também bicampeã mundial e tricampeã da Copa do Mundo, Lundby desistiu da temporada e da busca pelo bicampeonato olímpico, alegando problemas com seu corpo.

Sem Lundby, o favoritismo recai sobre a austríaca Marita Kramer, 4ª no último Mundial nas duas pistas e atual líder da temporada, após 6 vitórias em etapas. Mas talvez o maior nome dos saltos femininos é o da japonesa Sara Takanashi. Ela foi ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2012 com 15 anos e passou a dominar o circuito de maneira absoluta. Ela possui até hoje 61 vitórias individuais em Copas do Mundo, mais que qualquer homem. Na temporada de 2013-14, Takanashi venceu 15 das 18 etapas e subiu ao pódio nas outras 3. Apesar do seu histórico, ela nunca foi campeã mundial ou olímpica individual. Em Sochi terminou nem 4º e foi bronze em PyeongChang. Em Mundiais, tem duas pratas e dois bronzes individuais. Hoje ela não tem o mesmo domínio que tinha, mas ainda figura entre as melhores do mundo.

A Eslovênia fez um grande trabalho de formação e agora tem 3 atletas no top-5 da Copa do Mundo. Ema Klinec foi campeã dos Jogos da Juventude em 2016 e mundial na pista curta em 2021. Nika Krizar foi campeã da temporada da Copa do Mundo de 2020-21 e Ursa Bogataj já soma 5 pódios na temporada. De olho ainda na alemã Katharina Althaus, vice mundial em 2019 e 4 ouros mundiais em provas por equipe.

Atualização: Marita Kramer testou positivo para Covid ainda na Alemanha, na última etapa da Copa do Mundo, e está fora dos Jogos.

Minha aposta: Ouro – Ema Klinec (SLO); Prata – Nika Kriznar (SLO); Bronze – Katharina Althaus (GER)

Normal hill por equipes mistas

Pódio PyeongChang-2018: prova não disputada

Pódio último Mundial (2021): Ouro – Alemanha; Prata – Noruega; Bronze – Áustria

Estreia em Pequim a prova por equipes mistas, que dará mais uma chance de medalhas para as mulheres. Em Mundiais, ela já foi disputada 5 vezes e a Alemanha venceu nas últimas quatro oportunidades.

Os alemães chegam como uma força enorme, mas deve encontrar dificuldade com a Eslovênia e a Áustria. Na semana passada tivemos uma etapa da Copa do Mundo mista e os eslovenos levaram a melhor. A Áustria tem sua sempre ótima equipe masculina e conta com a líder da Copa do Mundo no feminino Marita Kramer. A Noruega corre por fora, principalmente após a ausência da campeã olímpica em 2018 Maren Lundby. O Japão também pode brigar, com Ryoyu Kobayashi e Sara Takanashi na equipe.

Minha aposta: Ouro – Eslovênia; Prata – Alemanha; Bronze – Japão

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