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Os Olímpicos

Prévia Pequim-2022 – Combinado Nórdico

Única modalidade que une dois esportes diferentes nos Jogos de Inverno, o combinado nórdico é composto por duas fases: saltos em esqui e esqui cross-country. Presente no programa olímpico desde a primeira edição em Chamonix-1924, o combinado nórdico é disputado apenas por homens nos Jogos Olímpicos e tem como grande vencedor histórico a Noruega, com 13 ouros e 31 medalhas em 37 disputas na história. Três atletas possuem 3 ouros olímpicos na carreira: o austríaco Felix Gottwlad (3-1-3), o alemão Eric Frenzel (3-1-2) e o finlandês Samppa Lajunen (3-2-0). Frenzel é o único destes que ainda compete e pode se isolar na liderança.

Nos últimos anos, a Federação Internacional de Esqui (FIS) tem promovido o crescimento do combinado nórdico feminino com o intuito de incluir a prova na próxima edição em Milão/Cortina-2026, mas ainda é um esporte iniciante e precisa de um pouco mais de bagagem. Mas ele já fez sua estreia no Mundial adulto em 2021 e está em sua segunda temporada da Copa do Mundo. A FIS também quer uma disputa em equipes mistas para 2026. É o único esporte de verão ou inverno disputado apenas por homens nos Jogos Olímpicos.

Como funciona

Há vários formatos de prova, que foram se alterando ao longo dos anos, mas o mais comum é o conhecido como Gundersen, criado pelo atleta norueguês Gunder Dundersen nos anos 1980. Neste método, todos os atletas começam zerados e vão disputar a prova de saltos, na pista menor ou na maior, dependendo da prova. Após cada um dar um salto, a diferença de pontos é convertida em tempo. O melhor dos saltos larga na frente na prova de 10km e os outros largam depois de acordo com a conversão de pontos da prova anterior e a prova vira uma perseguição. Quem cruzar na frente, vence.

Esta conversão de pontos em tempo depende de uma tabela definida nas regras do combinado nórdico. Nas provas individuais, cada ponto atrás do líder nos saltos significa 4s de defasagem na largada.

A prova por equipe segue o mesmo padrão. As equipes são formadas por quatro atletas e todos devem fazer um salto na pista maior. As pontuações são somadas e, neste caso, cada ponto atrás significa 1,3s de defasagem na largada da prova de revezamento 4x5km. A equipe que cruzar na frente é a campeã.

Há outros formatos, como o de saída em massa e sprint por equipes, mas não são disputados nos Jogos Olímpicos.

Normal Hill/10km individual masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Eric Frenzel (GER); Prata – Akito Watabe (JPN); Bronze – Lukas Klapfer (AUT)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Jarl Magnus Riiber (NOR); Prata – Ilkka Herola (FIN); Bronze – Jean Luraas Oftebro (NOR)

Disputa desde Chamonix-1924 nos Jogos Olímpicos, a prova consistia em dois saltos até 2006 e, a partir de Vancouver-2010 virou apenas um salto. A distância do cross-country também já variou bastante, começando com 18km, passando por 15km e chegando aos 10km atuais. A tabela de conversão também já sofreu algumas alterações até chegar na atual. A Noruega dominou nas primeiras edições, fazendo 4 pódios completos. Nos anos 1970, foi a vez da Alemanha liderar com Ulrich Wehling vencendo por três vezes seguidas entre 1972 e 1980. Nas últimas edições, o alemão Eric Frenzel que venceu tanto em Sochi-2014 como em PyeongChang-2018. São 10 ouros noruegueses contra 8 alemães em 23 disputas olímpicas. Esta prova é uma das apenas 10 que estiveram presentes em todos os Jogos Olímpicos de Inverno.

Desde a temporada 2018-19 o combinado nórdico tem se resumido a um nome: o do norueguês Jarl-Magnus Riiber. Nesta temporada, com apenas 21 anos, Riiber venceu 12 etapas individuais e seguiu dominando nas seguintes, com 14 em 2019-20, 9 em 2020-21 e sete nesta temporada 2021-22, vencendo todas que disputou. Exímio saltador, Riiber domina a primeira etapa da prova e chega pro cross-country com uma ótima vantagem, a qual ele só precisa manter para vencer. Com 24 anos, ele já soma 43 vitórias individuais e está a apenas 5 de igualar o finlandês Hannu Manninen como maior vencedor da história. O norueguês ainda soma 4 ouros e 3 pratas em Mundiais. Em PyeongChang-2018, com 20 anos, ele foi prata por equipes e ficou em 4º lugar nas duas provas individuais.

O austríaco Johannes Lamparter é outro jovem que tem brilhado na modalidade. Ele tem 20 anos e já soma 2 ouros e 1 bronze em Mundiais, conquistados em 2021. Neste mês de janeiro venceu 3 provas da Copa do Mundo, incluindo as duas deste último fim de semana em Klingenthal, na Alemanha, e assumiu a liderança geral da Copa do Mundo antes dos Jogos, aproveitando a ausência de Riiber. O japonês Akito Watabe foi prata nesta prova nas duas últimas Olimpíadas e é presença constante em pódios de Copa do Mundo, além de somar 5 medalhas em Mundiais, sendo 3 individuais. São 19 vitórias em Copas do Mundo e 74 pódios na carreira, mas não vem fazendo uma grande temporada, sem nenhum pódio até aqui.

Não dá para descartar a forte equipe alemã. O veterano Eric Frenzel também tem 43 vitórias individuais em Copas do Mundo em mais de 240 participações. Tem 6 medalhas olímpicas no currículo, sendo 3 de ouro e nada menos que 17 medalhas em Mundiais, sendo 7 ouros, 3 individuais. Venceu 5 temporadas seguidas da Copa do Mundo e busca o tricampeonato olímpico da prova. Seu compatriota Joahnnes Rydzek levou dois ouros em PyeongChang-2018, assim como Frenzel, mas brilhou mesmo no Mundial de 2017, quando levou 4 ouros, vencendo as 4 provas disputadas. Vale ficar de olho também no alemão Vinzenz Geiger, no norueguês Joergen Graabak e no estoniano Kristjan Ilves.

Minha aposta: Ouro – Jarl Magnus Rioiber (NOR); Prata – Johannes Lamparter (AUT); Bronze – Vinzenz Geiger (GER)

Large Hill/10km individual masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Johannes Rydzek (GER); Prata – Fabian Reissle (GER); Bronze – Eric Frenzel (GER)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Johannes Lamparter (AUT); Prata – Jarl Magnus Riiber (NOR); Bronze – Akito Watabe (JPN)

Já esta prova na pista mais longa é mais bem recente na história olímpica, tendo feito sua estreia apenas em Salt Lake City-2002. Em 5 disputas, 5 atletas de 5 países diferentes a venceram. Em PyeongChang-2018, a Alemanha sobrou e completou o pódio, com vitória de Johannes Rydzek.

Os favoritos aqui são basicamente os mesmos da prova na pista curta, com forte favoritismo para o norueguês Jarl Magnus Riiber, o melhor saltador do circuito das três últimas temporadas. Riiber acertando o salto, deve ficar em primeiro e abrir boa vantagem para os 10km. O austríaco Johannes Lamparter chegará confiante com duas vitórias neste último fim de semana, nas duas últimas provas antes dos Jogos, ambas na pista longa de Klingenthal, na Alemanha.

Os alemães Vinzenz Geiger e Eric Frenzel, o japonês Akito Watabe, o norueguês Joergen Graabak seguem na lista de principais nomes aqui também.

Minha aposta: Ouro – Jarl Magnus Riiber (NOR); Prata – Eric Frenzel (GER); Bronze – Johannes Lamparter (AUT)

Large Hill/4x5km por equipe masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Alemanha; Prata – Noruega; Bronze – Áustria

Pódio último mundial (2021, foi disputada como normal hill): Ouro – Noruega; Prata – Alemanha; Bronze – Áustria

A prova por equipes do combinado nórdico fez sua estreia olímpica em Calgary-1988 e segue no programa olímpico desde então. A única diferença é que entre 1988 e 1994 cada equipe contava com apenas 3 atletas e não os 4 atuais. Em 9 disputas olímpicas, Noruega, Áustria e Japão tem 2 ouros cada.

Na história mais recente, Noruega, Alemanha e Áustria tem se mantido no pódio, trocando apenas a ordem. Os três países estiveram no pódio de Sochi-2014 e PyeongChang-2018 e dos três últimos Mundiais. Sendo assim, é difícil imaginar que as medalhas não fiquem com essas equipes.

A Noruega venceu nos dois últimos Mundiais, liderados pelo Jarl Magnus Riiber, tomando o espaço da Alemanha, que levou os Mundiais de 2015 e 2017 e o ouro na última Olimpíada. Enquanto isso, a Áustria foi bronze nestas 5 competições.

Na atual temporada da Copa do Mundo, apenas 2 noruegueses aparecem entre os 10 melhores na classificação, mas eles seguem como favoritos aqui, liderados por Riiber. A Alemanha teve uma certa renovação na sua equipe e tem boas chances de brigar pelo ouro, já que tem melhores esquiadores que a Noruega. A Áustria tem Johannes Lamparter e alguns atletas mais veteranos como Lukas Klapfer e Mario Seidl. Quem poderia estragar este domínio europeu é o Japão, que tem uma boa equipe e já beliscou alguns pódios recentes em provas por equipe na Copa do Mundo.

Minha aposta: Ouro – Noruega; Prata – Alemanha; Bronze – Áustria

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