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Os Olímpicos

Dia 16 – Duas pratas e o fim de Jogos históricos

Brasil encerra os Jogos com mis duas pratas e chega a 21 medalhas

Prata no vôlei

Elas chegaram desacreditas e fora das listas de favoritas, mas se superaram e chegaram à decisão olímpica. Passaram por uma torção no pé da levantadora Macris, que quase a tirou dos Jogos, e por um caso de doping de Tandara, que foi obrigada a voltar imediatamente ao Brasil. Mas na final, não jogaram bem e foram derrotadas pelos Estados Unidos por 3-0 (25-21, 25-20, 25-14), que conquistou seu ouro inédito no vôlei feminino. Ainda assim, uma prata inédita no vôlei feminino e muito merecida sim para essas jogadoras. Na disputa do bronze, a Sérvia venceu a Coreia do Sul por 3-0 (25-18, 25-15, 25-15).

Brasil fecha com 3 medalhas no boxe

Bia Ferreira prata boxe Jogos Olímpicos
(Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br)

Foi a melhor campanha da história do boxe brasileiro, com uma medalha de cada cor e igualando o número de 3 medalhas conquistadas em Londres-2012, quando vencemos 1 prata e 2 bronzes. Na primeira final do dia, Beatriz Ferreira enfrentou a irlandesa Kellie Harrington, ambas campeãs mundiais na categoria leve, Bia em 2019 e Kellie em 2018. O 1º round foi disputado, mas com vitória da irlandesa, que, apesar de abusar dos clinches, acabou vencendo os dois rounds seguintes para ficar com o ouro sobre a brasileira. A tailandesa Sudaporn Seesondee e a finlandesa Mira Potkonen foram bronze.

O 4º ouro do boxe cubano em Tóquio veio com Andy Cruz no peso leve, até 63kg. Bicampeão mundial, ele venceu o americano Keyshawn Davis por 4-1 e conquistou o 41º ouro cubano na história do boxe. As medalhas de bronze foram para o armênio Hovhannes Bachkov e para o australiano Harry Garside.

Na última final feminina, no peso médio, vitória por unanimidade da britânica Lauren Price sobre a chinesa Li Qian, que era a última chance de ouro chinês nos Jogos. Bronze ficaram com a holandesa Nouchka Fontijn e com a russa Zemfira Magomedalieva.

E fechando o boxe, a disputa do super-pesado. E foi uma vitória acachapante do usbeque Bakhodir Jalolov, campeão mundial em 2019. Ele pasosu o carro, principalmente no 2º round, sobre o jovem estadunidense Richard Torrez, de 22 anos. O britânico Frazer Clarke e o cazaque Kamshybek Kunkabayev completaram o pódio.

Kipchoge vence a maratona

Eliud Kipchoge conquista o bicampeonato olímpico da maratona (Feline Lim/Reuters)

Numa dura prova da maratona por conta do calor em Sapporo, muitas desistências. Mas nada foi problema para Eliud Kipchoge. Maior nome da atualidade nesta distância, o queniano liderou do início ao fim, disparando com 10km pro fim e completando sozinho em 2:08:38 para faturar o bicampeonato olímpico. Ele tem 15 maratonas na carreira, venceu 13 delas e ficou em 2º em uma. Três corredores chegaram juntos para disputar a prata, mas o holandês Abdi Nageeye e o belga Bashir Abdi deixaram o queniano Lawrence Cherono pra trás nos metros finais. Prata pra Nageeye com 2:09:58 e bronze para Abdi com 2:10:00. O brasileiro Daniel do Nascimento fez uma grande prova, correndo lado a lado de Kipchoge até os 26km, mas não aguentou o ritmo e o calor e abandonou a prova. O queniano se tornou o 3º da história a vencer duas vezes a maratona olímpica.

Kenny o maio britânico da história

Fechando as competições no velódromo, a canadense Kelsey Mitchell desbancou as alemãs favoritas e venceu o ouro no sprint feminino, ao vencer na final a ucraniana Olena Starikova por 2-0 na disputa melhor de três. Pelo bronze, Wai Sze Lee, de Hong Kong, campeã mundial em 2019, venceu a alemã Emma Hinze, campeã mundial em 2020. Com este ouro, o Canadá superou o Brasil no quadro de medalhas, igualando os 7 ouros e 6 pratas, mas com 3 bronzes a mais.

Jason Kenny vence a Keirin e fatura seu 7º ouro na carreira (Getty Images)

Na disputa da Keirin masculina, o britânico Jason Kenny fez uma grande estratégia. Assim que saiu a moto que dita o ritmo da corrida, Kenny viu que havia um espaço entre ele, que estava na frente, e os outros 5 concorrentes, e disparou faltando mais de duas voltas. Foi difícil alguém buscá-lo e ele venceu seu 7º ouro olímpico, o 2º na Keirin, e se tornou o maior campeão olímpico britânica da história. A prata foi pro malaio Azizulhasn Awang e o bronze pro holandês Harrie Lavreysen. Por pouco não veio uma medalha para Jait Tjon En Fa, do Suriname, que ficou em 4º.

Para fechar, a Omnium feminina. Logo na 1ª prova da Omnium, a Scratch, uma queda da italiana Elisa Balsamo derrubou metade das ciclistas, incluindo a favorita Laura Kenny, que buscava o tricampeonato da prova. A americana Jennifer Valente acabou vencendo a Scratch e, aproveitando a queda de Kenny, que perdeu muitos pontos na disputa, levou o ouro após a corrida por pontos, a 4ª prova da Omnium. Valente somou 124 pontos contra 110 da japonesa Yumi Fujihara e 108 da holandesa Kirsten Wild. Kenny, que levou muitos pontos nos sprints, não conseguiu dar uma volta no pelotão, o que lhe daria 20 pontos, e acabou em um decepcionante 6º lugar com 96 pontos.

Bulgária encerra mais uma hegemonia russa

Depois de perder o ouro no individual geral no dia anterior na ginástica rítmica para uma israelense, foi a vez da Bulgária encerrar uma sequência de 5 ouros russos na prova de grupos. Com apresentações espetaculares, as búlgaras tiraram as melhores notas nas duas apresentações, 47,550 na de 5 bolas e 44,550 no aparelho misto maças e arcos. Na soma, 92,100 contra 90,700 da equipe russa e 87,700 pro bronze da Itália.

França também vence handebol feminino

Assim como a seleção masculina fez no sábado, a França venceu seu primeiro título olímpico no handebol feminino, derrotando na final a equipe russa, que defendia o ouro do Rio, por 30-25. A Noruega, talvez o maior país da história do handebol feminino, ficou com o bronze após massacrar a Suécia por 36-19, 7ª medalha norueguesa em 8 disputas.

Estados Unidos venceu mais uma no basquete

A equipe dos Estados Unidos venceu seu 7º ouro seguido no basquete feminino, dessa vez com 90-75 sobre o Japão, que surpreendeu ao chegar à decisão olímpica. Diana Taurasi e Sue Bird chegaram ao 5º ouro olímpico e são as atletas mais bem sucedidas da história em esportes coletivos. A França venceu a Sérvia por 91-76 e ficou com o bronze.

Bicampeonato no pólo

Foi a última final dos Jogos. Campeã no Rio-2016, a Sérvia repetiu o ouro do Rio-2016 no pólo aquático masculino ao derrotar na final por 13-10 a equipe da Grécia. Apesar de não ter o domínio que tinha há 5 anos e não ter feito uma grande campanha, com 2 derrotas na 1ª fase, bela vitória da equipe europeia. No bronze, vitória da Hungria por 9-5 sobre a Espanha. Maior vencedora da história do pólo, com 9 ouros, a Hungria tinha ficado fora do pódio em 2012 e 2016.

Assim encerro o resumo de todas as 339 finais olímpicas de Tóquio, numa Olimpíada espetacular, que funcionou perfeitamente e nos deu um show de emoção pelas madrugadas afora.

Nesta semana, algumas análises de tudo o que aconteceu, já de olho em Paris-2024!

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