Prata brasileira no park
Na última final do skate em Tóquio, no park masculino, o Brasil conquistou sua 3ª prata com Pedro Barros. Os três brasileiros pegaram final passando entre os 4 melhores na qualificação. Mas na decisão, show do australiano Keegan Palmer, que fez duas voltas para mais de 94 pontos, o único a passar dos 90, e ficou com o ouro com 95,83. Pedro Barros, um dos grandes nomes da modalidade, ficou com a prata com 86,14 e o americano Cory Juneau completou o pódio com 84,13. Luiz Francisco, que tinha ficado com a melhor nota na quali, por muito pouco não pegou medalha, acabando em 4º com 83,14.
Crouser e Warner brilham no atletismo
Na sessão da manhã no Estádio Olímpico, a única final de pista foi os 110m com barreiras masculino. O americano Grant Holloway tinha quase batido o recorde mundial de 12.80 na seletiva americana, ficando a 1 centésimo com 12.81 e era o completo favorito. Ele largou muito bem, assumindo a ponta com mais de um passo de vantagem já na 2ª e 3ª barreiras. Mas perdeu o gás e viu o jamaicano Hansle Parchment passá-lo para vencer com 13.04 contra 13.09 de Holloway. Se a prova tivesse mais 1 metro, ele perderia até mesmo a prata, pois outro jamaicano, Ronald Levy, quase o alcançou, pegando bronze com 13.10.
Assim como tem sido nos últimos anos, a prova do arremesso de peso foi sensacional. O americano Ryan Crouser está em outro patamar e fez todos seus arremessos para mais de 22,50m. Ele abriu a prova com um 22,83m já mostrando que iria tentar novamente bater o recorde mundial de 23,37m, que ele mesmo estabeleceu em junho. Na 2ª rodada melhorou para 22,93m, seguiu mandando os 7,260kg do peso longe e, na última rodada, conseguiu um excepcional 23,30m, 2ª melhor marca da história. Campeão mundial em 2019, o também americano Joe Kovacs abriu com 22,19m e depois melhorou para 22,65m para levar a prata. Completou o pódio o neozelandês Tomas Walsh, que fez sua melhor marca na última rodada com 22.47m. Darlan Romani repetiu a 4ª colocação do Mundial de 2019, quando ele perdeu para esses mesmos três. Darlan abriu com 21,88m, mas não melhorou. Mais um grande resultado dele, que é o 4º do mundo, mas ainda tem três adversários num nível acima. Darlan teve Covid, lesões esse ano, perdeu 10kg, teve dois membros da família com Covid grave e está sem o técnico há meses, pois ele é cubano e não consegue voltar pro Brasil. E foi 4º. Um monstro.
O cubano que representa Portugal Pedro Pablo Pichardo confirmou o favoritismo ao vencer o salto triplo com 17,98m obtidos na 3ª rodada. Seus outros dois saltos válidos foram 17,61m, que também lhe dariam o ouro. O chinês Zhu Yaming pegou a prata com 17,57m e Hugues Fabrice Zango, de Burkina Faso, foi bronze com 17,47m. Zango bateu o recorde mundial indoor no início do ano com 18,07m e conquistou a 1ª medalha da história de seu país.
Disputada em Sapporo, no norte do Japão, a marcha de 20km masculina foi vencida por uma zebra, o italiano Massino Stano, que não tem grandes resultados na carreira. Ele superou o calor do meio da tarde e os japoneses e chineses favoritos para vencer com 1:21:05. Dois japoneses completaram o pódio: Koki Ikeda com 1:21:14 e Toshikazu Yamanishi com 1:21:28.
Na sessão noturna, vitória do campeão mundial de Bahamas nos 400m Steven Gardiner. Ele deu a volta na pista em 43.85 para levar o ouro. O colombiano Anthony Zambrano ficou com a prata com 44.08 e Kirani James, de Granada, bronze com 44.19. O americano Michael Norman, que era o favorito, acabou sendo superado e ficou em 5º.
Foi uma prova muito estranha do salto com vara feminino. Já na primeira altura em 4,50m, que seria tranquila para todas as finalistas, muitas delas sofreram para passar, inclusive a americano Katie Nageotte e a grega Katerina Stefanidi, que só passaram na 3ª chance. Na próxima altura em 4,70m, um desastre. Apenas a russa Anzhelina Sidorova, campeã mundial, passou de 1ª. Quase todas foram errando e apenas 4 atletas sobraram na prova. O sarrafo seguiu subindo até chegar em 4,90m, quando Nageotte conseguiu passar na 2ª oportunidade para levar o ouro. Ela teve problema cardíacos no ano passado pós-COVID e ainda teve todas as suas varas quebradas ao meio em maio deste ano após pegar um voo nos Estados Unidos. Sidorova e a britânica Holly Bradshaw passaram em 4,85m e ficaram com a prata e o bronze respectivamente.
A belga Nafissatou Thiam levou o bicampeonato olímpico ao vencer no heptatlo com 6791 pontos, graças a uma excelente prova de salto em altura, quando fez 1,92m e levou 1132 pontos. Ela ainda foi a melhor no salto em distância com 6,60m e no dardo com 54,68m. Duas holandesas vieram na sequência: Anouk Vetter, prata com 6689, e Emma Oosterwegel, bronze com 6590. A britânica Katharina Johnson-Thompson, grande adversária de Thiam, vinha pra brigar pelo ouro, mas teve uma lesão no tendão na última prova do 1º dia, nos 200m.
No decatlo, prova excepcional do canadense Damian Warner. Ele começou no 1º dia com 10.12 nos 100m (1066 pontos) e 8.24m no salto em distância (1123), marcas muito boas e seguiu bem nas provas seguintes. No 2º dia, 13.46 (1045) nos 110m com barreiras até vencer após os 1.500m com 9.018 pontos, recorde olímpico, a 5ª melhor marca da história e ele se tornar o 4º atleta a passar dos 9.000 pontos. Recordista mundial, o francês Kevin Mayer, que não fazia um decatlo há mais de 2 anos, foi prata com 8.726 e o australiano Ashley Moloney bronze com 8.649.
Nota 10 mesmo!
Que prova simplesmente espetacular da chinesa de 14 anos Quan Hongchan na plataforma feminina nos saltos ornamentais. A jovem chinesa foi praticamente perfeita. Em 3 dos 5 saltos ela foi nota 10 (considerando os descartes) e em dois deles ela recebeu 10 de todos os 7 juízes. Das 35 notas que ela recebeu na prova toda, foram 24 notas 10. Com 466,20 pontos, ela sobrou pra levar o 6º ouro chinês nos saltos. A chinesa Chen Yuxi foi prata com 425,40 e a australiana Melissa Wu bronze bem distante com 371,40.
Espanhol leva na estreia da escalada
Foi uma grande final da escalada masculina em Tóquio. O espanhol Alberto Ginés López foi o melhor na primeira parte, a de velocidade, vencendo a final com 6.42. Na 2ª parte, o boulder, ele não foi tão bem, nào conseguindo chegar ao topo de nenhuma das 3 paredes, e terminou em 7º. O americano Nathaniel Coleman liderava com um 6º na velocidade e o 1º lugar no boulder. A definição foi pra prova de dificuldade, o lead. Coleman acabou caindo na 34ª alça, enquanto López chegou até a 38ª, garantindo o ouro. Restava apenas o austríaco Jakob Schubert, que conseguiu cegar ao topo, o único a fazer isso, e pegou a medalha de bronze e deu a prata para o americano.
Wellbrock vence a maratona aquática
Liderando do início ao fim, o alemão Florian Wellbrock, que já tinha ficado com o bronze nos 1.500m livre na piscina, sobrou na maratona de 10km. Ele foi pra frente e aos poucos aumentava a sua vantagem até vencer com 1:46:33.7, colocando mais de 25s sobre o húngaro Kristóf Rasovszky que foi prata. O italiano Gregori Paltrinieri pegou o bronze a 27.4 do alemão. Ele também tinha medalhado na piscina, a prata nos 800m livre. Ao lad do tunisiano Oussama Mellouli, eles são os únicos 3 com medalha na piscina e na maratona.
China vence no tênis de mesa mais uma vez
Surpreendendo absolutamente ninguém, a equipe feminina da China venceu a disputa por equipes com 3-0 sobre o time do Japão. Chen Meng/Wang Manyu venceram o 1º jogo nas duplas com 3-1 em Kasumi Ishikawa/Miu Hirano, depois Sun Yingsha fez 3-1 em Mima Ito e Wang Manyu fechou a vitória com 3-0 sobre Miu Hirano. O bronze ficou com a equipe de Hong Kong, que fez 3-1 na Alemanha.
Vitória nos pênaltis
Bélgica vence pela primeira vez o ouro no hóquei na grama masculino, após perder na final do Rio-2016. Na decisão, empate em 1-1 com a Austrália e a partida foi para a decisão por pênaltis. Os belgas tinham aberto 3-2 na decisão e, quando o australiano Jacob Whetton perdeu a bola na disputa com o goleiro, o ouro belga estava confirmado. Na disputa pelo bronze, a Índia venceu a Alemanha por 5-4 e voltou ao pódio olímpico após 41 anos. A Índia é a maior vencedora da história do hóquei, com 8 ouros, o último em 1980. Depois disso, nunca mais tinham pego pódio.
Carrington chega a 3 ouros
Campeã mundial, a american Nevin Harrison venceu a estreia da canoa feminina nos Jogos. Ela vence o C1 200m com 45.932, deixando a canadense Laurence Vincent-Lapointe, 6 vezes campeã mundial desta prova, com a prata com 46.786. A ucraniana Liudmyla Luzan foi bronze com 47.034.
No K1 200m masculino, a vitória foi do húngaro Sándor Totka com 35.035, seguido do italiano Manfredi Rizza, colado com 35.080. Já o bronze foi pro britânico Liam Heath com 35.202. Ele buscava o bicampeonato olímpico da prova.
Um dos nomes dos Jogos é Lisa Carrington. A neozelandesa mais uma vez sobrou e venceu seu 3º ouro em Tóquio, agora no K1 500m com 1:51.216, e ainda pode buscar seu 4º no K4 500m, no sábado. A húngara Tamara Csipes foi prata com 1:51.855 e a dinamarquesa Emma Joergensen bronze com 1:52.773. A húngara Danuta Kozak buscava o tri olímpico, mas ficou em 4º lugar.
Fechando o dia, a dupla australiano formada por Jean van der Westhuyzen e Thomas Green venceu o K2 1.000m masculino com 3:15.280. Os alemães Max Hoff e Jacob Schopf foram prata com 3:15.584 e os checos Josef Dostal e Radek Slouf bronze com 3:16.106.
Omnium emocionante
Depois que as favoritas e campeãs mundiais caíram nas fases preliminares da Keirin feminina, a final estava aberta. E foi a vez da holandesa Shanne Braspennincx vencer. Ela assumiu a liderança na prova na última volta e não perdeu mais. Prata pra neozelandesa Ellesse Andrews e bronze pra canadense Lauriane Genest.
Como sempre, a disputa da Omnium seria definida na última das 4 provas, na corrida por pontos. O britânico Matthew Walls chegou pra prova final com 114 pontos, seguido do holandês Jan-Willem van Schip com 110 e 106 do francês Benjamin Thomas. Walls ficava atento aos seus adversários e pegava pontos em alguns sprints, se mantendo em primeiro até levar o ouro com 153 pontos. Ouro no Rio, o italiano Elia Viviani estava bem atrás com apenas 82, mas pegou 22 pontos em sprints, e conseguiu dar uma volta no pelotão, ganhando mais 20 pontos, chegando a 124. Ele tinha a prata, até que, faltando 18 voltas pro fim, o neozelandês Campbell Stewart atacou mais uma vez e conseguiu dar a 2ª volta sobre o pelotão faltando menos de 2 voltas pro fim! Ele somou assim 40 pontos e, com os 11 de sprints, chegou aos 129 para ficar com a prata, jogando Viviani pro bronze.
Mais finais da luta
Na estreia da luta livre masculina, o russo Zaur Uguev venceu o indiano Ravi Kumar Dahiya na final dos 57kg por 7-4 para levar o ouro e confirmar o favoritismo do bicampeão mundial. Bronzes ficaram com o cazaque Nurislam Sanayev e com o americano Thomas Gilman.
Com uma bela virada faltando 20s pro fim, o americano David Taylor vence nos 86kg o iraniano Hassan Yazdani, campeão na categoria abaixo desta no Rio-2016. O russo Artur Naifonov e Myles Amine, de San Marino, ficam com os bronzes. San Marino, que nunca tinha conquistado uma medalha olímpica, chegou à sua 3ª em Tóquio.
Segundo ouro japonês na luta feminina em casa com Risako Kawai no peso leve (até 57kg). É a 5ª disputa desta prova em Jogos e o 5º ouro japonês. Kawai derrotou na decisão a bielorrussa Iryna Kurachkina por 5-0. Campeã no Rio na categoria 53kg, a americana Helen Maroulis foi um dos bronzes. O outro ficou com a búlgara Evelina Nikolova.
Ouro russo no boxe
Na final do peso pena (até 57kg), o russo Albert Batyrgaziev venceu o americano Duke Ragan por 3-2 para conquistar o 1º ouro russo em Tóquio no boxe. O cubano Lázaro Álvarez e o ganês Samuel Takyi ficaram com os bronzes. Foi a 1ª medalha de Gana desde Barcelona-1992.
Primeiras medalhas do karatê
A espanhola Sandra Sánchez confirmou o favoritismo ao vencer o ouro no kata feminino. Após vencer seu grupo, ela pegou na final a japonesa Kiyou Shimizu e venceu com 28,06 contra 27,88 da japonesa. Os bronzes foram para Grace Lau, de Hong Kong, e para a italiana Viviana Bottaro.
Já nas disputas do kumitê, o francês atual campeão mundial Steven Da Costa foi ouro nos 67kg, ao derrotar na final por 5-0 o turco Eray Şamdan. O cazaque Darkhan Assadilov e o jordaniano Abdelrahman Al-Masatfa ficaram com os bronzes ao perderem nas semifinais.
Nos 55kg feminino, o ouro foi pra búlgara Ivet Goranova, que fez 5-1 na ucraniana Anzhelika Terliuga na final. A austríaca Bettina Plank e a taiwanesa Wen Tzu-yun ficaram com as medalhas de bronze.