O Olimpíada Todo Dia e Os Olímpicos seguem com o quadro “E se os Jogos Olímpicos de Tóquio Fossem hoje?”. No último dia de disputas em Tóquio, as 13 finais restantes para o fim dos Jogos Olímpicos. E assim chegamos a 339 finais em 16 dias de competição intensa.
Confira como foram os outros dias nos links: Dia 1, Dia 2, Dia 3, Dia 4, Dia 5, Dia 6, Dia 7, Dia 8, Dia 9 , Dia 10, Dia 11, Dia 12, Dia 13, Dia 14 e Dia 15.
Ninguém detém Kipchoge
Sapporo recebe cedinho a último final do atletismo, com a maratona masculina. O queniano Eliud Kipchoge é o nome da prova e um dos maiores atletas da história. Dono do recorde mundial com 2:01:39, ele competiu em 12 maratonas na carreira, vencendo 11 e ficando em segundo em outra. Em outubro do ano passado, Kipchoge participou de uma corrida experimental em Viena e conseguiu, em uma prova toda controlada, marcar 1:59:40. Campeão olímpico no Rio, venceu 4 vezes a maratona de Londres, 3 vezes a de Berlim e uma a de Chicago. A briga fica pela prata e bronze. Quênia terá ainda Lawrence Cherono, campeão das maratonas de Chicago e Boston em 2019, e Amos Kipruto. A esperança britânica recai sobre Mo Farah, mas ele ainda não teve um grande resultado nesta prova.
A Etiópia ainda não definiu sua equipe, mas com certeza será forte. Lelisa Desisa e Mosinet Geremew foram ouro e prata no Mundial de 2019, na dura prova em Doha. Entram na briga pelo pódio as equipes de Bahrain, Uganda, Eritreia, Marrocos, o tanzaniano Alphonse Felix Simbu e o americano Galen Rupp.
Meu pódio:
- Ouro – Eliud Kipchoge (KEN)
- Prata – Lelisa Desisa (ETH)
- Bronze – Lawrence Cherono (KEN)
Cesta de 7 ouros das americanas
As americanas são as favoritas a mais um ouro no basquete feminino. Será o 7º seguido. Elas ainda venceram as três últimas Copas do Mundo. A final do último Mundial foi contra a Austrália, que subiu ao pódio de 5 da últimas 6 Olimpíadas e também em 5 dos últimos 6 Mundiais. França, Espanha, Sérvia também brigam por uma vaga no pódio, mas a Bélgica pode ser a grande surpresa. Em 2017 conseguiu sua primeira medalha em um Europeu com o bronze, ficaram em 4º no Mundial de 2018 e agora se classificaram para sua 1ª Olimpíada.
Meu pódio:
- Ouro – Estados Unidos
- Prata – Espanha
- Bronze – Austrália
Boskovic sem bloqueio
A Sérvia surge como grande favorita no vôlei feminino. Lideradas pela espetacular Tijana Boskovic, as sérvias venceram o Mundial de 2018, os europeus de 2017 e 2019 e foram prata no Rio-2016. A China foi campeã no Rio comandada pela técnica Lang Ping e liderada pela capitã Zhu Ting. A Itália foi vice no último Mundial e não pode ser esquecida. O Brasil, apesar de estar numa entressafra, é uma das potências e pode brigar por medalha, assim como as sempre perigosas equipes dos Estados Unidos e Rússia.
Meu pódio:
- Ouro – Sérvia
- Prata – China
- Bronze – Itália
Ouro para Beatriz Ferreira!
A primeira final do boxe do domingo é a que mais esperamos. Beatriz Ferreira é a grande favorita ao ouro do peso médio (até 60kg) feminino. Campeã mundial em 2019 em uma bela campanha no Mundial da Rússia com 5 vitórias, ela ainda foi ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima com 3 vitórias. A finlandesa Mira Potkonen foi bronze no Rio e é bicampeã europeia. Outras atletas que podem ir ao pódio são a tailandesa Sudaporn Seesondee, a irlandesa Kellie Harrington, campeã mundial em 2018 e a americana Rashida Ellis.
Meu pódio:
- Ouro – Beatriz Ferreira (BRA)
- Prata – Mira Potkonen (FIN)
- Bronzes – Rashida Ellis (EUA) e Kellie Harrington (IRL)
Fontijn finalmente leva um ouro
No peso médio feminino, até 75kg, a americana bicampeã olímpica Claressa Shields foi para o boxe profissional e não estará em Tóquio. Com isso, a neerlandesa Nouchka Fontijn busca seu primeiro título global, após três vices mundiais e uma prata olímpica no Rio, mas terá pela frente a britânica Lauren Price, campeã mundial em 2019 defendendo o País de Gales. De olho também na marroquina Khadija El-Mardi, na chinesa Li Qian e na russa bicampeã mundial Zenfira Magomedalieva, que teve que descer de categoria.
Meu pódio:
- Ouro – Nouchka Fontijn (HOL)
- Prata – Lauren Price (GBR)
- Bronze – Zenfira Magomedalieva (RUS) e Khadija El-Mardi (MAR)
Mais uma vitória cubana no boxe
O peso leve masculino (até 63kg) nos trouxe muita alegria no Rio-2016 com o ouro de Robson Conceição, mas ele migrou para o boxe profissional e não defenderá o seu título olímpico. O cubano Andy Cruz surge agora como favorito, com o título mundial em 2019 e em 2017 na categoria acima, além dos dois ouros em Jogos Pan-Americanos. O americano Keyshawn Davis também é bem cotado, perdendo para Cruz nas finasis do Mundial e do Pan em 2019. O indiano Manish Kaushik, o armênio Hovhannes Bachkov, o bielorrusso Dzmitry Asanau, o brasileiro Wanderson de Oliveira, o francês Sofiane Oumiha, prata no Rio, e o usbeque Elnur Abduraimov também podem medalhar.
Meu pódio:
- Ouro – Andy Cruz (CUB)
- Prata – Hovhannes Bachkov (ARM)
- Bronzes – Keyshawn Davis (EUA) e Sofiane Oumiha (FRA)
Cazaquistão leva seu 1º ouro no último dia
Encerrando as disputas do boxe, a categoria do super-pesado masculino, para atletas com mais de 91kg. O usbeque Bakhodir Jalolov venceu o Mundial de 2019 e é bicampeão asiático. O cazaque Kamshybek Kunkabayev perdeu as duas últimas finais no Mundial e as duas últimas do campeonato asiático. De olho também no croata Marko Milun, no australiano Justis Huni, no britânico Frazer Clarke e no alemão Nelvie Tiafack.
Meu pódio:
- Ouro – Kamshybek Kunkabayev (KAZ)
- Prata – Bakhodir Jalolov (UZB)
- Bronzes – Marko Milun (CRO) e Justis Huni (AUS)
França vence no handebol feminino
Os Países Baixos ficaram com o título mundial inédito do handebol feminino em 2019 com uma vitória suada sobre a Espanha por 30-29. Um país que não tinha tradição, montou uma geração talentosa e vencedora. De 2015 para cá foram semifinais em todas as competições. 4º lugar no Rio-2016, um ouro, uma prata e um bronze em Mundiais e uma prata e um bronze nos Europeus. A França venceu o Europeu de 2018, foi prata no Rio e campeã mundial em 2017.
A Noruega ainda não se classificou, mas é uma das maiores potências do handebol, bicampeã olímpica em 2008 e 2012 e bronze no Rio, além de ter três títulos mundiais sete europeus. Rússia e Espanha também não se classificaram, mas devem conseguir a vaga e já brigam por medalha. O Brasil foi campeão mundial em 2013, mas decepcionou nos dois últimos Mundiais, nem passando de fase. Ainda assim, é uma ótima equipe, com grandes jogadoras, praticamente todas atuando em grandes times europeus, e, num torneio com menos equipes europeias, pode avançar e surpreender.
Meu pódio:
- Ouro – França
- Prata – Países Baixos
- Bronze – Espanha
Sprint de ouro
A alemã Emma Hinze foi o grande nome do Mundial de Ciclismo de Pista este ano e saiu da competição em casa, em Berlim, com três ouros, sendo um deles o do sprint individual, vencendo as principais atletas da modalidade na ocasião. Hinze, que veio para substituir as grandes Miriam Welte e Kristina Vogel, deve encontrar dificuldades com a russa Anastasia Voynova, vice no Mundial de 2020, a australiana Stephanie Morton, três pratas em Mundiais nesta prova, Lee Wai Sze, de Hong Kong, a francesa Mathilde Gros, a lituana Simona Krupeckaite e a britânica Katy Marchant.
Meu pódio:
- Ouro – Emma Hinze (ALE)
- Prata – Lee Wai Sze (HKG)
- Bronze – Stephanie Morton (AUS)
Malásia ouve hino pela 1ª vez
Na prova da Keirin masculina, o neerlandês Harrie Lavreysen chega como favorito. Ele brilhou nos dois últimos Mundiais de Pista e tem boas chances de vencer as três provas de velocidade em Tóquio. Mas a Keirin costuma ter boas surpresas, já que são seis atletas ao mesmo tempo na pista em alta velocidade. Três japoneses diferentes foram prata nos três últimos Mundiais e as esperanças dos donos de casa recaem sobre Yuta Wakimoto e Yudai Nitta. O malaio Azizulhasni Awang já foi campeão mundial em 2017 e tem ainda bronzes no Mundial de 2020 e no Rio-2016. De olho também no britânico Jason Kenny, ouro no Rio, no alemão Stefan Bötticher, no neerlandês Jeffrey Hoogland e no colombiano Kevin Quintero.
Meu pódio:
- Ouro – Azizulhasni Awang (MAS)
- Prata – Harrie Lavreysen (HOL)
- Bronze – Yuka Wakimoto (JPN)
Disputa incrível entre Kenny e Wild
A última prova do ciclismo em Tóquio será a Omnium feminina e ela promete. A neerlandesa Kirsten Wild venceu nos Mundiais de 2018 e 2019, mas foi relegada ainda na 1ª prova do Mundial de 2020, na Scratch, ao se envolver em um imbróglio com a britânica Laura Kenny, bicampeã olímpica da prova. Sem uma pontuação, as duas só competiram para completar e ficaram fora do pódio. Aproveitando isso, a japonesa Yumi Kajihara acabou ficando com um ouro muito inesperado. Juntam-se a elas a italiana Letizia Paternoster, a dinamarquesa Amalie Dideriksen, a belga Jolien D’Hoore e a americana Jennifer Valente.
Meu pódio:
- Ouro – Laura Kenny (GBR)
- Prata – Kirsten Wild (HOL)
- Bronze – Letizia Paternoster (ITA)
Show russo na rítmica
A Rússia venceu nas últimas cinco Olimpíadas a prova de grupo da ginástica rítmica e também levou nos últimos quatro Mundiais. Sempre fortes no esporte, as russas chegam novamente como favoritas nesta sempre bela prova. O Japão foi prata no último Mundial em 2019 e pode subir ao pódio, assim como as sempre fortes Itália, Bulgária, Bielorrússia e Israel. Prata no Rio, a Espanha foi mal no Mundial e corre sérios riscos de ficar de fora de Tóquio.
Meu pódio:
- Ouro – Rússia
- Prata – Japão
- Bronze – Itália
Sérvia desencanta e volta ao topo
O time a ser derrotado no pólo aquático masculino é a Sérvia. Campeões no Rio, a Sérvia dominava o esporte no ciclo anterior, mas acabou superada nos dos últimos Mundiais. Em 2017 foi bronze e em 2019 acabou apenas em 5º, sem medalha, mas venceu 6 das últimas 7 Ligas Mundiais e os 4 dos últimos 5 europeus, terminando na 5ª colocação este ano. A Itália foi bronze no Rio e venceu o Mundial de 2019 em Gwangju, mostrando que voltou ao páreo. A Espanha foi vice mundial em 2019, tem uma ótima equipe e curiosamente nunca foi campeã europeia, apesar de um ouro olímpico e dois títulos mundiais na história. Quem mostrou que está voltando é a Hungria, que venceu o título europeu este ano em casa, após um hiato de 21 anos. Nove vezes campeã olímpica, a Hungria não medalhou em Londres e nem no Rio, mas chegou às semifinais dos dois últimos Mundiais e venceu a Copa do Mundo de 2018. Montenegro e Croácia são duas potências do esporte, mas ainda não se classificaram.
Meu pódio:
- Ouro – Sérvia
- Prata – Hungria
- Bronze – Montenegro
E chegamos ao fim dos Jogos Olímpicos de Tóquio!!
Os Estados Unidos lideram o quadro de medalhas com 49 ouros, 37 pratas e 33 bronzes, 119 medalhas no total, maior quantidade de ouros desde Los Angeles-1984 e duas medalhas a menos que no Rio-2016. A China veio em seguida com 29-19-18, 66 no total, em campanha bem parecida com a do Rio. O Japão brilha em casa com 24 ouros, 18 pratas e 21 bronzes, 63 no total, dispara a sua melhor campanha da história. Rússia vem em seguida com 20 ouros (72 no total), Austrália com 14 (43), Países Baixos com 13 (35), Grã-Bretanha com 12 (52 no total), França com 12 (39), Hungria com 11 (20) e Alemanha com 10 (36 no total), completando o top-10.
O Brasil acaba em uma campanha histórica com 31 medalhas, sendo 7 ouros, 6 pratas e 18 bronzes em 16 modalidades diferentes e acaba na 14ª posição do quadro de medalhas.
Foram 16 dias intensos escrevendo sobre 339 finais. Não foi fácil, mas foi bem divertido. Amanhã o quadro completo com os maiores medalhistas dos Jogos!