Todo mundo quer uma equipe grande e numerosa nos Jogos Olímpicos, participando do maior número de modalidades possível. Em muitas delas o Brasil não tem nenhuma chance de medalha e nem mesmo de buscar um top-10, mas é a chance desses esportes menores aparecerem na mídia, de serem divulgados, transmitidos e, quem sabe, evoluírem cada vez mais.
A maior equipe do Brasil fora de casa foi nos Jogos de Pequim-2008, quando enviamos 277 atletas para a China. Até o momento, o Brasil tem classificados 172 atletas, faltando, portanto, 105 vagas para igualar o feito. Será que conseguiremos? Vamos ver modalidade por modalidade:
Atletismo
Pequim: 45
Tóquio (até agora): 23; Minha expectativa: 40
Já tivemos vários atletas com índice e dois revezamentos classificados (4x100m masculino e 4x400m misto). Devemos classificar o 4x100m feminino e a expectativa é de mais uma equipe grande, não apenas pelos índices, mas principalmente pela vagas que virão pelo ranking mundial de cada prova. Pelos ranking de hoje, a equipe ficaria por volta dos 40 atletas.
Badminton
Pequim: 0
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 2
Ygor Coelho está atualmente em 48º no ranking mundial e está praticamente garantido em Tóquio. No feminino, Fabiana Silva é a 64ª e está brigando pelas últimas vagas olímpicas. Ela tem jogado em torneio não muito tradicionais, como em Uganda e no Irã em busca de pontos preciosos e hoje estaria em Tóquio.
Baseball/Softball
Pequim: 0
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
O Brasil não tem mais chances de classificar uma equipe no baseball e nem no softball, que já está todo definido.
Basquete
Pequim: 12
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
Em Pequim levamos a equipe feminina, que não vou seguiu se classificar para Tóquio. O masculino ainda disputa o pré-olímpico, mas tem chances baixíssimas. O 3×3 fará sua estreia olímpica e o Brasil só tem disputará o pré-olímpico masculino, que dará apenas 3 vagas, e contará com potências como Estados Unidos, Letônia e França.
Boxe
Pequim: 6
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 6
O pré-olímpico das Américas é no fim de março e o Brasil tem chances em várias categorias no masculino e no feminino. Se tomarmos como baliza o Pan de Lima, o de conquistamos 6 medalhas, 6 vagas é um bom número. Vale lembrar que em Pequim ainda não tinha boxe feminino.
Canoagem
Pequim: 2
Tóquio (até agora): 4; Minha expectativa: 6
Já temos o K1 masculino e o C1 feminino classificados no slalom. Fica a briga pelo C1 masculino no pré-olímpico das Américas, já que no feminino, a Ana Sátila disputará as duas provas. Mas acredito mais nas vagas na velocidade, com uma no caiaque masculino e uma na canoa feminina, juntando-se às duas da canoa masculina já conquistadas.
Ciclismo
Pequim: 5
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 5
O Brasil conseguiu o incrível feito de não conseguir nenhuma vaga na estrada para Tóquio, contra 3 em Pequim. Na pista, o sonho seria classificar alguém na Keirin masculina, mas o Brasil não tem ranking pra isso. As vagas virão muito provavelmente apenas no BMX Racing e no Mountain Bike. Pelo ranking atual do MTB, teríamos 2 vagas no masculino e 1 no feminino. No BMX Racing, teríamos 1 por gênero. Não teremos vaga no BMX Freestyle.
Escalada
Pequim: não tinha
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
O Brasil não classificou nenhum escalador para a estreia da modalidade nos Jogos e não há mais chances.
Esgrima
Pequim: 2
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 2
O Brasil não deve conseguir nenhuma vaga por equipes. A melhor opção seria o florete masculino, que está na zona de classificação (top16), mas não há mais como passar o Canadá, melhor das Américas fora do top-4. Assim, vai ficar apenas com as vagas individuais. A campeã mundial Nathalie Moellhausen (espada) e Guilherme Toldo (florete) devem ficar com as vagas americanas do ranking. Aí há mais uma única vaga em jogo para as Américas por arma em um pré-olímpico continental, que será muito disputado. A nossa melhor opção aí seria a espada masculina.
Futebol
Pequim: 36
Tóquio (até agora): 36; Minha expectativa: 36
Assim como em Pequim, o Brasil classificou as equipes masculina e feminina para Tóquio.
Ginástica Artística
Pequim: 7
Tóquio (até agora): 5; Minha expectativa: 6
E Pequim, classificamos a equipe feminina e um atleta no masculino. Em Tóquio, temos o contrário, mas a equipe diminuiu de 6 para 4 atletas. A esperança brasileira agora é com Rebeca Andrade, que precisa ganhar uma das duas vagas no campeonato Pan-Americano.
Ginástica Rítmica
Pequim: 6
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
Brasil brigará pela única vaga Panamericana em jogo com Estados Unidos e México, que tem feito apresentações no mesmo nível e as vezes até superior. A briga pela vaga será intensa no Pan, e o Brasil tem perdido nos últimos confrontos diretos, como no Mundial de 2019 e no Pan de Lima.
Ginástica de Trampolim
Pequim: 0
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
A melhor chance do Brasil é no feminino com Camila Gomes ou Alice Gomes, que brigarão pela única vaga continental com as americanas.
Golfe
Pequim: não tinha
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
Nenhum brasileiro está no ranking olímpico neste momento e nem aparece como reserva. O melhor brasileiro está abaixo do top-350 (corte está perto dos 250) e a melhor brasileira nem aparece entre as 1.000 primeiras do ranking.
Handebol
Pequim: 28
Tóquio (até agora): 14; Minha expectativa: 28
A equipe feminina se classificou facilmente com o ouro no Pan de Lima. Já os homens foram mal no Peru, mas terão a chance da redenção no torneio pré-olímpico em abril, que dará duas vagas para 4 equipes.
Hipismo
Pequim: 12
Tóquio (até agora): 7; Minha expectativa: 7
Com as mudanças na regra, jamais chegaríamos a 12 conjuntos, pois o máximo que um país pode levar agora são 3 nos saltos, 3 no adestramento e 3 no CCE. Em Pequim, 2 conjuntos não competiram, um no CCE e um no adestramento, pois seus cavalos foram vetados pelos veterinários. O Brasil classificou as 3 equipes, mas perdeu a vaga por equipes no adestramento pois apenas 1 conjunto fez índice. Assim, serão apenas 7.
Hóquei na Grama
Pequim: 0
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
A classificação tanto no masculino como no feminino já está completa e o Brasil não tem mais chance.
Judô
Pequim: 13
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 14
A definição será apenas no fim de maio, mas hoje o Brasil tem vaga em todas as 14 categorias. Apenas nos 73kg o Brasil pega vaga pela quota continental. A única dúvida ficará nos 57kg feminino, por conta do doping de Rafaela Silva. Se ela não conseguir ir para Tóquio, não devemos ter uma atleta nessa categoria.
Karatê
Pequim: não tinha
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 2
O Brasil briga por duas vagas com Vinicius Figueira e Valeria Kumizaki. Ele está bem próximo de se garantir pelo ranking mundial e ela precisa esperar a definição das vagas para os campeões continentais. Ainda assim, em maio em Paris, teremos um pré-olímpico mundial com 3 vagas por categoria. Multimedalhista mundial Douglas Brose corre por fora, já que sua categoria não é olímpica.
Levantamento de Peso
Pequim: 1
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 3
A classificação é exclusiva pelo ranking mundial, mas muitos países tem restrições por conta de casos de doping. Hoje teríamos pelo ranking Fernando Saraiva Reis (+109kg) e Natasha Figueiredo ou Luana Madeira (49kg), como os mais cotados para uma vaga. Ainda sonham Rosane Santos (55kg), Jaqueline Ferreira (87kg), Serafim Veli (96kg) e Marco Tulio Machado (96kg)
Lutas
Pequim: 1
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 2
O pré-olímpico das América já será na 1ª metade de março, no Canadá, com 2 vagas por categoria em jogo. Levando em conta os resultados dos Jogos Pan-Americanos de Lima e do campeonato pan-americano em abril de 2019 na Argentina, o Brasil briga mesmo em umas 4 categorias. Na greco-romana 67kg, Joilson Junior tem chances, já que o cubano Ismael Borrero já se classificou pelo Mundial. As outras chances são todas no feminino, com Aline Ferreira (76kg, a melhor chance, já que a americana já conseguiu a vaga), Lais Nunes (62kg) e Giulia Penalber (57kg). Há uma 2ª chance, com o dificílimo pré-olímpico mundial no fim de abril na Bulgária.
Nado Artístico
Pequim: 2
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
Depois dos péssimos resultados no Mundial de 2019 e no Pan de Lima, somados ao doping de Maria Clara Lobo, o Brasil vai pro pré-olímpico mundial no fim de abril com um dueto novo, apesar de ter ficado em 4º no Pan. São apenas 7 vagas em jogo e muitos países fortes ainda não se classificaram. Será bem difícil conseguir a vaga.
Natação
Pequim: 27
Tóquio (até agora): 13; Minha expectativa: 30
O Brasil tem até agora os 3 revezamentos masculinos classificados e a Ana Marcela nas águas abertas. Nas minhas expectativas, termos ainda outros 8-9 nadadores no masculino, já excluindo os do revezamento. No feminino, o Brasil tem boas chances de levar o 4x200m livre, e ainda classificar mais umas 3-4 atletas com índice.
Pentatlo Moderno
Pequim: 1
Tóquio (até agora): 1; Minha expectativa: 1
Maria Iêda Guimarães conquistou a vaga olímpica no Pan de Lima e será a única brasileira em Tóquio.
Pólo Aquático
Pequim: 0
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
O Brasil disputará apenas o pré-olímpico mundial no masculino, em Roterdã, em março, Brasil luta por uma das 3 vagas em jogo, mas terá pela frente Montenegro, Croácia, Grécia, Rússia, Canadá e Holanda.
Remo
Pequim: 6
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 2
Com a mudança nas regras em relação a Pequim, um país só pode classificar um barco pelo pré-olímpico continental. Assim, o Brasil deve ficar com a vaga no double skiff leve masculino.
Rugby 7s
Pequim: não tinha
Tóquio (até agora): 12; Minha expectativa: 12
O rugby não era disputado em Pequim e já temos a equipe feminina classificada. Para a contagem do número de atletas, o rugby ajuda pois entra no lugar do não classificado basquete. Os homens disputarão em junho a última vaga em jogo no pré-olímpico mundial em local a ser definido. Mas como há uma única vaga em jogo e temos equipes fortes como França, Irlanda e Samoa, a vaga é quase impossível.
Saltos Ornamentais
Pequim: 4
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 4
Isaac Filho ficou muito perto da vaga na plataforma no Mundial, a uma colocação da vaga. Além dele, deve vir uma vaga no trampolim masculino e mais duas no feminino. A Copa do Mundo de Saltos será em abril em Tóquio.
Skate
Pequim: não tinha
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 12
Brasil deve pegar equipe completa, com 3 nomes por prova no esporte que deve trazer várias medalhas ao país.
Surfe
Pequim: não tinha
Tóquio (até agora): 4; Minha expectativa: 4
O Brasil já garantiu equipe máxima no surfe com Gabriel Medina, Ítalo Ferreira, Silvana Lima e Tatian Weston-Webb.
Taekwondo
Pequim: 3
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 3
Brasil não classificou ninguém pelo ranking mundial e agora precisa brigar no pré-olímpico pan-americano na próxima semana na Costa Rica. Enviaremos 2 homens (Edival Pontes e Ícaro Soares) e 2 mulheres (Talisca Reis e Milena Titoneli), o máximo permitido, mas com apenas 2 vagas por categoria, difícil virem as 4, apesar de que todos os convocados foram finalistas no Pan de Lima em 2019.
Tênis
Pequim: 4
Tóquio (até agora): 1; Minha expectativa: 4
Com o ouro no Pan de Lima, João Menezes está classificado para Tóquio, pois já garantiu também o top-300 do ranking da ATP. Thiago Monteiro está bem próximo de conseguir sua vaga também, graças a um ótimo início de ano no circuito. Thiago Seyboth Wild acaba de vencer um título do circuito e, se conseguir mais alguns bons resultados, também pode se classificar. Nas duplas, Marcelo Melo deve pegar uma das vagas nas duplas como um provável Top-10 até junho, devendo convidar o Bruno Soares para ser seu parceiro. No feminino, Luisa Stefani já é top-50 nas duplas, mas para se garantir, precisa ser top-10. Como nenhuma brasileira se classificará em simples, Luisa deve ficar de fora. Lembrando também que não há classificação específica para as duplas mistas.
Tênis de Mesa
Pequim: 4
Tóquio (até agora): 6; Minha expectativa: 6
Brasil já classificou o máximo possível, com as 2 equipes com 3 atletas cada. Só briga ainda pela vaga nas duplas mistas no pré-olímpico latino americano em abril na Argentina, mas que não adicionará nenhum atleta novo.
Tiro
Pequim: 2
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 0
Depois de bater na trave em várias provas no Pan de Lima, a única chance dos atiradores brasileiros e pegar a única vaga por prova que sairá do ranking mundial. O mais bem ranqueado é Emerson Duarte na pistola de fogo rápido 25m, em 28º, mas há 4 atletas não classificados na sua frente: um indiano, um estoniano, um checo e um britânico.
Tiro com Arco
Pequim: 1
Tóquio (até agora): 1; Minha expectativa: 2
Já igualamos com a vaga conquistada no Pan pelo Marcus Vinicius. Devemos conseguir uma no feminino no pré-olímpico continental em março, mas as vagas por equipe são apenas no pré-olímpico mundial, e tem equipes espetaculares sem vaga ainda. Ou seja, quase impossível.
Triatlo
Pequim: 3
Tóquio (até agora): 0; Minha expectativa: 3
Pelo ranking atual, o Brasil enviaria 3 atletas, um no masculino (Manoel Messias) e duas no feminino (Vittoria Lopes e Luisa Baptista). A 2ª vaga masculina está bem difícil, com Kauê Willy como 2º brasileiro no ranking apenas em 102º. Seria mais fácil conseguir a vaga classificando o revezamento misto, mas seria necessário um top-3 no pré-olímpico mundial em maio.
Vela
Pequim: 12
Tóquio (até agora): 13; Minha expectativa: 13
O Brasil conseguiu classificação em 8 das 10 classes em disputa. Como não há mais chance d evada na RSX masculina e na Laser Radial feminina, não haverá mais mudança.
Vôlei
Pequim: 24
Tóquio (até agora): 24; Minha expectativa: 24
As duas equipes já estão classificadas, com as conquistas dos pré-olímpicos intercontinentais disputados em agosto de 2019.
Vôlei de Praia
Pequim: 8
Tóquio (até agora): 8 Minha expectativa: 8
Embora o ranking só feche em junho, o Brasil já tem matematicamente garantido duas duplas no feminino e duas no masculino e já tem inclusive as duplas definidas: Alison/Álvaro, Bruno Schmidt/Evandro, Ana Patrícia/Rebecca e Duda/Ágatha.
Sendo assim, chegamos a 285 atletas, 8 a mais que a equipe de Pequim, e, portanto, a maior equipe do Brasil fora do Brasil. O rugby cobre as vagas perdidas pelo basquete, mas senão fossem os esportes novos (skate 12, surfe 4 e karatê 2), a equipe não seria maior. As maiores perdas seriam por conta da ginástica rítmica (-6), do atletismo (-5) e do remo (-4), mas canoagem (+4) e natação (+3) compensariam um pouco.