Olimpíada da Juventude 2018 marcarão uma iniciativa inédita do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Pela primeira vez, será disponibilizado um canal para receber denúncias de assédio ou abuso sexual em uma missão internacional organizada pela entidade. O “Canal Protege” visa estabelecer um ambiente seguro para atletas e profissionais envolvidos na missão brasileira em Buenos Aires. Para orientar ainda mais os atletas sobre o tema, a ONU Mulheres realizou uma atividade educativa com informações sobre o assunto no domingo, dia 30, durante evento de concentração organizado pelo COB para a delegação, no Rio de Janeiro.
As denúncias durante os Jogos Olímpicos da Juventude poderão ser feitas através do e-mail canalprotege@cob.org.br, por telefone ou até pessoalmente pelos membros da missão brasileira. A preservação da identidade do denunciante será garantida. “O COB e a ONU Mulheres já vêm trabalhando em parceria há alguns meses na elaboração de uma política de enfrentamento ao abuso e assédio sexual, que englobará todas as atividades do comitê. Mesmo com a política ainda em discussão, o COB decidiu disponibilizar um canal aberto durante os Jogos Olímpicos da Juventude para que os atletas, treinadores e demais integrantes da missão tenham a quem recorrer. Por se tratar de uma competição que envolve menores de idade, temos uma responsabilidade enorme e daremos atenção total para esse assunto”, afirmou Sebástian Pereira, chefe da missão brasileira em Buenos Aires.
A dinâmica da ONU Mulheres com os atletas no evento de concentração foi realizada por representantes da ONG Empodera – Transformação Social pelo Esporte, uma das principais parceiras da entidade internacional no Brasil na luta pela igualdade de gênero e direitos da mulher. “Essa iniciativa do COB é essencial. A abertura que está sendo dada para discutir esse assunto dentro do esporte é muito importante para enfrentar e coibir esse tipo de violência. Sabemos que o assédio está em todos os lugares. Então, a gente só consegue combater através da informação, e os atletas tem o poder de ajudar a multiplicar essas mensagens”, afirmou Jane Moura, representante da ONU Mulheres e da Empodera no evento.
A participação dos atletas na atividade foi intensa. “A abertura que o COB está dando para nós, que somos jovens, sabermos mais sobre este assunto é muito importante. Podemos assim melhorar como seres humanos e ajudar as pessoas com informações para diminuir os casos de assédio”, ressaltou o atleta de salto triplo Adrian Vieira, de 17 anos.
Além do Canal Protege, o COB já possui uma ouvidoria, canal aberto para receber qualquer tipo de denúncia e, com a nova política, aprimorará todos os processos internos e externos relacionados a casos de abuso e assédio no ambiente esportivo.