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Olimpíada

COB celebra Dia Nacional de doação de órgãos com atletas

Com a presença de atletas olímpicos e transplantados, ação, em parceria com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx) e a Ong Sou Doador, teve como objetivo de conscientizar para a importância da data

Divulgação COB

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) reuniu atletas olímpicos e transplantados nesta quinta-feira para a disputa de uma prova de revezamento especial, onde todos saíram vencedores. A ação, organizada pelo COB em parceria com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx) e a ONG Sou Doador, nas raias do Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, teve como objetivo principal celebrar a data e conscientizar para a importância do Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, 27 de setembro.

“O COB se une à causa e procura ajudar a conscientizar a população em geral e aos atletas brasileiros em especial sobre a importância de ser um doador. Nosso objetivo é unir a força do esporte olímpico brasileiro para ajudar a milhares de pessoas que lutam por uma oportunidade de salvar suas vidas”, disse o diretor geral do COB, Rogério Sampaio. “Tivemos aqui atletas olímpicos de destaque, além do próprio COB, aderindo a causa e informando à sociedade que estão solidários àqueles que necessitam de um transplante de órgãos para seguir vivendo”, completou o campeão olímpico de judô nos Jogos Barcelona 92.

Entre os atletas olímpicos, participaram Joanna Maranhão (quinta colocada nos 400m livre em Atenas 2004) Ana Marcela Cunha (atual tricampeã mundial de maratonas aquáticas), Matheus Santana (ouro nos 100m livre nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014) e Virgílio de Castilho (prata no triatlo dos Jogos Pan-americanos Santo Domingo 2003). Os olímpicos se juntaram a outros quatro atletas transplantados para uma disputa de um revezamento 4x50m livre. Se a carreira esportiva deles traz algumas diferenças, em comum, todos que caíram na água carregam uma imensa vontade de viver, a paixão pelo esporte e a busca por qualidade de vida.

Patrícia Fonseca, transplantada de coração e fundadora da ONG Sou Doador, se uniu a outros três transplantados de rim, Dinael Wolf, Priscila Pignolatti e Rodrigo Swinka para a disputa da prova simbólica. Os dois times se misturaram e chegaram empatados ao final da prova. Na chegada, Matheus Santana e Virgílio de Castilho bateram as mãos ao mesmo tempo. Afinal, hoje só havia lugar para vencedores.

Patrícia nasceu com insuficiência cardíaca e passou toda a infância entre idas e vindas ao hospital, sem poder realizar um de seus maiores sonhos, brincar livremente e praticar atividades físicas. Quando todos os tratamentos tentados não estavam mais dando resultado, só restava a opção do transplante de coração. Patrícia entrou na fila de espera sem perder as esperanças, até que, aos 30 anos, recebeu um coração novo. Depois de um período de adaptação ela pôde, enfim, realizar seu desejo de praticar esportes, em especial a natação.

“Essa data é muito importante e precisa ser lembrada. Apesar do Brasil ter o segundo maior programa de transplantes do mundo, há cerca de 33 mil pessoas na fila de espera por uma doação. Queremos hoje, com a ajuda do COB, dizer para essas pessoas que elas podem ter esperança porque um sim de uma família vai fazer elas renascerem”, disse Patrícia. “Quando eu estava em uma cama de UTI, eu dependia dos aparelhos para viver. Mesmo assim, eu acreditava que um dia faria exercícios. Depois do transplante eu virei uma atleta. Hoje, eu nadei ao lado de atletas olímpicos, ao lado de ídolos do esporte brasileiro. Isso mostra como a doação transforma uma vida e todas as vidas ao seu redor. A vida é maravilhosa e a gente tem que acreditar sempre”, afirmou a presidente da ONG Sou Doador.

Para a olímpica Joanna Maranhão, apoiar a causa do transplante de órgãos é uma honra. “O esporte tem muitos heróis, mas hoje eu conheci heróis da vida real. Enquanto um nadador olímpico faz de tudo por centésimos de segundo, os transplantados passaram por dificuldades muito maiores apenas para continuar vivendo. Emprestar a força do esporte brasileiro a essa causa é motivo de orgulho. Existe esperança e existe vida para aqueles que estão esperando por um transplante. Todos têm que acreditar nisso”, disse Joana.

Antes do revezamento, todos os atletas, olímpicos e transplantados, conheceram as instalações do Centro de Treinamento Time Brasil, montado pelo COB no Parque Aquático Maria Lenk e local de treinamento de alguns dos principais atletas do país. Como Ana Marcela Cunha, que usa as instalações do CT desde abril, quando voltou de um período de treinos na África do Sul. “Aqui eu tenho tudo o que preciso em um único lugar. Treino a parte física dentro e fora da água, faço fisioterapia, exames no Laboratório Olímpico, e moro do outro lado da rua. Hoje eu não perco mais tempo com deslocamento. Então todo o meu tempo é dedicado à preparação ou ao descanso. Isso me traz muita segurança na minha preparação”, disse a atleta, de 26 anos, prestes a se tornar tetracampeã do circuito mundial de maratonas aquáticas.

Doação – A pessoa que tiver interesse em doar seus órgãos deve simplesmente avisar sua família e amigos de sua decisão. Não há documentos ou protocolos para registrar o desejo de doação em vida. Os interessados devem comunicar aos seus familiares a decisão de serem doadores. Familiares e amigos precisam saber desse desejo para passá-lo à frente e para que as doações aconteçam.

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