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Olimpíada

Mayra Aguiar e Marcelo Melo eleitos melhores do ano

Alexandre Loureiro/Exemplus/COB

Na noite desta quarta-feira, Mayra Aguiar e Marcelo Melo são eleitos os Melhores Atletas do Ano de 2017 no Prêmio Brasil Olímpico. Zé Roberto homenageia Bebeto e Lars Grael emociona presentes.

A judoca Mayara Aguiar e o tenista Marcelo Melo foram os grandes vencedores do Prêmio Brasil Olímpico. Na oite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, eles foram eleitos os Melhores Atletas do Ano de 2017. Organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), a festa de gala do esporte olímpico chegou à sua 19ª edição premiando também 51 melhores atletas no ano em cada modalidade esportiva, além de outras homenagens.

A escolha dos vencedores do Troféu de Melhor Atleta do Ano foi realizada por um júri formado por jornalistas, dirigentes, ex-atletas e personalidades do esporte. Além dos vencedores, concorreram ao troféu de melhor do ano Ana Marcela Cunha (maratona aquática) e Ana Sátila (canoagem slalom), no feminino; e Caio Bonfim (atletismo) e Evandro/ André (vôlei de praia), no masculino.

Mayra Aguiar fez história em 2017. O título do Campeonato Mundial, em Budapeste (HUN), no mês de setembro, a consagrou como a brasileira com mais medalhas na competição em todos os tempos. A quinta medalha em Mundiais da carreira da gaúcha de 27 anos veio após vitória sobre a japonesa Mami Umeki na final da categoria meio-pesado (-78kg). O feito ainda a igualou a João Derly como bicampeã mundial. Ela já havia conquistado o ouro em 2014.  O currículo da judoca traz ainda duas medalhas olímpicas de bronze (Rio 2016 e Londres 2012).

“Estou muito feliz por receber este prêmio. O início de 2017 foi muito conturbado. Passei por minha quinta cirurgia, mas o judô ensina a cair e eu tive que parar. Nada pior para um atleta do que parar de fazer o que ama. E se o judô ensina a cair, também ensina a levantar. E eu me levantei com mais força ainda, conquistando meu segundo título mundial”, disse Mayra Aguiar.

O mineiro Marcelo Melo, de 34 anos, vem quebrando paradigmas no tênis brasileiro. Atuando ao lado do polonês Lukasz Kubot, terminou a temporada 2017 como líder do ranking mundial de duplas. Foram seis títulos ao longo do ano, sendo o mais importante o do tradicional torneio de Wimbledon, jogado na grama.  Também levantou os troféus dos Masters 1000 de Paris, Miami e Madri. Em dezembro, em Londres, no ATP Finals, torneio que reúne os melhores do ano, ficou com o vice-campeonato.

“O ano passado foi muito especial. Conquistar o torneio de Wimbledon é um sonho para qualquer tenista, e eu terminei o ano como o número um do mundo. Nós atletas temos muito orgulho de representar o nosso país, e qualquer competição que você dispute, em qualquer lugar do mundo, sempre tem um brasileiro. Agradeço ao COB e à CBT que me proporcionaram a melhor estrutura possível”, disse Marcelo Melo, que se emocionou ao citar os pais, que o ensinaram a jogar tênis.

O Prêmio Brasil Olímpico 2017 também homenageou o Atleta da Torcida, após eleição realizada no site do Comitê Olímpico do Brasil e nas redes sociais do Time Brasil. Caio Bonfim, bronze na Marcha Atlética no Mundial de Londres 2017, conquistou 46% dos votos dos internautas. Concorreram ao prêmio, além de Caio, Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Ana Sátila (canoagem slalom), André e Evandro (vôlei de praia), Bruno Fratus (natação), Gabriel Medina (surfe), Letícia Bufoni (skate), Marcelo Melo (tênis), Mayra Aguiar (judô) e Rebeca Andrade (ginástica artística).

“Muito agradecido pelo prêmio. Estou muito surpreso. Tive concorrentes de peso. Sou de um esporte individual, mas este prêmio foi coletivo. Minha modalidade, a marcha atlética, sofre muito preconceito. E hoje, um esporte tão discriminado conquista um título através de uma votação popular. Estamos vencendo o preconceito”, afirmou Caio.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico foi a entrega do o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que celebra grandes nomes que representem os valores positivos do esporte, ao velejador Lars Grael. Dono de uma carreira exemplar, Lars é dono de duas medalhas olímpicas –  bronze em Seul 88 e Atlanta 96. Outro título de grande destaque na sua carreira foi o Campeonato Mundial da classe Snipe, em 1983, em Portugal.

Em 1998 estava no auge, mas um trágico acidente, em Vitória, no Espírito Santo, mudou sua vida e resultou na amputação de sua perna direita. Com o apoio da família se reergueu e, graças à sua postura sempre atuante, passou a receber convites para ocupar cargos de gestão, sempre envolvido nas principais discussões sobre os rumos do esporte nacional.

“Me sinto muito lisonjeado em receber um prêmio que representa os valores deixados por Adhemar Ferreira da Silva, o primeiro brasileiro bicampeão olímpico. Estou muito emocionado em ver na plateia meu irmão, Torben, que é meu ídolo e também já recebeu esse prêmio. A minha vida foi toda dedicada ao esporte olímpico”, disse Lars Grael.

Entre os treinadores, o COB fez uma homenagem especial ao técnico Bebeto de Freitas, recém-falecido. E logo depois entregou pela quarta vez o troféu de Melhor Técnico do Ano para José Roberto Guimarães, da Seleção feminina de vôlei, que também exaltou o treinador. “Bebeto foi meu mentor. Foi quem me deu a primeira oportunidade como seu assistente técnico. Minha gratidão pelo que ele fez pelo vôlei e pelo esporte do meu país”. Já nas modalidades individuais, uma inovação: pela primeira vez dois técnicos foram homenageados de uma só vez pelo mesmo trabalho. Mario Tsutsui, da Confederação Brasileira de Judô, e Antonio Carlos Pereira, o Kiko, da Sociedade de Ginástica Porto Alegre (Sogipa), em reconhecimento ao trabalho feito com a bicampeã mundial Mayra Aguiar.

Presente na cerimônia, o presidente do COB, Paulo Wanderley comentou sobre o cenário do esporte olímpico no último ano. “O ano de 2017 foi de muitas mudanças no esporte brasileiro. Um ano de readaptação à realidade do país e do próprio esporte.  As dificuldades foram imensas, mas juntos – COB, Confederações, Ministério do Esporte, Forças Armadas, clubes, treinadores e atletas, conseguimos superar os desafios e evoluir.  O nível técnico alcançado no último ciclo olímpico foi mantido. E seguiremos assim, baseados na meritocracia, austeridade e transparência, até os Jogos Olímpicos Tóquio 2020”, afirmou.

O futuro do esporte brasileiro também teve seu espaço na festa de gala. Os melhores atletas dos Jogos Escolares da Juventude (12 a 14 anos) são Layane Miranda, do wrestling, e Joon Shin, do tênis de mesa. Já na categoria entre 15 e 17 anos os vencedores são Amanda Kunkel, do ciclismo, e André Luiz Souza, da natação.

O Prêmio Brasil Olímpico homenageou ainda os 51 melhores atletas em cada modalidade esportiva entre eles os melhores atletas dos novos esportes e modalidades do Programa Olímpico para Tóquio 2020: Beisebol e Softbol, Escalada Esportiva, Karatê, Surfe, Skate, Basquete 3×3 e Ciclismo BMX Freestyle (ver lista abaixo).

Conheça os vencedores em cada modalidade do Prêmio Brasil Olímpico 2017:

Atletismo: Caio Bonfim
Badminton: Ygor Coelho
Basquete: Vitor Benite
Basquete 3×3: Luiz Felipe Soriani
Beisebol: Eric Eiji Taniguchi Pardinho
Boxe: Beatriz Ferreira
Canoagem Slalom: Ana Sátila
Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz
Ciclismo BMX (Freestyle): Eduarda Bordignon
Ciclismo BMX (Racing): Priscilla Carnaval
Ciclismo Estrada: Flávia Paparella
Ciclismo Mountain Bike: Henrique Avancini
Ciclismo Pista: Gabriela Yumi Nishi Gomes
Desportos na Neve: Michel Macedo
Desportos no Gelo: Edson Bindilatti e Edson Martins
Escalada Esportiva: Felipe Ho Foganholo
Esgrima: Nathalie Moellhausen
Futebol: Luan Guilherme de Jesus Vieira
Ginástica Artística: Thais Fidelis
Ginástica Trampolim: Camilla Gomes
Ginástica Rítmica: Jéssica Sayonara Maier
Golfe: Herik Frederico Machado Oliveira
Handebol: Eduarda Amorim
Hipismo adestramento: João Victor Oliva
Hipismo CCE: Márcio Carvalho Jorge
Hipismo saltos: Pedro Veniss
Hóquei sobre grama: André Luiz Couto
Judô: Mayra Aguiar
Karatê: Douglas Brose
Levantamento de pesos: Fernando Saraiva Reis
Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha
Natação: Bruno Fratus
Nado Sincronizado: Maria Clara Lobo
Pentatlo Moderno: Danilo de Moraes Fagundes
Polo Aquático: Illana Pinheiro
Remo: Uncas Tales Batista
Rugby: Rachel Cristina Kochhann
Saltos Ornamentais: Isaac Nascimento de Souza Filho
Skate: Pedro Barros
Softbol: Fernanda Ayumi Shiroma
Surfe: Gabriel Medina
Taekwondo: Iris Sing
Tênis: Marcelo Melo
Tênis de mesa: Hugo Calderano
Tiro com arco: Marcus Vinícius D´Almeida
Tiro esportivo: Felipe Wu
Triatlo: Vittória Lopes de Mello
Vela: Martine Grael e Kahena Kunze
Vôlei:  Natália Zilio
Vôlei de praia: André Stein e Evandro Gonçalves
Wrestling: Joilson de Brito Ramos Jr.

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