O ano de 2021 foi especial para o esporte olímpico brasileiro. A mais desafiadora preparação olímpica de todos os tempos foi coroada com uma participação histórica do Brasil em Tóquio 2020. Se não bastasse o recorde de 21 medalhas nos Jogos, o esporte nacional manteve o bom rendimento e terminará a temporada com resultados expressivos em diversas modalidades. Com boas perspectivas, agora o olhar do Comitê Olímpico do Brasil (COB) já está voltado para 2022 com Campeonatos Mundiais, competições multiesportivas e planejamento para os Jogos Olímpicos de Paris-2024.
“O esporte brasileiro encerrará 2021 de forma extremamente positiva. Foram inúmeros desafios e, graças ao talento do atleta brasileiro aliado à competência dos profissionais envolvidos, conquistamos o melhor resultado de nossa história em Jogos Olímpicos. Mesmo depois de Tóquio, tivemos várias outras conquistas que demonstram que o trabalho do COB, em conjunto com as Confederações, foi bem-sucedido e está na direção certa”, afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio tiveram com marcas históricas como o recorde de medalhas conquistadas; maior número de ouros em uma edição (7), igualando os Jogos Rio 2016; e pódios em 13 diferentes modalidades. Além disso, esta foi apenas a segunda vez que um país apresentou melhora de resultados após ter sediado os Jogos na edição anterior. Antes, somente a Grã-Bretanha havia alcançado tal feito com Londres-2012 e Rio-2016.
A nova geração do esporte brasileiro também mostrou serviço em 2021. Na primeira edição dos Jogos Pan-Americanos Júnior, em Cali, em novembro, o país terminou a competição na liderança do quadro de medalhas com 164 medalhas e conquistou 77 vagas para os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
“A pandemia trouxe momentos de muita apreensão para os atletas brasileiros, culminando no adiamento dos Jogos Olímpicos. Mas os resultados do ciclo entre atletas jovens e adultos, mostram que estávamos preparados para o que viria”, disse o diretor geral do COB, Rogério Sampaio. “Tenho certeza de que estamos trilhando o caminho certo para os Jogos Olímpicos Paris-2024 e Los Angeles-2028. Temos a convicção de que não será fácil superar os resultados de Tóquio, mas esse é mais um desafio que nos faz manter a atenção plena em nossas metas diárias”.
Olhando em frente
Enquanto alguns atletas aproveitam o fim de ano para descansar e recarregar as baterias, outros já se preparam suas malas para encarar o frio dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em fevereiro. O Brasil já tem quatro vagas garantidas e pode levar até 14 atletas para a competição.
Outros dois eventos multiesportivos, com delegações organizadas pelo COB estão previstos para 2022: Jogos Sul-Americanos da Juventude, entre abril e maio, em Rosário (ARG), e Jogos Sul-Americanos, em Assunção (PAR), em outubro. Este último terá delegação de cerca de 500 atletas e distribuirá diversas vagas para o Pan de Santiago.
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Depois do ciclo olímpico mais longo, agora o esporte terá que se adequar ao intervalo mais curto entre Jogos Olímpicos na história. Assim, os Campeonatos Mundiais de 2022 terão grande importância na avaliação do cenário esportivo para os Jogos Olímpicos de Paris-2024.
“Diferentemente do último ciclo, por ter um ano a menos, os mundiais de 2022 deverão ter a participação efetiva dos principais atletas do planeta. Isso deixará mais claro o potencial de resultados dos países e onde o Brasil tem chance de demonstrar a qualidade da sua preparação”, analisou o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara. “Quando falamos no ano que vem, já teremos modalidades que passam a somar pontos para o ranking olímpico, modalidades que definem suas classificações em dois anos. É extremamente importante que o Brasil consiga colocar em prática uma preparação adequada para Paris”.
Planejamento
Em termos de logística para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, o COB já está bastante avançado. Três viagens à capital francesa foram realizadas e outras estão previstas para o ano que vem. Na última, em outubro, ficou definida a estrutura de treinamento da equipe de vela, em Marselha, cidade no sul da França. A tendência é que durante os Jogos haja uma base próxima à Vila Olímpica, em Paris, seguindo o modelo bem-sucedido adotado em Tóquio.
Mas, diferentemente dos jogos no Japão, o COB não deve ter outros locais de apoio espalhados pelo país-sede. O que será adotado serão pontos suporte no continente europeu. Portugal, que recebeu a Missão Europa, local de treinamento dos atletas em meio à pandemia, será uma das principais bases, que servirá para equipes que queiram permanecer mais tempo treinando e competindo na Europa. Outros países também estão no radar da entidade e serão utilizados durante toda a preparação.