O Brasil comemora nesta quinta (6) o aniversário de duas medalhas de ouro conquistadas em Olimpíadas. Em Los Angeles, em 1984, Joaquim Cruz foi o mais veloz nos 800m e levou a única dourada em provas de pista do atletismo até hoje. Exatos 28 anos mais tarde, na Rio-2016, foi a vez de Arthur Zanetti subir no lugar mais alto do pódio nas argolas e se tornar o único campeão olímpico brasileiro entre os homens na ginástica artística.
Corrida dourada
Na tarde abafada do dia 6 de agosto de 1984, exatamente às 16h51, na pista do Memorial Coliseum de Los Angeles, o brasiliense nascido em Taguatinga Joaquim Cruz entrou para a história ao conquistar aos 21 anos a medalha de ouro na prova dos 800 m nos Jogos de Los Angeles.
Derrotou o então recordista mundial, o britânico Sebastian Coe, que ficou com a prata, e estabeleceu o recorde da competição, com 1min43s00.
Medalha de bronze na primeira edição do Campeonato Mundial, realizado em Helsinque, na Finlândia, no ano anterior, Joaquim Cruz entrou na Olimpíada como um dos favoritos e não decepcionou.
Venceu as eliminatórias, a semifinal, e ganhou a final com sobras e comemorou com uma pequena bandeira brasileira na pista, depois de abraçar o técnico Luiz Alberto de Oliveira, o seu segundo pai.
“Quando cruzei a linha de chegada, eu falei para mim mesmo: ‘Obrigado, meu Deus’. Depois fui pegar a bandeira que estava com o síndico do meu prédio na curva de largada dos 1.500 m. Decidi dividir aquele momento com o povo brasileiro”, lembrou o campeão olímpico, caçula de seis irmãos, que havia mudado para os Estados Unidos em 1981 a convite do norte-americano Bob Taylent.
Recorde mundial juvenil
Ele ganhou a oportunidade de Taylent, que conheceu numa clínica de basquete em Brasília. A mudança foi possível também porque no Troféu Brasil de Atletismo de 1981, no Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro, Joaquim bateu o recorde mundial juvenil (sub-20) dos 800 m, com 1min44s, na cronometragem manual. O recorde vigorou por 16 anos.
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Além do ouro em Los Angeles e do bronze no Mundial, Joaquim Cruz foi prata nos Jogos de Seul-1988, também nos 800 m, e tem dois ouros em Jogos Pan-Americanos – Indianápolis-1987 e Mar Del Plata-1995 – ambos nos 1.500 m. Nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, um ano antes de encerrar a sua carreira, foi o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura.
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Até hoje, 36 anos depois, Joaquim Cruz ainda é o único brasileiro a ter uma medalha de ouro nas provas de pista. Em agosto ainda de 1984, ele venceu o Meeting Internacional de Colônia, na Alemanha, com 1min41s77, ficando a quatro centésimos do recorde mundial da época de Sebastian Coe. A marca é ainda recorde brasileiro e sul-americano dos 800 m.
Argola de ouro
Arthur Zanetti comemora o aniversário de oito anos da primeira medalha olímpica a ainda hoje a única de ouro da ginástica artística masculina do Brasil. Ela veio no dia 6 de agosto de 2012, em Londres, pelas mãos do paulista de São Caetano do Sul, então com 22 anos.
Arthur Zanetti foi campeão nas argolas com nota 15.900, vencendo o chinês Yibing Chen, tetracampeão mundial, bicampeão olímpico e favoritíssimo, na Arena de North Greenwich.
Nas eliminatórias das argolas, Arthur trocou um elemento de grau de dificuldade A por um de grau de dificuldade D e obteve o quarto lugar (15.616), posição que lhe garantiu o direito de ser o oitavo e o último a se apresentar na decisão. O chinês Chen obteve a melhora nota naquela preliminar, com 15.858.
Na final, Arthur se apresentou em último e completou a sua série com quase perfeição, cravando a saída para bater Yibing Chen. Foi a segunda melhor apresentação dele na carreira. Chen ficou com a prata (15.800), enquanto o italiano Matteo Morandi (15.733) foi bronze.
Prata na Rio-2016
Quatro anos mais tarde Arthur voltou a conquistar mais uma medalha olímpica. Foi prata, novamente nas argolas, nos Jogos do Rio-2016 com nota 15.766. O grego Eleftherios Petrounias ficou com o ouro (16.000) e o russo Denis Ablyazin com o bronze (15.700).
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“Eu não fiquei frustrado. Foi o que eu merecia naquele dia e comemorei muito. Quantos atletas são medalhistas olímpicos competindo em casa? Eu tive essa sorte, de ganhar uma medalha olímpica no Brasil”, afirmou Zanetti.