Os Jogos Olímpicos da Antuérpia, realizados 1920, tiveram um significado muito além das conquistas. Além de marcar a estreia brasileira em uma edição de Olimpíada e a conquista do primeiro ouro, a edição da Bélgica foi a primeira depois da I Guerra Mundial, que aconteceu entre 1914 e 1918 e cancelou os Jogos de Berlim em 1916.
Foi na Antuérpia que a bandeira olímpica foi hasteada pela primeira vez. Criada em 1913 por Pierre de Coubertin, ela se tornou um dos símbolos olímpicos e representa a união dos cinco continentes. Além disso, foi em 1920 que os atletas realizaram o primeiro juramento na abertura de uma Olimpíada, ato inspirado na Grécia antiga. Para marcar o momento de celebração, pombas brancas foram soltas para simbolizar a paz, outro ato que virou tradição nos Jogos Olímpicos.
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“Foram muitos os desafios para organizar os Jogos Olímpicos Antuérpia 1920, a primeira edição pós-guerra. Vários elementos foram introduzidos e se tornaram permanentes, como a Bandeira e o Juramento Olímpico. A Bélgica foi escolhida pelo COI de uma forma muito respeitosa a esse país que tanto sofreu com a Primeira Guerra Mundial e que ainda pode nos inspirar muito com suas lições de superação, especialmente, neste momento em que celebramos cem anos de sua realização em um cenário de tantas incertezas em virtude da pandemia da COVID-19”, afirmou Carolina Araújo, gerente de Cultura e Valores Olímpicos do Comitê Olímpico do Brasil.
Reutilização foi a alternativa
Do momento em que a Antuérpia foi anunciada como sede para os Jogos Olímpicos até o início da Olimpíada, o COI (Comitê Olímpico Internacional) teve cerca de 16 meses. Com isso, a organização local optou por reutilizar 11 locais já existentes, também visando a questão econômica enfrentada pelo mundo em um pós guerra.
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Nos Jogos Olímpicos da Antuérpia em 1920 participaram 2.626 atletas, sendo apenas 65 mulheres e 2.561 homens, representando 29 países, que competiram em 156 provas de 29 modalidades.
Feitos marcantes
Mesmo tendo acontecido há 100 anos, a Olimpíada da Antuérpia tem feitos esportivos ainda não igualados até hoje. Um deles é de Nedo Nadi, da Itália. O atleta conquistou ouro em cinco das seis provas de esgrima: três nas individuais (espada, florete e sabre) e duas por equipes. Algo ainda não igualado na história. Já a americana Ethelda Bleibtrey foi a “dona” da natação feminina. Com a medalha de ouro em três provas (100m, 300m e 4x100m nado livre) e cinco recordes mundiais (tendo competido em cinco provas).
O corredor Paavo Nurmi, o “finlandês voador”, saiu da Bélgica com três medalhas de ouro e uma de prata, iniciando sua carreira como um dos atletas de maior sucesso na história olímpica: nove medalhas de ouro e três de prata entre Antuérpia e Amsterdã 1928.