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Rosângela Santos revela que não se sente medalhista olímpica

Em live com a CBAt, Rosângela Santos relembrou os Jogos Olímpicos de Pequim e revelou que está esperando o fim da quarentena para tratar uma lesão

Rosângela Santos não se sente medalhista dos Jogos Olímpicos de Pequim e mira os Jogos de Tóquio.
Rosângela Santos é cinco vezes campeã dos 100m no Troféu Brasil (Foto: Divulgação/CBAt)

Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Aos 17 anos, Rosângela Santos teria a responsabilidade de fechar o revezamento 4x100m do Brasil na final. Mesmo sentindo uma lesão durante a prova, a jovem não se deu por batida e cruzou a linha de chegada em quarto, a 10 décimos de segundo do bronze. A velocista, assim como todo a equipe do atletismo, se tornaria medalhista olímpica nove anos depois, quando a Rússia, que levou o ouro, teve a conquista retirada após uma das atletas ser pega no doping.

Essa demora de quase uma década para ficar com o bronze faz com que Rosângela Santos, hoje recordista sul-americana, não se sinta uma medalhista olímpica. A sensação, inclusive, impulsiona a brasileira em busca dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

“Eu não consigo me sentir medalhista olímpica. Foi uma situação que tiraram de nós. Não temos foto no pódio, volta olímpica. Naquele momento, o revezamento nunca tinha ido para a final nas Olimpíadas. Então quando a gente foi à final, já estávamos como?! ‘Vamos para cima’. Mas saímos de lá com um gosto amarguíssimo. O quarto lugar é pior que o último lugar. No último lugar, você pensa: ‘Dei o meu melhor, mas tem sete melhores do que eu’. Mas o quarto lugar… ainda por centésimos”, disse em live com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Lesão e pensamento em Tóquio

Rosângela Santos acredita que caso não tivesse se lesionado durante a prova o revezamento brasileiro poderia ter terminado em terceiro, sem precisar esperar tanto tempo para ficar com a medalha. Além disso, a contusão custou quase dois anos longe das pistas e o Mundial de 2009, o único que ficou de fora desde que passou a competir com os adultos.

“Eu poderia ter parado ou não ter parado. Eu falei: ‘Vou continuar’. Arrumei um estiramento grande na coxa, me custou até dois anos. Eu era mais nova, então fazia todas as competições juvenis, além das adultas. Eu ia para muitas competições e o meu corpo já estava no zero, no menos na verdade. Acho que isso até custou a medalha na prova, quem sabe não fosse a medalha de prata que a gente recebesse depois”, afirmou.

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Rosângela Santos ainda não conseguiu índice olímpico para estar nos Jogos de Tóquio. O fato de não se considerar medalhista em Pequim 2008, aliás, impulsiona a brasileira na busca por essa meta.

“Eu olho a medalhas às vezes, está na casa da minha tia, mas não sinto: ‘Nossa, sou medalhista’. Mas por isso eu quero acreditar muito em Tóquio. Quero muito ter essa sensação lá, naquele momento”, disse.

Lesão e treinos

Rosângela Santos não se sente medalhista dos Jogos Olímpicos de Pequim e mira os Jogos de Tóquio.
Rosângela Santos participou dos Jogos Olímpicos do Rio de janeiro (Foto: Roberto Castro/Brasil 2016)

Rosângela Santos já havia comentado sobre o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio em entrevista com o Olimpíada Todo Dia e suas consequências tanto no planejamento esportivo quanto no pessoal. Agora, a velocista está precisando lidar com uma lesão no labrum, estrutura interna que reveste a região do quadril.

“Meu treino está sendo mais fortalecimento e recuperação, porque estou com uma lesão no quadril. Estou esperando acabar a quarentena para fazer o tratamento que precisa ser feito, mas enquanto isso estou fazendo os exercícios que a fisioterapia manda. Enfim, tentando manter o corpo da melhor maneira forma possível”, disse.

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Habituada com a rotina de atleta, Rosângela Santos revelou que está com um misto de sentimentos por ficar em casa durante a quarentena em decorrência da pandemia do coronavírus.

“É bem complicado e estressante. Ficar em casa o dia inteiro, ainda mais para mim que sou uma atleta acostumada a sair de casa às sete da manhã e chegar às seis da tarde. Ficar em casa está sendo bem torturante, mas ao mesmo tempo bom”, finalizou.

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