Se você já estava incomodado com as recentes mudanças no programa esportivo das Olimpíadas, pode se preparar, pois pode piorar. A chegada de cinco novas modalidades nos Jogos de Tóquio-2020 (surfe, skate, escalada esportiva, caratê e o combo beisebol/softbol) é fichinha diante do que pode aparecer.
No início de outubro, a GAISF (Associação Global das Federações Esportivas Internacionais), com sede na Suíça, concedeu o status de “observador” para o poker, pole dance e futebol de mesa, mais conhecido no Brasil como pebolim ou totó, dependendo da região do país. Trata-se do primeiro passo para uma modalidade esportiva tornar-se olímpica.
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Sim, o pole dance, famoso em casas noturnas de reputação nada olímpica, já é considerado como uma modalidade esportiva, tendo inclusive campeonatos mundiais disputados. O poker vem ganhando espaço inclusive em vários canais fechados de esporte, com a transmissão de competições com prêmios milionários. E o pebolim encontra um publico bastante empolgado em vários países. Mas isso tudo justifica torná-los esportes olímpicos?
Se depender da empolgação de Patrick Baumann, presidente da GAISF e membro do COI (Comitê Olímpico Internacional), sim. “Recebemos calorosamente nossos primeiros observadores. É um momento emocionante para eles e faremos tudo dentro da nossa missão para ajudá-los a mostrar todo o seu potencial como federações internacionais dentro do esporte global e, quem sabe um dia, fazerem parte do programa olímpico”, disse Baumann, em um comunicado.
O dirigente suíço, que foi o chefe do comitê de avaliação das candidaturas das Olimpíadas de Paris-2024 e Los Angeles-2028, aponta que o esporte olímpico tem que buscar a inovação. “Os novos esportes que irão estrear em Tóquio-2020 e os Jogos da Juventude de Buenos Aires-2018 são evidências de que o caminho é esse”, afirmou.
Caminho ainda é longo
Por mais surreal que seja a possibilidade, o fato é não é tão simples assim um esporte tornar-se olímpico. Mas o primeiro passo foi dado ao pole dance, poker, pebolim, braço de ferro e dodgeball (a popular “queimada” do colégio). Passarão, por exemplo, a buscar os requisitos de reconhecimento exigidos pelos comitês olímpicos nacionais e assinarem os termos de comprometimento com as regras da Agência Mundial Antidoping (Wada).
Só que existem alguns obstáculos. Entre eles, o esporte precisa ser praticado por homens em 75 países e por mulheres em 40, além de alcançarem pelo menos três continentes. Só assim ele pode pleitear sua inclusão no programa olímpico.
Me desculpem os defensores da modernização do programa olímpico, mas tudo tem limite.
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