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Olimpíada

Tecnologia importada do Japão para os atletas brasileiros

Ajinomoto começa no Brasil o Projeto Vitória com o objetivo de fazê-lo crescer como no Japão, onde a empresa é a principal parceira do Comitê Olímpico

A receita deu sucesso no Japão e agora está chegando ao Brasil. O mesmo tipo de parceria feita na terra dos Jogos Olímpicos do ano que vem, a Ajinomoto quer fazer por aqui. Lá são 16 anos lado a lado do Comitê Olímpico Japonês, dando suporte nutricional, investindo em tecnogia e financiando o desenvolvimento do esporte no país. Por aqui, foi montada uma equipe de 22 atletas de várias modalidades que estão sendo apoiados pela empresa, que também se tornou patrocinadora dos comitês olímpico e paralímpico brasileiros.

No Japão, a parceria é tão grande que a empresa batiza o moderníssmo centro de treinamento nacional (Ajinomoto Training Center). É lá que os atletas japoneses treinam para fazer história no ano que vem. Depois de 12 ouros e 20 pódios no Rio de Janeiro, o projeto é ambicioso para os Jogos de Tóquio. Os donos da casa querem fazer 30 campeões olímpicos e somar mais de 70 medalhas.

Ajinomoto detém os naming rights do centro nacional de treinamento do Japão

No começo de novembro, a reportagem do Olimpíada Todo Dia foi convidada pela Ajinomoto para conhecer um pouco mais da empresa e das ações feita por eles na área esportiva no Japão. Entre os membros da comitiva da empresa estava o judoca Tiago Camilo, duas vezes medalhista olímpico, que ficou impressionado com o que viu por lá.

“Eu fiquei extremamente chocado sobre como eles controlam tudo, desde o treino, a alimentação e o descanso do atleta. Isso, no resultado final, dá uma diferença muito grande. É o exemplo de que dá certo e que funciona e que os atletas. Quanto melhores condições de treinamento e de estrutura, obviamente, terão melhores resultados”, acredita o brasileiro.

O Projeto Vitória começou em 2003, ano em que a Ajinomoto assinou o contrato de parceria com o Comitê Olímpico Japonês. Seis anos depois, o casamento foi ampliado com a compra pela empresa dos Naming Rights do centro de treinamento nacional.

“Uma instalação desse tamanho é muito difícil de ser mantida porque o custo de manutenção é elevado. Então o que nós fazemos, a partir do momento em que adquirimos os naming rights, é arcar com esse custo de manutenção. Mas o principal é que oferecemos o apoio integral na área de nutrição para os atletas que fazem treinamento neste centro. Por exemplo, nós recolhemos dados a respeito das refeições que eles fazem para ver o que está faltando para ter um físico forte para vencer as competições. Então, nós recolhemos dados para fazer uma análise e depois oferecer a solução em termos de alimentação complementar para cada atleta”, explica o CEO Global da Ajinomoto, Takaaki Nishii.

Além da parceria direta com o Comitê Olímpico Japonês, a Ajinomoto apoia 12 modalidades olímpicas e paralímpicas e 10 atletas entre esportes de verão e inverno. A novidade é que toda esta trajetória de sucesso construída no Japão desembarcou recentemente no Brasil. A multinacional fechou parceira com com os comitês olímpico e paralímpico do Brasil e formou o Time Ajinomoto, com 22 atletas.

Time Ajinomoto no Brasil conta com 22 atletas entre olímpicos e paralímpicos

“Brasil é um núcleo de operações importantíssimo para o grupo Ajinomoto. Para nós, o maior mercado é o Japão, depois a Tailândia, os Estados Unidos e o Brasil, que representa 10% das vendas totais. O segundo motivo principal pela escolha do Brasil é que o Projeto Vitória, para nós, um é projeto muito importante e esse projeto tem a ver com Amino Vital, cuja matéria prima principal é fabricada em São Paulo”, completa Takaaki Nishii.

Gerente de Comunicação da Ajinomoto do Brasil, Priscila Santana explica que o começo do Projeto Vitória no país é baseado no fornecimento do AminoVital, suplemento a base de aminoácios produzido pela empresa, que ajuda na recuperação muscular dos atletas. “O Projeto Vitória no Brasil é uma iniciativa muito interessante porque a gente quis aplicar o case de sucesso do Japão aqui no Brasil. A gente tem alguns atletas que fazem parte deste time e que a gente oferece suporte nutricional. A gente faz questão de fazê-los experimentar e para que eles percebam que faz sentido aquele produto para eles ou não. Então, essa é a premissa básica para fazer parte do Time Ajinomoto: experimentar o produto, entender se aquilo realmente faz sentido para eles e até agora todos eles relatam que sim. Não é um patrocínio, não é um apoio simplesmente, mas é fazer a diferença na vida desses atletas”.

Dois dos atletas brasileiros mais vencedores em 2019 fazem parte do Time Ajinomoto: Ana Marcela Cunha, considerada a melhor do mundo na maratona aquática, e Artur Nory, campeão mundial da barra fixa. O ginasta, inclusive, consome os aminoácidos da Ajinomoto desde 2016.

Se seguir o exemplo do trabalho construído no Japão, a Ajinomoto veio para ficar no esporte brasileiro. Todos os contratos firmados até agora vão até o fim de 2020, mas os planos são de seguir em frente com o Projeto Vitória no país.

“Esse primeiro ano do Projeto Vitória no Brasil, ele é um bebê. Então, a gente está começando as primeiras atividades, lançamento do time, parceria com algumas entidades, mas a ideia é que isso cresça assim como no Japão e tenha tanto corpo como tem lá. A gente tem o mote da Olimpíada de 2020, mas é um projeto a longo prazo. A gente quer continuar com ele”, acrescenta Priscila Santana.

Quem também fez parte da comitiva da Ajinomoto no Japão foi o médico Christian Trajano, responsável pela área de educação e prevenção ao doping do Comitê Olímpico Brasileiro. Empolgado com o que conheceu por lá, sonha em ver a parceria do COB com a empresa ser ampliada no Brasil.

“Ajinomoto começa um trabalho no Brasil. Existe muita expectativa nossa, de todo o universo olímpico brasileiro, de que a gente já tenha uma estrutura e um suporte do tamanho que a Ajinomoto desenvolveu aqui no Japão, mas nós entendemos que isso é uma construção e a gente está na base, na fundação desta construção. Acreditamos que, no futuro, pode ser sim atingir o que a Ajinomoto atingiu com o Comitê Olímpico japonês” , acredita Trajano.

“Eu acho que a gente já está neste caminho. Já estamos abraçados com o COB e com o CPB. Essa parceria, inclusive, é um modelo que a gente trouxe lá do Japão. Lá eles são parceiros do Comitê Olímpico e do Comitê Paralímpico do Japão. Aqui a gente quer fazer a mesma coisa. A gente quer ter acesso aos atletas, passar as informações tanto para os atletas que são do Time Ajinomoto, quanto para todos. Então, nada melhor do que a gente estar associado a essas entidades. Então, a gente, na verdade, já está abraçando todos eles”, completou Priscila Santana.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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