O Pacto pelo Esporte anunciou nesta quarta-feira (23), em São Paulo, as cinco entidades esportivas que tiveram melhor desempenho no Rating Integra, que avaliou a governança de cada uma das 26 instituições que participaram do programa. CBVela (Confederação Brasileira de Vela), Ande (Associação Nacional de Desportos para Deficientes) e CBBd (Confederação Brasileira de Badminton) ganharam a nota A, enquanto a CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) teve nota B e a CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa), C.
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“26 entidades participaram e abriram o caminho, independente se foram bem ou mal avaliadas. Só de querer ser avaliado é uma ótima iniciativa. Nós, que somos atletas vencedores, aprendemos mesmo nas derrotas. Só ganha aquele que aprende com a derrota. Entrar no rating mostra vontade de acertar”, afirmou o medalhista olímpico Lars Grael, em nome da ONG Atletas pelo Brasil, organização que foi criada por Raí, ex-jogador de futebol, e que foi responsável, junto com o Instituto Ethos, pela reunião de empresas que formou o Pacto pelo Esporte.
Ao todo, 32 empresas dispostas a investir no esporte brasileiro fazem parte do movimento: AccorHotels, Aché, Algar, Banco do Brasil, Bradesco, BRF, Carrefour, Centauro, Cielo, Correios, Decathlon, EDP, Elemidia, Estácio, Ernst & Young, Globo, GOL, Itaú, Johnson & Johnson, Latam, Mastercard, McDonald’s, Passarelli, Procter & Gamble, Santander, Siemens, Sky, Quantum Smartphones, Somos Educação, Topper, Visa e Vivo. O Pacto Pelo Esporte é um acordo entre empresas patrocinadoras do esporte brasileiro que tem o objetivo de contribuir para a cultura e a prática de governança, integridade e transparência do segmento.
O Rating Integra é a ferramenta criada pelo Pacto pelo Esporte para medir o desempenho das entidades esportivas nas áreas de governança, integridade e transparência. E o movimento promete só investir nas empresas que tiverem bons resultados na avaliação.
“É a primeira vez que atletas, empresas e entidades se reúnem. Não tem como dar errado”, afirma Daniela Castro, diretora executiva do Pacto pelo Esporte. “O grande objetivo das empresas é aumentar o investimento a longo prazo. A ideia não é olhar uma fotografia. A partir do evento de hoje, vamos sentar com as entidades pra fazer parcerias para ver como esse processo pode ser melhorado”, explicou ela. “Estamos aqui pelo longo prazo. Estamos cansados de curto prazo. Queremos pensar em 2020, 2024, 2028, 2032 e assim por diante”, completou o ex-nadador Gustavo Borges, também integrante da ONG Atletas pelo Brasil.
O único ponto polêmico da premiação feita pelo Pacto pelo Esporte foi a indicação da CBVela com a nota A. A entidade, em crise no passado recente, teve problemas exatamente em cumprir o artigo 18A, da Lei Pelé, que foi alterado graças à influência da ONG Atletas pelo Esporte.
Após a alteração, o artigo condiciona o repasse de verbas públicas a uma série de regras, como limite de mandato de dirigentes, participação de atletas na eleição para cargos de direção, transparência de documentos e contas na gestão, entre outras.
“A antiga CBVela foi fechada e uma nove foi aberta com novo CNPJ e outras pessoas. O caso está na Justiça, mas, como não houve decisão, nosso conselho decidiu avaliar apenas a gestão da nova CBVela e o resultado foi a nota que foi divulgada”, explicou Daniela Castro.