Katie Ledecky quebrou o recorde mundial dos 1500m mais uma vez e tem, nesta temporada, 33 segundos de vantagem sobre a segunda colocada do ranking
A quarta-feira marcou a data de 800 dias para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. E, neste mesmo dia, a americana Katie Ledecky, dona de quatro ouros na Rio 2016, quebrou o recorde mundial da prova dos 1500m livre da natação em mais de 5 segundos, superando a antiga marca que era dela mesma.
Isso a coloca como a atleta mais difícil de ser batida em qualquer prova dos esportes olímpicos na atualidade. No momento, é mais difícil vencê-la nos 1500m do que o judoca decacampeão mundial Teddy Riner perder uma luta, ou a equipe de nado sincronizado da Rússia ficar sem algum título ou até mesmo o time da China de tênis de mesa sair sem a medalha de ouro.
O tempo que ela anotou nos 1500m livre foi de 15min20s48, cinco segundos mais rápido do que ela havia nadado no Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015, no antigo recorde. Ela não perde nenhuma disputa dos 1500m livre desde 2010. A prova fará sua estreia olímpica em Tóquio 2020 (não foi disputada em nenhuma edição dos Jogos) e ela é muito favorita ao título.
A segunda nadadora mais rápida da história nesta prova é a dinamarquesa Lotte Friis, que tem 15m38s88, marcados em Barcelona 2013. Ela, porém, se aposentou no ano passado. Ledecky tem os oito melhores tempos da história dos 1500m livre. Segundo o ranking da FINA, a segunda colocada da lista de 2018 é a chinesa Jianjiahe Wang com 15m53s01.
Ou seja, em uma hipotética competição, ela colocaria 33 segundos sobre a segunda melhor nadadora da temporada, o que representa mais de uma piscina de frente.
Isso mesmo. Katie bateria na borda da piscina ao término dos 1500m livre antes que a segunda colocada completasse os 1450m.
Em outras modalidades, há grandes hegemonias. A Rússia, no nado sincronizado, não perde uma grande competição desde 1998, mas a diferença para a segunda melhor equipe não é tão gigantesca assim. No tênis de mesa, a China, principalmente no masculino, tem uma grande vantagem sobre a segunda principal equipe. Mas essa frente não é tão grande como Ledecky tem contra suas principais rivais.
No levantamento de peso, há atletas com grandes vantagens sobre o segundo colocado que são muito favoritos nas competições. Mas não tanto como Ledecky. O time feminino de basquete dos Estados Unidos é muito difícil de ser batido (não perde uma grande competição desde 2006), mas ainda assim é menos impossível a seleção americana cair em um jogo do que Ledecky perder os 1500m.
Ainda faltam 800 dias para a Olimpíada. Mas, se os Jogos fossem hoje, a medalha de ouro em Ledecky estaria 99,9999% garantida.