O dia quatro de setembro de 2024 se tornou inesquecível para Patrícia Pereira. Em sua terceira edição dos Jogos Paralímpicos da carreira, a nadadora mineira conquistou seu quarto pódio na competição. Entretanto, a medalha de prata nos 50m peito SB3 foi a sua primeira individual no evento. Apesar de ter entrado sozinha na piscina, Patrícia contou com a ajuda de muitas pessoas em cada braçada até a borda.
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Bastante emocionada na zona mista, a nadadora de 46 anos não escondeu e contou boa parte dos momentos difíceis que passou para se tornar uma atleta de alto rendimento. Ela lembrou de todas as dificuldades financeiras, das coisas que precisou abrir mão e, principalmente, de quando testou positivo no doping em 2019.
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“No primeiro Parapan da minha vida, uma contaminação cruzada por uma farmácia de manipulação. No meio dos Jogos, na minha prova principal. Eu tive que voltar do meio do caminho, escoltada, pior do que vagabundo. Nunca tinha passado isso na minha vida. Não imaginava vivenciar aquilo nem quando levei o tiro”, lembrou Patrícia.
Volta por cima
Durante um assalto a uma casa lotérica em que trabalhava, Patrícia Pereira acabou sendo baleada no pescoço. Como resultado desse episódio, ela ficou tetraplégica. Conheceu o esporte paralímpico ainda no centro de reabilitação e entrou na natação em 2009. De lá para cá, Patrícia já conquistou inúmeras medalhas em Jogos Parapan-Americanos e etapas do circuito mundial.
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“Não me incomodou o que os outros falavam. Os dedos apontaram porque tinha uma convicção, dentro da minha essência, que não tinha feito nada e que iria se esclarecer. Mas de tudo aquilo ali, sem patrocínio, sem nada. A vida de um atleta paralímpico no nosso país, infelizmente ainda existe”, disse. Na Paralimpída, além da prata da última quarta-feira (4), Patrícia também tem uma prata e dois bronzes no revezamento 4x50m livre misto 50 pontos.
Medalha coletiva
Embora a medalha seja individual, a conquista de Patrícia Pereira nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 foi coletiva. O primeiro pódio individual da carreira na Paralimpíada é fruto dos esforços de muitas pessoas além dela, e a mesma fez questão de lembrar e dedicar isso.
“Encontrar pessoas nessa jornada que te mostram que você é aquilo, que você tem potencial para ir além disso, não tem dinheiro que pague. Então, essa medalha é do Antônio Luiz, essa medalha é do Rui, essa medalha é do Igor, é de uma Adriele, que cansaram de dar os pagamentos deles para me manterem na competição de alto nível e não cair a qualidade”, completou.