As primeiras finais da Seletiva Olímpica de natação acontecem na noite desta segunda-feira no Rio de Janeiro. Diferente de outros anos, entretanto, seis atletas já conquistaram seus índices para Paris-2024 graças à salvaguarda, principal novidade deste ciclo: Beatriz Dizotti (1500 m livre), Gabrielle Roncatto (400 m livre), Guilherme Caribé (100 m livre), Guilherme Costa (400 m livre) e Maria Fernanda Costa (200 m e 400 m livre).
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“Eu acho que a salvaguarda foi mais do que justiça. A salvaguarda permitiu você enxergar diferentes planejamentos. Não vou nem falar de um atleta meu, vou falar do Guilherme (Costa), o Cachorrão. Ele saber que já tem o índice permite ao treinador dele montar um planejamento voltado para os Jogos e isso é fantástico. Isso é uma liberdade de mexer com as datas e a maneira de preparar o seu atleta. Sou a favor da salvaguarda, acho que a seletiva ser soberana é válido também, mas acho que a estrutura que a gente tem hoje é melhor do que a que a gente tinha anteriormente”, analisou Fernando Possenti em entrevista ao Sem Limites, que foi ao ar na segunda-feira da semana passada.
Modelo de seletiva mudou
O modelo da seletiva olímpica de natação é diferente do adotado nos últimos Jogos Olímpicos, quando os atletas tinham apenas o dia da seletiva para conseguir fazer seus índices. Para Paris-2024, a salvaguarda colocou os Mundiais de 2023 e 2024, a Universíade de 2023 e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023 como competições em que os atletas também teriam a oportunidade de fazer suas marcas para ir aos Jogos.
“Existem justificativas para os dois modelos. Uma delas é o atleta aprender a lidar com a pressão. Na seletiva única você precisa fazer o resultado na hora que tem que ser feito, na hora certa. Isso é um ponto importante para a natação e para o alto rendimento. Em contrapartida, a gente tem que lidar com a nossa realidade. Você pegar uma seletiva única nos Estados Unidos é uma coisa, mas você está num país onde você tem apenas seis atletas que nadaram para salvaguarda, é você restringir ao máximo a participação”, avalia o treinador, que mostra preocupação com os revezamentos.
“Hoje com o número de atletas com índice, você não consegue participar dos revezamentos. Temos cinco revezamentos classificados, consequentemente dez vagas de ‘relay only’ (atletas que nadam apenas revezamento e não precisam ter índice), e não temos dez caras com índice”, se preocupa Fernando Possenti, que, entretanto, acredita que essa situação tem tudo para ser mudada durante a Seletiva Olímpica de natação.
Revezamentos sob risco
“Se a conta não fechar (tivermos pelo menos dois atletas com índice por prova), vai ter revezamento que o Brasil não vai nadar. Essa possibilidade é real porque você não pode levar mais de dez ‘relay only’. Acho que não vai acontecer? Acho que não vai. Espero que tenhamos mais cinco, seis atletas fazendo índice para podermos compor os melhores revezamentos”, acredita Fernando Possenti, que, com esses argumentos, explica o motivo pelo qual não concorda com seletiva única no Brasil.
“Seletiva única é desproporcional num país como o nosso. É pouco, mas eu ainda celebro porque atingimos a equidade. Temos três homens e três mulheres com índice. Antigamente seriam seis homens”, acredita.