Dez nadadores bateram o índice estabelecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para qualificação aos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 nesta sexta-feira (3), segundo dia do Open Internacional de natação da modalidade. Todos eles se somam a outros 13 atletas que obtiveram o resultado na abertura da competição.
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Na prova dos 50m livre da classe S10 (comprometimento físico-motor), a mesma em que foi bronze nos Jogos de Tóquio-2020, o pernambucano Phelipe Rodrigues marcou 23s96, batendo o índice para Paris, que é de 25s06. O resultado coloca o nadador de 33 anos perto de sua quinta participação de uma edição dos Jogos Paralímpicos.
“Bater o índice sempre é bom. Fico feliz de representar o Brasil na maior competição do mundo. Meu resultado foi bom, mas sei que preciso melhorar um pouco mais para disputar uma medalha. Estar em direção da minha quinta participação nos Jogos, seguir na elite da natação mundial por todos esses ciclos, é muito expressivo. Por incrível que pareça, a pressão só aumenta. Existe a experiência, mas também a cobrança, inclusive a minha mesma, pela minha história”, afirmou o atleta.
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Medalhista de ouro em Tóquio, Wendell Belarmino comemorou ter ultrapassado o índice após ter ficado de fora do Mundial de Manchester, no ano passado, enquanto enfrentava uma série de lesões. O nadador completou a prova dos 50m livre desta sexta-feira em 26s49, enquanto o índice a ser atingido era de 26s67.
“Estou muito feliz. Tive lesões nos dois ombros, no joelho, por pouco não tive de passar por cirurgia. Isso me abalou muito, tive dúvidas se conseguiria voltar ao meu melhor. Estar próximo de uma segunda edição dos Jogos é maravilhoso. O principal para conseguir o resultado foi o apoio da família e do Praia Clube. Isso tudo influenciou e continua influenciando muito meu desempenho. Consegui cumprir minha meta de fazer o índice logo pela manhã e acredito que, de tarde, na final, devo nadar ainda melhor”, disse o nadador.
Outros índices
A fluminense Mariana Gesteira, bronze na prova dos 100m livre na última edição dos Jogos, conquistou o índice ao nadar os 50m livre em 28s25, tempo mais rápido do que os 28s37 necessários para qualificação a Paris. Logo depois, nas finais do dia, a atleta ainda conseguiu uma marca mais forte, de 27s77, melhor tempo de sua classe e também da S10 em 2024. Além dela, a paranaense Beatriz Carneiro, bronze nos 100m peito em Tóquio, obteve a marca de 1min16s92 na mesma prova, abaixo dos 1min17s96 necessários.
Já a mineira Patrícia Pereira da Silva (S4, comprometimento físico-motor), completou a prova dos 50m livre em 40s65, abaixo dos 42s95 definidos pelo CPB. A atleta foi medalhista de bronze em Tóquio, no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos. Além dos medalhistas paralímpicos, o paranaense Alan Kleber Basílio também bateu o índice na prova dos 50m da classe S4 (comprometimento físico-motor) e pode obter sua primeira convocação para os Jogos Paralímpicos.
“Fiquei muito feliz com o resultado. É a concretização de muito trabalho. Vinha buscando esse tempo e ele veio na hora certa. Só agradeço a todos pelo apoio. Os Jogos Paralímpicos é o auge do esporte para todos, é um sonho que está cada dia mais perto”, afirmou Alan, que se interessou pela natação paralímpica ao assistir aos Jogos do Rio-2016.
Outros quatro atletas atingiram o índice nesta sexta-feira: a mineira Laila Suzigan (S6, comprometimento físico-motor), a paranaense Débora Carneiro (S14, deficiência intelectual), o gaúcho Roberto Alcalde Rodriguez (S6, comprometimento físico-motor) e o mineiro João Pedro Brutus (S14). Além deles, a nadadora Jenifer Rocha, da classe SB7 (comprometimento físico-motor), nadou com tempo abaixo do índice na prova dos 100m peito, porém a atleta não cumpre todos os demais critérios de qualificação do CPB para ficar elegível à convocação.
Recordes continentais
Ademais, o dia ainda teve dois recordes das Américas batidos no CT Paralímpico. Um deles foi obtido pela carioca Lídia Cruz, que marcou 38s99 na prova dos 50m livre para a classe S4. A marca anterior era da mexicana Miranda Herrera, que nadou a prova em 39s52 em julho de 2016, no Canadá. Anteriormente, Lídia já havia batido o índice estabelecido pelo CPB na abertura do Open Internacional.
Outra marca continental foi quebrada pela paulista Esthefany Rodrigues na prova dos 200m medley da classe S5. A nadadora marcou o tempo de 3min43s87. O recorde anterior era da gaúcha Susana Schnarndorf, que completou a distância em 3min44s51 em junho de 2016, na Alemanha. A marca, porém, não foi suficiente para que ela quebrasse o índice para os Jogos de Paris-2024.