Susana Schnarndorf, nadadora brasileira dona de uma medalha paralímpica, pode ficar de fora dos Jogos de Paris-2024. Na última competição internacional que disputou, ela, que possui Atrofia de Múltiplos Sistema, foi reclassificada da classe S3 para S5. Segundo sua assessoria, a mudança contraria a comprovação médica que diz que sua condição está piorando com o passar do tempo. Agora, ela caiu do segundo lugar do ranking mundial para a 25ª posição, estando fora da zona de classificação às Paralimpíadas.
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No torneio realizado no mês de fevereiro, na Escócia, pela primeira vez em 14 anos, Susana subiu de classe e foi considerada S5 na análise do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). A mudança de avaliação faz com que a gaúcha, no S5, teria que fazer a prova de 200m medley que inclui o nado borboleta, estilo que ela, segundo sua assessoria, não consegue mais executar devido à limitação de seu movimento em um dos braços. Com a nova classificação, a nadadora caiu da segunda para a 25ª colocação no ranking mundial. Além disso, por não integrar o top-10 global, ela parou de receber os valores da Bolsa Pódio e do Time Rio, que tem como critério a posição na lista dos melhores da modalidade.
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“Fiquei sem chão, perdida. Planejei meu ano bem diferente e de repente, virou tudo de cabeça pra baixo. Entrei em depressão novamente, me senti sozinha. Toda essa questão me fez mal, minha saúde piorou. O estresse afeta muito minha doença, tenho crises de ansiedade, crise de pânico, depressão e labirintite”, explicou a atleta. Para ter a chance de disputar as Paralimpíadas, Susana precisa passar por reavaliação em outra competição internacional. No entanto, as vagas para reclassificação são dadas apenas aos nadadores que estão entre os 10 melhores do ranking. Como foi considerada S5, ela só subiria no ranking se disputasse uma prova que, segunda a avaliação da sua equipe, não consegue mais fazer.
Decisão do CPB
A decisão de levar Schnarndorf para reclassificação é do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O prazo final para inscrição em uma reclassificação é dia 30 de maio. “Ainda tenho esperança de disputar a medalha em Paris, mas o tempo está passando e ainda não consegui fazer a reclassificação que permite disputar a prova da classe S3. O esporte é minha vida, estou viva porque sigo como atleta, então não posso parar”, enfatizou a nadadora.
Trajetória de Susana
“Foi a pior coisa da minha vida quando descobri que estava doente, eu treinava todos os dias e de repente não conseguia nem escovar os dentes direito. Estou viva ainda por conta do esporte”. Susana Schnarndorf acumulou 13 anos como triatleta e seis títulos de Ironman quando começou a sentir os primeiros sintomas de sua doença, em 2005. Após três anos de angústia, exames e internações hospitalares, foi comprovado que ela tinha Atrofia de Múltiplos Sistema (AMS), uma condição degenerativa rara que afeta o controle do movimento, equilíbrio e coordenação e atinge de três a quatro pessoas a cada 100 mil. O diagnóstico dos médicos era de seis meses a até dois anos de vida para Susana, mas a natação trouxe uma nova esperança.
Assim, em 2010, participou de uma competição internacional de natação paralímpica, no Canadá. A classificação para disputar a modalidade mudou sua vida e a aproximou novamente da rotina de atleta. Desde então, foi medalhista de prata nas Paralimpíadas do Rio-2016, campeã mundial e recordista brasileira nos 50m, 100m, 400m livres, 100m peito e 200m medley.
*Com informações da Assessoria de Imprensa – Nave Comunica