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Santiago 2023

Natação feminina vibra com ineditismos no Pan de Santiago

Nadadoras brasileiras já fizeram dobradinha inédita, medalha histórica e índices olímpicos em dois dias de Pan

Mafê Costa e Gabrielle Roncatto com a medalha em frente à piscina do Pan de Santiago-2023
Mafê Costa e Gabrielle Roncatto (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Assim como tradicionalmente ocorre nos Jogos Pan-Americanos, a natação é a modalidade que mais tem dado medalhas para o Brasil em Santiago-2023. Nesta edição, no entanto, há um destaque maior: as mulheres assumiram papéis de protagonismo e têm realizado feitos históricos para a modalidade. Somente neste Pan, já houve uma inédita dobradinha, dois índices olímpicos, a primeira medalha nos 200m livre costas e um desempenho fantástico em uma parcial de revezamento 4x100m livre.

O primeiro dia teve a dobradinha dos 400m livre feminino, com Maria Fernanda Costa e Gabrielle Roncato, que conquistaram prata e bronze, respectivamente. Foi a primeira vez na história dos Jogos Pan-Americanos que duas brasileiras dividiram o pódio em uma prova da natação. De quebra, as duas ainda fizeram índice olímpico para Paris-2024: Mafê com 4min06s68 e Gabi com 4min06s88.

“Estamos muito felizes, viemos buscar o ouro e a prata, infelizmente não conseguimos, mas estamos felizes de estar no pódio e representar o Brasil. É incrível fazer a primeira dobradinha da história dos Pans. Muito gratificante levar a natação brasileira e a natação feminina sempre à evolução, deixar mais reconhecida e entrar para a história”, disse Mafê Costa.

A primeira vez

Aléxia Assunção com a medalha da natação no Pan de Santiago-2023
Alexia Assunção (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Um dia depois, já neste domingo (22), foi a vez de mais duas marcas históricas. Alexia Assunção foi bronze nos 200m costas feminino, conquistando a primeira medalha do Brasil nesta prova. Agora, as únicas provas femininas em que o país segue sem ir ao pódio em Pans são os 100m e os 200m peito, além dos 1.500m livre – muito porque ela entrou no programa de Lima-2019.

“Estou me sentindo muito feliz de ter conquistado a medalha. É meu primeiro Pan e poder estar fazendo história é muito importante para tentar desenvolver essa prova no Brasil. É brigar por ter mais competitividade para conseguir desenvolver essa prova juntas”, disse Aléxia. “Nós estamos ganhando espaço e é importante para nossa confiança. Fico feliz por todas as meninas, principalmente a Mafê, que é muito minha amiga. Isso vai nos levando para cima, cada vez que uma pega uma medalha porque a gente vai se ajudando”.

Marca histórica

Por fim, um dos principais destaques brasileiros até aqui foi Stephanie Balduccini, que nadou para 53s43 no encerramento do revezamento 4x100m livre misto e bateu em primeiro lugar para levar a medalha de ouro para a equipe brasileira. Foi a melhor parcial lançada em sua carreira. De quebra, o tempo de 3min23s78 foi recorde pan-americano.

Stephanie Balduccini saindo da piscina em Santiago-2023
Stephanie Balduccini (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Das 11 medalhas conquistadas pelo Brasil na natação no Pan de Santiago até aqui, cinco foram obtidas por homens, cinco por mulheres e uma de forma mista. Das nadadoras citadas com os feitos históricos, todas disputam os Jogos Pan-Americanos pela primeira vez na carreira. Nesta segunda-feira (23), haverá mais finais com brasieliras: Gabrielle Assis (200m peito) e Ana Vieira e Stephanie Balduccini (100m livre).

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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