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Natação

Natação começa no Mundial após polêmicas Troféu Brasil

Delegação do Brasil no Mundial de Fukuoka conta com 26 nadadores, que caem na piscina a partir deste domingo

Delegação do Brasil na natação para o Mundial de Fukuoka
(Foto: divulgação/CBDA)

Vai começar a disputa da natação no Mundial de Esportes Aquáticos! O Brasil chegou em Fukuoka com 26 atletas, que caem na água a partir desta noite (22), pelo horário de Brasília. Mas eles não estão completamente satisfeitos em como a equipe foi formada, em meio aos problemas de organização da seletiva e critérios de classificação de revezamentos.
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A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) usou o Troféu Brasil de Natação como seletiva única para formar a delegação para o Mundial, mas problemas de organização não permitiram que a competição tivessem as melhores condições para uma disputa tão importante. A piscina em Recife ultrapassou a temperatura máxima estipulada pela Federação Internacional de Esportes Aquáticos (World Aquatics) e os painéis com placares de tempos não apareciam em muitos dias do Troféu Brasil. Muitos nadadores terminavam a prova e demoravam muito para descobrir o tempo que marcaram.

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Para completar, já no término do campeonato, a CBDA decidiu levar ao mundial de natação todos os atletas de revezamentos para, mudando a regra inicial de apenas levar equipes que atingissem os índices estipulados, o que ocorreu apenas com o revezamento 4x200m livre feminino. Entretanto, após muita polêmica sobre a importância da presença dos revezamentos no Mundial (que será a primeira oportunidade de confirmação de vaga olímpica), a confederação brasileira decidiu por levar todas as sete equipes de revezamentos da natação.

Opinião dos atletas

Para Giovanna Diamante, mudar os critérios de classificação dos times com o Troféu Brasil em andamento foi um absurdo. “Parece que levar os revezamentos pro Mundial foi uma forma de abafar todas as reivindicações que os atletas estavam fazendo sobre os erros de organização”, explicou. Ela afirmou que levar os times é bom para o Brasil, contanto que a definição tivesse ocorrido antes da seletiva única. Outra atleta que expressou sua insatisfação foi Stephanie Balduccini, que será uma das quatro nadadoras da equipe dos 4x200m e 4x100m livre feminino. “Acho que tem que deixar as regras e critérios mais claros”.

João Gomes Jr., nadador de 37 anos que integra a delegação que vai aos Mundiais desde 2009, foi firme ao pontuar os problemas da CBDA, principalmente ao decidir fazer uma única seletiva para o torneio de Fukuoka. “A partir do momento que você cobra uma excelência de resultado em seletiva única, então não me venha com erros. Eu tenho 37 anos, eu não saio de casa pra nadar por nadar. Se você tá me cobrando excelência, me dê o mínimo pra eu poder alcançar. Não é porque estamos no Brasil que não podemos fazer uma seletiva a nível mundial. A gente não reclamou da cidade de Recife, ela é perfeita. Mas a CBDA não pode deixar acontecer erro de painel, piscina quente, numa seletiva de nível mundial”.

Seletiva única

Para Marcelo Chierighini, classificado nos 50m livre, 100m livre além do revezamento 4x100m livre, os atletas já deviam ter expressado insatisfação sobre a confederação há muito tempo, principalmente sobre a seletiva única. “Acho que demoramos pra falar e não tinha como não falar. Para mim, foi um problema tão absurdo. O Brasil não pode ter uma seletiva única, os campeonatos exigem tempos fortíssimos, e deram condições precárias. Isso não é compatível”, afirmou Chierighini em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

“Em seletiva única, o atleta tem que estar competitivo, ele tem que ter competido pelo menos umas três ou quatro vezes antes de competir uma seletiva. Nós não temos uma estrutura igual à dos americanos, por exemplo. Eles competem dez vezes em altíssimo nível e passam por peneiras fortes antes de irem para a seletiva olímpica. O Brasil está perdendo muito do jeito que está, não somos uma potência olímpica e a seletiva hoje não nos prepara pra disputar uma Olimpíada. Acho que a gente tá ficando pra trás, tínhamos que mudar faz tempo”, completou o velocista.

Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 a distância e Paris-2024 in loco pelo Olimpíada Todo Dia; hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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