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Natação

Troféu Brasil de Natação confirma protagonismo feminino

Dos 26 atletas classificados para o Mundial, metade são mulheres. Além disso, elas conseguiram os melhores índices da competição

Nathalia Almeida, Maria Fernanda Costa, Stephanie Balduccini formam o revezamento 4x200m no Mundial de Fukuoka
Nathalia Almeida, Maria Fernanda Costa, Stephanie Balduccini formam o revezamento 4x200m no Mundial de Fukuoka (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Expectativas foram atingidas e novas foram criadas com o término no Troféu Brasil de Natação 2023. Na 61ª edição do campeonato, realizado no Recife (PE), a balança entre gêneros nas classificações para o Mundial de Esportes Aquáticos está equilibrada. Dos 26 atletas da delegação que vai à Fukuoka, metade é formada por mulheres. Além disso, elas levam vantagem quando se trata dos melhores índices em comparação ao ranking World Aquatics (Federação Internacional) em 2022. 

Nas provas individuais, o Brasil vai contar com Gabrielle Roncatto (400m livre), Maria Fernanda Costa (400m livre), Viviane Jungblut (1500m livre) e Beatriz Dizotti (1500m livre). Estes nomes ocupam as quatro primeiras posições dos melhores índices feitos no Troféu Brasil em comparação ao ranking mundial de 2022. Além disso, completam a lista a recordista brasileira dos 200m peito, Gabrielle Assis e Bruna Leme, nos 200m medley. 

Vale lembrar também que, antes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) decidir levar todos os revezamentos para o Mundial, o 4x200m livre feminino era o único classificado através do índice. Dessa forma, com a mudança, além de Stephanie Balduccini e Nathalia Almeida (4x200m), entraram na lista Júlia Goes e Jhennyfer Conceição (4x100m medley), assim como Ana Vieira, Celine Bispo e Giovanna Diamante (4x100m livre). 

Paradigmas

O primeiro dia de finais no Troféu Brasil de Natação 2023 contou com uma prova forte nos 400m livre feminino. Gabrielle Roncatto e Maria Fernanda Costa fizeram uma disputa acirrada pelo primeiro lugar. Apesar disso, quem ficou com o ouro não importou, pois as duas alcançaram o índice para o Mundial. Nathalia Almeida completou o pódio.

Gabrielle Roncatto comemora título e índice nos 400m livre do Troféu Brasil de Natação 2023
Gabrielle Roncatto (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

“Essa disputa que aconteceu aqui hoje, ocorre quase todos os dias nos treinos. Fico muito feliz pelo meu resultado e também pelos resultados das minhas colegas. Acho que é uma grande vitória para a natação brasileira feminina”, disse Gabrielle Roncatto após o término da prova.

A resposta de Gabrielle Roncatto se refere aos treinamentos com Fernando Possenti. Somando os resultados de Maria Paula Heitmann e Beatriz Dizotti, as cinco primeiras colocadas dos 400m livre, estão sob o cuidado dele. Com exceção de Heitmann, quatro nadadoras tuteladas por Possenti vão ao Mundial. 

Beatriz Dizotti e Viviane Jungblut com as medalhas dos 1500m livre no Troféu Brasil de Natação
Beatriz Dizotti e Viviane Jungblut no pódio dos 1500m livre (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

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“Eu acho que assim, a primeira coisa para quebrar paradigmas é você parar de reforçá-los. Então, eu nunca tratei as mulheres que treinam comigo como: ‘nossa, vamos algo excepcional, espetacular’. Não, vamos fazer exatamente o que vocês já são capazes”, comentou Possenti. Ademais, Ele também treina a multicampeã nas águas abertas, Ana Marcela Cunha.

Revezamento 4x200m livre no Mundial

Os 200m livre feminino é outra prova que merece destaque para as mulheres no Troféu Brasil de Natação 2023. Nela, as quatro primeiras colocadas alcançaram o único índice dos revezamentos na competição, isso antes de a CBDA mudar o regulamento e levar todos. Na ocasião, Maria Fernanda Costa ficou com o ouro (1m57s76), Stephanie Balduccini com a prata (1m59s05), enquanto Nathalia Almeida com o bronze (1m59s84). O quarto lugar foi de Gabi Roncatto (2m00s33). No balizamento inicial da Confederação, somente Balduccini completava a distância abaixo dos dois minutos.

“O sistema da confederação é péssimo. O balizamento não mostra nada da realidade. A Naná (Nathalia) já tinha feito menos de dois minutos várias vezes, a Gabi também”, criticou Possenti. “Tirando esse detalhe tecnológico da história, as nossas atletas tem condição. Ousaria dizer que, pelo menos, seis atletas podem nadar abaixo de dois minutos no Brasil tranquilamente, se não até mais do que isso. O problema não é nadar bem, mas nadar bem na hora certa. Essa é a diferença e para isso requer planejamento. Esse foi o diferencial delas”, completou.

Jornalista recifense formado na Faculdade Boa Viagem apaixonado por futebol e grandes histórias. Trabalhando no movimento olímpico e paralímpico desde 2022.

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