Com 37 anos, João Gomes Júnior é um dos atletas mais experientes desta edição do Troféu Brasil de Natação. Contudo, tal aspecto não parece entrar na piscina. No primeiro dia de provas no Recife, o nadador do Pinheiros conquistou o título dos 100m peito e já mira mais uma participação no Mundial e outro ciclo olímpico.
“A minha ideia é ir até os jogos. Depois, consequentemente, a gente vai repensar no que vale a pena continuar, mas em nenhum momento penso na idade. Não uso ela como desculpa. A molecada não vai me tirar fácil da competição”, disse João quando perguntado sobre aposentadoria.
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Na final dos 100m peito do Troféu Brasil, Ele nadou para 1m00s85 e ficou com ouro, mas não superou o índice do Mundial na prova. Raphael Windmuller (1m01s22) e Fernando Santos (1m01s22) completaram o pódio. “Não nadei o que queria, mas por ter ganhando a prova, acho que consigo a vaga no Pan-Americanos. Agora é pensar nos 50m [peito] para tentar garantir essa vaga no Mundial e conquistar mais uma medalha”, revelou.
Especialista em nado peito, João Gomes Júnior já conquistou medalhas de bronze e prata dos 50m nas edições de 2019 e 2017, respectivamente. Além disso, em 2021, levou o bronze no Mundial de piscina curta. As provas dos 50m peito no Troféu Brasil acontecem nesta sexta-feira (2). Para entrar na lista de selecionáveis para Fukuoka, João precisar terminar a final abaixo de 26s66.
Experiência no dia a dia
Essa é a segunda vez que João Gomes Júnior compete no Parque Aquático do Centro Olímpico Santos Dumont. Ano passado, ele esteve no Recife para o Troféu José Finkel e conquistou a classificação, nos 50m peito, para o Mundial de Piscina Curta. Naquela ocasião, sua colega de clube e treino, Jhennifer Conceição, também garantiu vaga na versão feminina da prova.
“É um desafio diário tanto para mim quanto para ela. Pelo porte físico que ela tem, não aparenta ser para o esporte, mas acaba sendo uma menina muito guerreira, osso duro de roer. Querendo ou não, tenho 10 anos a mais. Então, tento pegar esse lado dela e passar no dia a dia a tranquilidade de trabalhar e focar no dar certo”, revelou.
Carreira
Em uma edição de Troféu Brasil de Natação repleto de jovens com resultados expressivos, João trilhou sua carreira diferentemente. O peitista veio conquistar sua primeira medalha em mundiais em 2017 com 31 anos, quase 10 anos depois da primeira participação. Além disso, dois anos depois, ele estreou em Jogos Pan-Americanos na edição de 2019, no Peru. Lá conquistou a medalha de ouro dos 100m peito.
“A gente forma muito material humano. É lógico que alguns vão se perdendo durante o processo. Assim, o que deixo sempre para eles é que não pensem agora como promessas e trabalhem como realidade”, disse.
“Essa tarja que a comunidade dá para esses atletas novos, você é uma uma potência, um fenômeno, não tentem absorver isso. Na primeira porrada que toma a nível mundial já se sente um desgaste ali. Então, fica meio apreensivo. Como digo, quando abre a porta do inferno, é lá que começa o trabalho”, completou.