O medalhista olímpico Ricardo Prado foi oficialmente imortalizado na história do esporte brasileiro na noite desta quinta-feira (18). Ele entrou para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e recebeu homenagens em uma festa de gala promovida pela entidade, em São Paulo (SP), junto a outros sete ídolos nacionais. Falando a partir de um novo ângulo, o ex-atleta aproveitou a oportunidade para falar com o Olimpíada Todo Dia sobre alguns pontos do atual cenário da natação brasileira e aprovou a recente decisão de Bruno Fratus, de se poupar nos próximos meses para focar em sua preparação para os Jogos de Paris-2024.
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“O Fratus está certíssimo. É preciso gerenciar a carreira como um profissional e pensando a longo prazo. É uma coisa que eu não tive, já que era um garoto e pensava apenas em qual seria a minha competição no final do ano seguinte. Parei de nadar com 23 anos, no auge da minha força e da minha experiência. Então, como sempre, o Fratus manda muito bem. Ele é um atleta mais veterano e tem que ser bastante estratégico. Acho que vai ter bastante sucesso com isso”, disse Ricardo Prado, prata nos 400m medley em Los Angeles-1984.
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Recuperação sem pressa
Bruno Fratus é um dos principais atletas brasileiros da atualidade. Dono de quatro medalhas em Mundiais, ele faturou um bronze nos 50m livre em Tóquio-2020. O nadador de 33 anos passou por cirurgia no ombro logo após o Mundial de 2022, quando terminou em nono lugar em sua especialidade, e vem se recuperando desde então. Na última semana, anunciou que seu retorno às piscinas só deverá acontecer no final deste ano, quando estiver 100% recuperado. Assim, ele deve perder o Mundial e os Jogos Pan-Americanos, focando na Olimpíada de Paris-2024.
Curta carreira
Um fenômeno da natação na década de 1980, Ricardo Prado teve uma carreira competitiva muito curta. Ele começou sua trajetória adulta muito cedo, aos 12 anos de idade, e quebrou o recorde mundial dos 400m medley aos 17 anos de idade, em 1982. Dois anos mais tarde, levou a prata nesta mesma prova na Olimpíada de Los Angeles. Seu ciclo seguinte não foi tão produtivo e, às vésperas de Seul-1988, uma hepatite assim antecipou sua aposentadoria.
“O esporte ficou mais profissional, hoje os atletas podem se dedicar somente a isso. Nós treinávamos natação enquanto estudávamos, não havia perspectiva de viver disso. Hoje, é um esporte profissional, os profissionais são melhores e a estrutura que a CBDA [Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos] e o Comitê Olímpico disponibilizam é estupendamente profissional. Aqueles que conseguem chegar no alto rendimento têm uma vantagem muito grande e daí para pular para ser um dos melhores do mundo não é tão difícil quanto a 30 ou 40 anos atrás”, falou Pradinho.
Noite de emoção
Reconhecidamente um dos maiores nomes da história olímpica brasileira, Ricardo Prado foi imortalizado no Hall da Fama do COB, em uma noite que contou com homenagens a outros sete atletas, incluindo Manoel Santos, também medalhista olímpico da natação. Melânia Luz (atletismo), Marcelo Ferreira (vela), Renan Dal Zotto (vôlei), Walter Carmona (judô), Yane Marques (pentatlo moderno) e, por fim, Zagallo (futebol) foram os outros protagonistas da noite.
“É muito especial ser reconhecido pelo seu trabalho e o meu trabalho foi há quase 40 anos, eu era uma criança ainda, tinha 17 a 20 anos. É muito legal ter sido reconhecido na época e ser lembrado agora. Faz a gente lembrar uma vida inteira dedicada ao esporte e lembrar o quanto somos privilegiados, apesar de todas as dificuldades”, contou. “Quanto mais nós pudermos lembrar a memória de nossos ídolos, mais temos chances de inspirar os nossos jovens a querer seguir no esporte”, concluiu.