O Brasil pode estar testemunhando o nascimento de um novo fenômeno da natação: Guilherme Caribé. E os resultados recentes não deixam dúvidas que o baiano, de apenas 19 anos, pode ser o grande nome do futuro da modalidade no país. O desempenho no último fim de semana enche o atleta de esperança para os Jogos Olímpicos Paris 2024, sobretudo pela marca obtida nos 100m livre.
Na disputa do Campeonato Brasileiro Junior, Guilherme Caribé realizou feitos históricos. Nos 100m livre, nadou a final para 47s82, o quarto melhor tempo de um brasileiro em todos os tempos. A marca renderia o quinto lugar na final dos Jogos de Tóquio. Nos 50m livre, cravou 21s87, tornando-se o oitavo na história do país a nadar para menos de 22s. Nos últimos quatro anos, apenas Bruno Fratus, medalhista olímpico, conseguiu tal feito.
Pés no chão e treino
“Meu desempenho foi algo muito bom, tive resultados expressivos nas minhas principais provas. Entrei em duas casas importantes na minha carreira: nos 21s nos 50m livre e nos 47s nos 100m livre. São tempos muito expressivos em nível internacional também. Foi uma competição muito legal, minha primeira depois de ter ido para os Estados Unidos. Agora é colocar os pés no chão, porque tenho muito o que treinar e muitos objetivos pela frente”, disse ele.
‘Temos um velocista’
Fratus, inclusive, fez questão de elogiar publicamente o jovem após as provas em sua rede social.
“Senhoras e senhores, temos um velocista! Apostem um Guilherme Caribé e fiquem ricos. Não por coincidência mais um atleta que colhe resultados expressivos pouquíssimo tempo após ir treinar nos EUA. Soube fazer uso da oportunidade e de uma ética de trabalho impecável”, escreveu.
Sonho olímpico
“Fazer um tempo de 47s82, que seria o quinto lugar na final olímpica, é muito significativo para mim. Acredito que a medalha olímpica é um grande sonho, ou o maior sonho, para mim e muitos atletas. Faltando dois anos ainda pra Paris, com 19 anos, tendo esse tempo de estrada para treinar, acredito que é mais um passo para a realização de um sonho, que é a medalha. Esclarece muita coisa. Mostra que é possível conseguir essa medalha pro Brasil”, explicou.
“Estamos a menos de dois anos de Paris. Tenho muito o que melhorar, muito o que treinar. Eu sonho com essa medalha desde muito novo e acredito sim que é possível. Tenho que melhorar, treinar e nadar muito. Vou focar em Paris, ir para os Jogos Olímpicos é a realização de um sonho. Ganhar uma medalha eu não sei nem explicar o que seria isso pra mim e pra minha carreira. Mas é um sonho possível de ser realizado. Vamos para cima, vamos trazer mais uma medalha para o Brasil”, falou o nadador.
Tennessee
E tamanha confiança também tem a ver com uma mudança recente de Guilherme Caribé. Há pouco mais de três meses ele se mudou para os Estados Unidos, para treinar e defender a Universidade do Tennessee. O que, segundo ele, tem sido fundamental nos ótimos resultados recentes.
“Viajei em agosto e foi uma mudança muito grande na minha vida. Sempre treinei na Bahia, com apoio dos meus pais, dos meus amigos, com o mesmo técnico. Ter essa mudança foi algo diferente, uma metodologia diferente, com pessoas diferentes, outra língua… E eu não estava em outro estado, que poderia recorrer aos meus pais em qualquer momento, era outro país”, explicou.
“Foi uma mudança muito importante para mim, em tudo. Ver pessoas com novos olhares, com foco olímpico, com os mesmos objetivos que eu. Me adaptei muito bem ao método de treinos. Tenho um apoio sensacional da universidade. A mudança foi sensacional e hoje a gente colhe os resultados desse período que eu passei lá treinando”, completou Guilherme Caribé.
*com COB