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Phelipe Rodrigues nada Mundial com 15 medalhas na bagagem

Pernambucano é um dos atletas mais experientes que vai competir na Ilha da Madeira e, além dos pódios em outras edições do campeonato, tem oito medalhas em Jogos Paralímpicos e duas na piscina curta

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Phelipe Rodrigues salta durante prova nos Jogos de Tóquio (Miriam Jeske/CPB)

Se por um lado a seleção brasileira de natação paralímpica que vai disputar o Mundial da modalidade, na Ilha da Madeira, em Portugal, entre os dias 12 e 18 de junho, terá quase 40% dos atletas com idade abaixo dos 23 anos, por outro, contará com a experiência de um dos maiores medalhistas do país na história da competição. Trata-se do pernambucano Phelipe Rodrigues, na classe S10, que embarbou com mais 27 atletas e comissão técnica para Portugal nesta quarta-feira (1º) para dar início ao período de aclimatação.

Será o sexto Mundial de natação paralímpica de Phelipe Rodrigues, com a conquista de 15 medalhas. É um dos nadadores paralímpicos do Brasil com maior número de pódios na história da competição, somente atrás de nomes como Daniel Dias e André Brasil, ambos fora das piscinas atualmente. “Depois de muitos anos no esporte de alto rendimento, eu vejo o quão longe eu consegui chegar e penso ainda o quão longe eu posso ir ainda”, afirmou o dono também de oito medalhas em Jogos Paralímpicos, cinco pratas e três bronzes, e de mais dois pódios em Mundiais de natação paralímpica na piscina curta.

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Entrevista

Você chegará a Portugal como um dos atletas do Brasil com mais medalhas na história em Mundiais, somente atrás de nomes como Daniel Dias e André Brasil. O que representa isso para você?
Phelipe Rodrigues – Para mim, isso representa um trabalho que vem dando certo há muito tempo, com dificuldades vencidas. E, olhando tudo isso hoje, depois de muitos anos no esporte de alto rendimento, eu vejo o quão longe eu consegui chegar e penso ainda o quão longe eu posso ir ainda. Sem dúvidas, estar entre os nomes mais fortes do Brasil e do mundo como um dos maiores medalhistas me deixa extremamente feliz.

Das 15 medalhas em Mundiais que você tem no currículo até agora, poderia citar alguma ou algumas que você se recorda com mais carinho? E por que?
Certamente, não posso deixar de mencionar a minha medalha de campeão mundial no Mundial do México, em 2017. Foi um ano dificil, não apenas de preparação, mas de adversidades. Primeiramente, vieram as lesões, quase fiquei fora do Mundial por uma lesão no ombro e, graças a minha equipe médica e de fisioterapeutas, nós conseguimos ficar bem a tempo de participar da seletiva e obter o índice.

Além disso, houve o atraso de quase dois meses na realização do Mundial por conta de um terremoto que abalou a Cidade do México gravemente. Então, depois de ter todas essas variáveis contra, eu ainda consegui me sagrar campeão mundial.

Cinco no México

Além do inédito título de campeão mundial, você conquistou cinco medalhas no Mundial na Cidade do México, em 2017. O que você poderia falar daquela edição da competição?
O México foi um exemplo de adversidade e superação não apenas para os atletas, mas para o país e o Comitê Organizador também. A situação na Cidade do México quando fomos participar do Mundial ainda era bem difícil mesmo meses após o ocorrido. Ter conseguido manter o campeonato no mesmo local, e apenas datas diferentes, foi um desafio grande para todos os envolvidos. Mas mesmo assim não poderia deixar essa oportunidade passar. Então, aproveitei o esforço de cada pessoa que colocou aquele Mundial de pé e fiz igual.

Neste ano, tive lesões que quase me tiraram do Mundial mas a chave para me manter firme foi a confiança em que eu tinha na minha equipe técnica e médica e, claro, me dedicar 200% ao que me era proposto. Resultado disso foi a realização da minha melhor campanha em campeonatos mundiais com cinco medalhas, sendo três ouros e duas pratas.

100m livre

Se somar as provas de revezamento, a prova dos 100m livre foi a disputa que você mais conquistou medalhas em Mundiais. O que essa prova tem de especial para você?
Apesar da minha principal prova ser os 50m livre, eu acabo nadando mais vezes durante a competição a prova dos 100 livre, além dos revezamentos. Ganhar medalhas nas duas provas mais rápidas do mundo é uma realização para qualquer velocista. E mostra mais uma vez que a preparação vem sendo feita da melhor forma junto com nossa equipe técnica.

Japão – Portugal

Conte como foi sua preparação para o Mundial após os Jogos de Tóquio?
A cada ano, a preparação para as competições vem ficando mais desafiadora e mais sensível. Afinal de contas, para as provas que eu nado, é preciso ajustes muitos finos e precisos porque cada detalhe faz uma diferença enorme no tempo. Um exemplo disso foi o pódio do Mundial em 2019, quando 0.14 de um segundo dividia a medalha de ouro e o quarto lugar. Então, temos trabalhado não apenas o que sempre fazemos, mas muito mais do que os anos anteriores. Fazemos tudo para melhorar os mínimos detalhes em todas as áreas.

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Quais suas expectativas para as provas em Portugal?
Depois de tanto tempo no alto rendimento e participando de Campeonatos Mundiais, Parapan-americanos e Jogos Paralímpicos, espero nadar muito bem ambas as minhas provas individuais e também poder ajudar mais uma vez a subir a bandeira do Brasil no pódio pelos revezamentos.

Medalhas de Phelipe Rodrigues em Mundiais de natação paralímpica

Londres 2019
50m livre – prata

Cidade do México 2017
50m livre – ouro
Revezamento 4x100m livre 34pts – ouro
Revezamento 4x100m medley 34pts – ouro
100m livre – prata
100m borboleta – bronze

Glasglow 2015
50m livre – prata
100m livre – prata
Revezamento 4x100m livre 34pts – prata

Montreal 2013
50m livre – prata
Revezamento 4x100m livre 34pts – prata
100m livre – bronze

Eindhoven 2010
Revezamento 4x100m livre 34pts – prata
50m livre – bronze
100m livre – bronze

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