“Eu era muito agitado quando criança e meus pais me colocaram na natação porque era um esporte que mexia com o corpo todo. Comecei com nove anos e não parei mais”. A fala é de Felipe França. Aos 34 anos, o nadador do Minas Tênis Clube não esconde que a idade e os cabelos brancos pesam, mas o sonho por Paris-2024 é cada vez mais real.
Campeão mundial em 2011 nos 50m peito e dono de mais nove medalhas em mundiais de piscina curta, Felipe França poderia estar pensando em parar. Aos 34 anos, casado e com um filho, o nadador não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio, depois de três participações olímpicas em sequência, e sabe o que precisa fazer para tentar chegar em Paris-2024.
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“Hoje, 10 anos depois do título mundial, eu preciso me concentrar muito mais para fazer as mesmas coisas. O meu nível de concentração e o respeito ao meu corpo precisa ser cada vez maior. Para que isso dê certo e o resultado venha, o Minas e toda a equipe da natação, encabeçada pelo Sérgio Marques que é o head coach, vem fazendo um trabalho comigo e todos os nadadores. A minha meta é estar em Paris-2024 e eu sei que preciso respeitar o processo até lá”.
“Se eu voltasse 10 anos no tempo…”
A maior batalha da vida de Felipe França é contra o tempo. Quanto mais ele passa cronologicamente mais rápido o nadador precisa ser nas piscinas pelo mundo. Apesar disso parecer contraditório, Felipe tenta equilibrar a balança para seguir.
“Eu sei que se eu fizer as coisas como eu fazia há alguns anos atrás eu vou ter resultados piores. A idade faz isso comigo e com todos. A minha recuperação é mais lenta e eu preciso fazer diferente. Apesar de ter um corpo preparado para a intensidade de treino dos mais novos e aguentar ela, sei que preciso de um descanso diferente, de uma alimentação mais regrada e busco treinar usando a experiência. Desta forma, seguindo o meu planejamento, consigo chegar em resultados melhores”.
Em alguns minutos no presente no ambiente de treino de Felipe França a palavra tempo foi repetida diversas vezes. Fazendo um exercício com a relação de França com o tempo, o nadador se imaginou 10 anos atrás e foi direto. “Se eu tivesse 10 anos a menos, com o conhecimento e a estrutura que o Minas me dá hoje? Tenho certeza de que iria muito mais longe do que fui. Ainda posso ir longe, posso chegar na Olimpíada e sei disso. Não me arrependo das decisões, das escolhas. Mas sei que poderia mais do que fiz”.
Onde tudo começou
É frequente ouvir que a história dos atletas no esporte começou por eles serem crianças agitadas. No caso de Felipe França não é diferente. Nascido em Suzano e criado no interior do estado de São Paulo, o nadador precisava gastar a energia que tinha e a alternativa dos país era a natação.
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“Eu era muito agitado quando criança e meus pais me colocaram na natação porque era um esporte que mexia com o corpo todo. Comecei com nove anos e não parei mais. Na época ainda tinha asma e a natação me ajudou nisso também. Claro que eu a gente lá no início nunca imaginou que chegaria onde chegou, mas no fundo eu tenho gratidão por toda a minha trajetória”, finalizou.